Capítulo 30

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Point of view — Any Gabrielly

Cada passo que eu dou, cada movimento que eu faço, parece perdido, sem direção, minha fé está abalada.

Estico minha pernas sentindo dores por todo meu corpo, minha cabeça dói como nunca e o gosto azedo em minha boca faz com que eu tenha vontade de vomitar. Maldita ressaca!

Abro apenas um olho, constatando que estou no quarto do trailer, o que me dá um alívio enorme, pois mais uma vez me deparo com a memória em branco depois de uma noite de bebedeira. Não sei o que aconteceu e muito menos como cheguei aqui.

Que merda acontece comigo, ou melhor, o que acontece com a minha mente?  Pois toda vez que resolvo beber não consigo lembrar o que fiz ou falei na noite anterior. Isso não pode ser considerado normal, tenho quase certeza.

Olho para o lado querendo saber se o caipira está aqui, quando o vejo um alívio pecorre meu corpo.

Saber que Noah me trouxe até aqui e de certa forma esteve toda a noite me protegendo, me deixa reconfortada. Seu sono é pesado.

Noah está todo esparramado sobre a cama e sua boca está levemente aberta, está ressonando tranquilamente. Seu peito desnudo mostra suas tatuagens enquanto sua mão está repousada em cima do abdômen definido.

Meu peito aquece em ver tal cena, não por sentimentos amorosos, mas sim pelo fato de pelo menos algo em minha vida não ter mudado drasticamente em um piscar de olhos, pelo menos algo não demonstra que o que vivi foi uma farsa. O fato é que Noah continua sendo o mesmo homem que me dava nos nervos, contudo agora estou começando a conhecê-lo um pouquinho melhor e foi ele mesmo que me permitiu entrar um pouco em sua vida e, graças a isso, estou descobrindo o ser humano incrível que ele é, mesmo com sua natureza um pouco bruta.

Retiro o edredom grosso de meu corpo e antes que eu possa me conter solto um grito agudo pela surpresa. Eu não acredito que essa merda aconteceu de novo!

Noah se senta rapidamente assustado, enquanto eu olho horrorizada para meu corpo seminu, meus seios estão expostos e uso apenas a calcinha rosa escura rendada. Levo imediatamente meu braço esquerdo cobrindo meus seios o máximo que posso e então Noah enfim desperta começando a rir ao ver o motivo do meu grito.

Ele não se incomoda pela forma como estou na sua frente, ele não age como um adolescente que nunca viu um corpo feminino.

Desde o dia que ele tomou banho na minha frente enquanto eu estava na banheira na casa de seus pais como se fosse nada de mais. Percebi que para ele a nudez não é algo grandioso, é algo natural e ele tem muito auto-controle sobre ele mesmo.

— Não fique rindo, caipira. Eu não acredito que transamos de novo… quer dizer, eu nem sei dizer se já transamos alguma vez.

Dessa vez não estou surtada, estou até tranquila, eu sou solteira e posso transar com quem eu quiser, eu só não me vejo fazendo isso agora. E muito menos me imagino transando com o Urrea.

— Não se preocupe, bonequinha de plástico, não aconteceu nada entre nós ontem a noite. Você estava podre de bêbada e eu jamais tocaria em uma mulher que não está consciente do que quer de fato. E como eu não estava tão louco assim, te trouxe para o trailer e mandei você dormir, pois você estava um porre de tão chata.

Noah explica sem que eu possa perguntar nada, ele começa a se levantar, revelando uma ereção matinal em sua cueca da calvin klein branca. Ele leva a mão até seu pênis e o ajeita um pouco, percebo que ele o coloca para o lado esquerdo, talvez o lado que ele se sente mais confortável, e não consigo tirar meus olhos da naturalidade com que ele faz isso.

180 DAYS | NoanyTahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon