Capítulo 9

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Point of view— Noah Urrea.

Levo meus dedos até minha cabeça, as pontadas na mesma se tornam insuportáveis a cada segundo, penso que possa ser ressaca, mas não teria como.

Não bebi tanto para eu ter acordado nesse estado, foram apenas algumas cervejas, nada fora do habitual. Callie mexe seu corpo enquanto dorme, levo as pontas dos meus dedos até seu quadril acariciando com leveza, eu preciso que ela acorde.

— Isso é muito gostoso — sua voz sai arrastada e baixa, a morena se vira para mim e abre seus enormes olhos negros e sorri — você é gostoso!

Abro um sorriso convencido, adoro quando elas acordam felizes depois de uma boa foda comigo. Levo minha mão na base da sua coluna e colo nossos corpos. Um segredo para elas ficarem a minha mercê,  é ser um mistério total, algo que desperte o lado competitivo do universo feminino, e que a faz pensar que será diferente, que irá me “salvar”, então no dia seguinte depois de um bom sexo, fazer com que ela se sinta especial.

— Você foi maravilhosa — falo em seu ouvido, arrancando- lhe um suspiro — Com certeza iremos nos encontrar mais vezes.— faço minha promessa e dou um beijo em sua bochecha.

— Eu queria mesmo ficar com você toda parte da manhã, mas, eu preciso trabalhar.— aliso sua coxa uma última vez.

— Você me liga?— Callie pergunta depois de enrolar seu corpo curvilíneo e nu no lençol branco, quando me levanto.

— Claro e você também sabe meu telefone. — mando uma piscadela em sua direção, vou até o banheiro do hotel que estamos, abro o registro da água e pelo fato de já estar nu, enfio meu corpo debaixo da água quente, lavando-me rapidamente, somente para tirar o suor da noite passada.

Saio de dentro do box, pego a toalha branca e a enrolo em meu quadril, vou até o quarto e Callie ainda continua deitada.

— Eu tenho que ir, Callie — ela abre apenas um olho, para prestar atenção em mim.

— Eu vou ficar mais um pouco, ainda é muito cedo, minha mãe pensa que estou na casa de uma amiga, eu vou embora de táxi ou peço que Alisson me busque aqui.— Callie procura uma posição confortável— E ainda estou cansada, dormimos cerca de duas horas apenas.

Agora o motivo da minha dor de cabeça é revelado, estava tão determinado em ter a melhor gozada de minha vida, e fazer com que Callie ficasse morta no outro dia, que não me preocupei com as horas. Valeu a pena.

— Tudo bem, então— vou até a cama, dou um beijo em sua bochecha, cato minhas roupas sobre o chão e começo  vesti-las com muita pressa, tenho que estar na mecânica as oito, pego minha carteira e chaves. —  Vou deixar o dinheiro para a pernoite e o que consumimos em cima do aparador, nos vemos por ai morena.

Não espero que ela fale mais alguma coisa, apenas saio do quarto e vou direto para o elevador,  a grande caixa metálica se abre assim que peço o térreo. Pego meu celular me arrependendo no mesmo instante, quando vejo que são 07:15 am.

Três mensagens se destacam em minha tela e todas são da barbie humana, minha vontade é de apagar sem ao menos ler, mas, não quero falazada em minha cabeça.

Abro a primeira e não contenho a gargalhada quando vejo o motivo dela ter me bombardeado de mensagens.

“ Onde você está, caipira? Você não pode me deixar dormir nesse lugar sozinha, deve ter ursos” Any ás 00:18

Clico na segunda mensagem

“Noah, é sério, eu ouvi barulho do lado de fora. Você vai me encontrar morta e a culpa vai ser toda sua” Any ás 00:48.

180 DAYS | NoanyWhere stories live. Discover now