Capítulo 6

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Point of view — Any Gabrielly

— Você só pode estar de brincadeira comigo, seu desgraçado — Eu continuo tentando o esbofetear, enquanto ele segura minhas mãos e mal se move do lugar que está. Fazendo minha raiva aumentar cada vez mais, por eu ser tão fraca e não causar nem o mínimo dano  nele. Seu rosto está impassível e seus olhos contém uma frieza absurda.

Como sequer ele aceitou isso? Qual benefício ele terá? Porque transformar minha vida em um inferno absoluto?

— Já deu — Ele praticamente grita em meu rosto, soltando meus braços com força logo em seguida.

Ele que vá dar ataque na casa do caralho, pois foi o mesmo que provocou todo meu ataque de histeria.

— Você é louco? Alguma espécie de torturador? Eu estava a um passo de convencer o papai de não prosseguir com essa loucura e você entra como se fosse o rei do mundo na minha casa e diz que aceita estar casado comigo. Por que fez essa merda?

Começo a andar como louca em meu quarto, respirando com muita força e tentando não pegar o abajur sobre meu criado-mudo e parti-lo em dois na cabeça desse caipira sem mãe.

— Não te interessa, bonequinha de plástico! E arrume logo suas tralhas que eu quero ir para casa.

Ele se joga na minha cama colocando as mãos atrás de sua cabeça e fica analisando meu quarto lilás com branco com total desgosto, foda-se a opinião desse desgraçado. Coloco uma mecha do meu cabelo que insiste cair em meu rosto atrás de minha orelha.

— Sai da minha cama, seu nojento — Realmente grito com toda a força que posso. Ele fecha seus olhos mostrando seu total desinteresse por eu estar agindo como louca.

— Somos casados, patricinha. Vai ter que me aturar por longos cento e oitenta dias — Ele boceja com toda calma do mundo, como se estivesse entediado. Pego meu sapato que está no chão e jogo em seu peito com a força que tenho no momento. Olho-o com desgosto, pois era para ter pego em sua cara estupidamente idiota.

— Enlouqueceu, porra? — Ele joga meu lindo sapato pela janela, fazendo com que o mesmo caia no jardim.

­— Se eu enlouqueci? Você disse ao meu pai que aceita ficar casado comigo por seis meses. Cento e oitenta dias. Quem enlouqueceu aqui, Noah?

Passo a mão no meu rosto quando as palavras do meu pai soam em minha mente

“Pode arrumar suas coisas, Any. Apenas levará seu carro e nada mais.”

Por mais que eu tenha tentado argumentar, tudo que ganhei foi o seu virar de costas, ele dizendo que está decidido e que nada o faria mudar sua decisão.

Jogo meu corpo sobre o tapete branco felpudo e enfio o meu rosto sobre meus joelhos, tentando de alguma forma acordar desse pesadelo em que me encontro. Por que mamãe teve que viajar a trabalho logo agora? Tenho certeza que ela jamais permitiria esse absurdo.

Como sequer eu vou falar para o Benjamin que terei que viver por cento e oitenta dias com o homem que no momento ele odeia mais que qualquer coisa? O que eu fiz para merecer tamanho sofrimento? Eu apenas sei que meu namorado faz e vende identidades falsas e mesmo não gostando eu me mantenho calada. Isso por acaso é pecado e agora estou tendo que pagar por ele?

— Any, eu não estou com paciência para seu ataque de menina mimada, quero mesmo ir para casa.

Mordo meu lábio com força quando esse ser vem tentar me apressar. Eu não vou para casa dessa coisa nem amarrada. Meu pai que me deserde se quiser, estou decidida.

180 DAYS | NoanyOnde histórias criam vida. Descubra agora