Capítulo 19

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Point of view—Any Gabrielly

A doce e suave voz da Ariana Grande preenche o silêncio no meu carro enquanto dirijo até a casa do meu pai, apesar do cansaço pelo viagem eu preciso conversar com Blair e Benjamin, sinto que preciso colocar os pingos nos “is”.

Cantarolo thank u, next em alto e bom som atraindo atenção dos motoristas que passam ao meu lado, no mesmo instante me sinto uma hipócrita por cantar com tanta avidez. Eu nem sequer tenho um ex namorado, o máximo que tenho é beijos de uma noite antes de conhecer Benjamin.

Será que isso é fato, que precisamos ter vários namorados para aprendermos o que é amor, o que é paciência e o que é dor? Eu sempre senti que tudo estava tão certo com o Benjamin e agora me sinto uma vaca por ter deixado aquele beijo rápido acontecer.

Será que eu vou ser thank u next na boca do Benjamin? Será que sou eu que irei provocar dor nele? E nosso relacionamento a acabar? Pelo amor de Deus, isso não pode acontecer eu morreria de tanta dor. Não existe vida pós Benjamin, eu não consigo visualizar uma vida sem ele, não consigo imaginar nada sem que envolva nós dois no futuro.

O pensamento me distrai o trajeto inteiro e quase solto um grito de emoção quando vejo o carro da mamãe na frente de casa, estaciono meu carro de qualquer maneira e desço toda desengonçada não me dando o trabalho de travar o carro, estou em um bairro residencial e não há perigo por aqui.

Meu tornozelo dói quando eu corro com o pequeno salto e sem querer torço meu pé esquerdo, entretanto nada mais me importa do que chegar até minha mãe.

Meu peito sobe e desce quando eu paro em frente a porta dupla branca de vidro, a mulher alta de cabelos curtos e roupas elegantes está sentada no sofá enquanto folheia uma revista sobre moda, seu nariz extremamente grande e fino serve de apoio para o óculos quadrado.

— Mamãe. — minha voz não sai mais que um miado de gato preguiçoso, porém ela se vira imediatamente, mal posso conter a alegria ao ver os olhos castanhos assim como os meus me analisar por completo, um doce sorriso nasce em seus lábios finos pintados de carmesim.

Ela começa a se levantar e antes mesmo que ela possa concluir o comando de seu cérebro estou indo ao seu encontro. Abraço seu corpo com tanta força quando ela se levanta que posso ouvi-la ofegar, mas eu não consigo soltá-la, a saudade é enorme. Desde quando acordei casada com o caipira, ela estava de viagem por causa de um processo que ela pegou para tentar solucionar.

Eu não sei como pode existir tantas pessoas que maltratam a mãe, a minha rainha é o ar que respiro, é minha fortaleza, meu abrigo. Ela é o meu tudo.

Eu sei que posso contar com ela para tudo nessa vida, ela sempre será a minha melhor amiga.

— Eu não sei se te abraço mais um pouco ou se te dou umas palmadas por sua última aventura.

Eu beijo sua bochecha e então consigo soltar-me de seu abraço, contudo continuo com nossas mãos unidas.

Sento-me no sofá branco junto com ela, a senhora Soares me analisa minuciosamente, e neste momento não me sinto acuada, eu preciso de seus conselhos e de sua ajuda, até mesmo de seu puxão de orelha.

— Eu mal pude acreditar quando seu pai me contou que você está morando com um rapaz da faculdade, porque bebeu tanto a ponto de se casar com ele em uma capela de Vegas. Que diabos aconteceu para você fazer isso, Any Gabrielly Soares?

Sabe quando sua mãe fala seu nome completo e você sabe que está completamente fodida? Pois é, eu me sinto assim agora. Mamãe não me chamou de tesouro ou jóia rara como sempre, minha placa vermelha de estou em perigo acende em minha mente.

180 DAYS | NoanyWhere stories live. Discover now