Epílogo

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Point of view — Any Urrea

Não é "felizes para sempre". É muito melhor que isso.

Meu coração acelera quando o piloto informa que em alguns instantes iremos pousar, finalmente depois de setecentos e noventa dias eu estou voltando para San Diego, depois de dois anos e dois meses eu estou voltando para meu marido.

Não foi fácil ficar longe de casa, longe dos meus pais e principalmente ficar longe de Noah, mas quando ganhei a bolsa e Noah me disse que eu deveria ir, enfim entendi que para fazer alguém feliz ou realizado antes sou eu que devo estar, eu não posso dar o que eu não tenho e foi por isso que com muita dor no peito eu segui sem olhar para trás.

Noah e eu conversamos todos os dias sem exceção, não teve um dia sequer nesses setecentos e noventa dias que estivemos longe um do outro que não mandamos mensagem ou conversamos por facetime mesmo que por vezes a diferença do fuso horário fosse gritante. Noah também cumpriu o que disse: indo até onde eu estava nos feriados ou em suas férias do serviço, ele sempre me encontrava.

Não importava se eu estava na Turquia, Brasil ou Japão e muito menos preocupava-se com o fato que o feriado poderia não coincidir com o país que eu estava em determinada data, ele sempre vinha até mim e agora eu volto para ele.

Quando o avião aterrissa coloco em minha cabeça o toque Blanche — conhecido mais popularmente como chapéu de cozinheiro — e espero com muita ansiedade algumas pessoas descer para que eu faça o mesmo.

Suspiro fundo quando me ponho de pé com a saudade já ardendo em meu peito, estamos a quase quatrocentos dias sem nos ver pessoalmente, desço quase correndo as escadas do avião e meu coração acelera conforme ando a passos rápidos até o portão de desembarque, um suspiro sai de meus lábios quando ao longe reconheço a cabeleira castanha e as tatuagens que fez recentemente e que fecham seus braços, Noah está na área de fumantes e seus olhos vagueiam por todo aeroporto a minha procura.

Deixo para pegar minhas malas depois pois a saudade que tenho dele é absurda, começo a correr por todo aeroporto até alcançá-lo sem me importar com quem eu posso incomodar ou atrair alguns olhares, o barulho do meu salto bate contra o chão laminado e mesmo correndo o risco de cair ou torcer o pé, eu não cesso a pequena corrida.

Finalmente meu caipira me vê e não se importa com o aviso por todo aeroporto ele joga o cigarro no chão pisando em cima do mesmo vindo de encontro a mim.

Quando meu corpo se encontra ao seu abraço forte e possessivo não falo nada apenas beijo sua boca e quase gemo em alegria ao sentir o gosto típico do cigarro, até disso eu senti falta.

Noah me aperta em seu corpo forte e malhado me beijando ardentemente e com desejo não nos importamos com ninguém, eles que lutem se estiverem incomodados com nosso beijo.

Sua língua entra em minha boca sem pedir permissão e eu aceito de bom grado mordiscando a mesma ouvindo ele gemer baixinho satisfeito com minha atitude, sua mão vai até minha nuca puxando alguns fios que soltou do coque que fiz dentro do avião.

Não consigo beijá-lo mais pois infelizmente tenho que respirar e por isso me separo de seus lábios mas não de seu corpo.

— Como senti sua falta, bonequinha de plástico, porra, nunca mais te deixo partir, pelo menos não sem mim. —sorrio, não me importo por ele ter sido possessivo, pois eu também não o deixo mais. — Quando formos só nós dois na nossa casa eu vou te foder tanto que os vizinhos terão que se mudar .— gargalho me apertando ainda mais ao seu corpo.

— Também senti muita sua falta, caipira.

O abraço mais um pouco e o silêncio é aconchegante, somos assim, não precisamos de palavras para demonstrar o quanto somos apaixonados um pelo outro.

180 DAYS | NoanyWhere stories live. Discover now