Capítulo 29

1.2K 96 40
                                    

O brilho da lua cheia iluminava o campo escuro e deserto onde nos encontrávamos, e apesar dos ânimos terem acalmado aposto que ainda estavam todos bastante assustados com a situação atual.

"Isto é uma estupidez! Provavelmente ficamos sem sinal por estarmos aqui neste fim de mundo e como tínhamos estado a contar histórias de terror é normal estarmos todos paranóicos..." disse Minho tentando animar o pessoal.

"É, talvez tenhas razão..." disse Teresa abraçando-o.

"Vamos fazer o seguinte, vamos dormir a pares, portanto vai ser difícil acontecer alguma coisa e ninguem dar por nada. Eu fico com a Teresa, obviamente. Thomas, tu e o Newt ficam juntos. E Sammy ficas com o Peter."

Cada par foi para a sua tenda e lá ficaram, enquanto que eu e Thomas ficámos mais um pouco na rua, observando as estrelas e o luar, no meio de tanta preocupação ainda assim aquilo era a coisa mais romântica que tínhamos naquele momento.

"É tão linda..." disse, contemplando o delicioso brilho da lua.

"Eu sei o que estás a pensar." disse Thomas, interrompendo-me.

"O quê?"

"Estás a pensar que um dia tudo pode acabar, que um dia um de nós será levado e que nunca mais nos vamos ver nesta vida."

"Não... Eu..."

"Ver a lua assim tão linda e brilhante só me faz pensar no quanto gostava que a nossa relação fosse como ela... Bonita... Doce... Eterna."

"E vai ser Thomas, nunca te esqueças, eu e tu, sempre..."

"...e para sempre."

"Exato."

"Devíamos ir para dentro, estou a ficar com frio..."

Entrámos na tenda e deitámo-nos, bem agarradinhos e aconchegados. Parece que afinal está tudo bem, não passou de uma triste coincidência.

Quando dei por mim estava a acordar, de manhã. Notava-se a claridade do exterior e isso queria dizer que estava na hora de levantar, comer, arrumar as coisas e ir embora.

Senti um silêncio profundo, e mais importante: já não estava a sentir Thomas ao meu lado. O meu coração disparou, como é que uma pessoa desaparece assim do meu lado e eu não dou por nada? Levantei-me e saí da tenda.

"Bom dia bela adormecida" disse Teresa.

Estavam todos a comer à excepção de Thomas que não se encontrava no grupo.

"O Thomas? Onde está o Thomas?!" perguntei-lhes quase gritando.

"O Thomas? Ainda ninguém o viu hoje, presumimos que ele estivesse na tenda contigo! Ai meu Deus, isto não pode estar a acontecer!!!" disse Teresa.

O tempo parou. Tudo o que conseguia ouvir eram os batimentos acelerados do meu coração. O que eu mais temia tinha acontecido... Thomas havia sido levado, para o desconhecido, para longe de mim, para sempre.

As minhas pernas cederam, caí no chão duro e gritei, gritei com todas as minhas forças, um grito de desespero, um grito de dor.

Todos correram até mim, para me ajudarem, mas nada podiam fazer. As lágrimas não paravam, era uma a seguir a outra, o verdadeiro pesadelo do qual eu não podia acordar.

Todos choravam à minha volta, todos sentiam o meu desespero, a minha angústia.

O som dos batimentos do meu coração foram substituídos por outro ruído, um som ritmado, o som da terra a vibrar, o som de alguém a aproximar-se.

"Newt!"

Todos olharam, perplexos. Tratava-se de Thomas.

"Ouvi um grito, o que é que se passa?!"

O meu coração sentiu um enorme alívio, mas ao mesmo tempo uma enorme raiva.

"Seu idiota, como pudeste ir embora assim sem dizer nada especialmente depois da noite de ontem?" Gritei-lhe, lavado em lágrimas.

"Desculpa, é que acordei e estava aflito, precisei de ir ali à mata e acabei por me distrair com o tempo..."

Os rapazes riam enquanto que eu e Teresa não achámos qualquer piada nas palavras de Thomas.

"Seu idiota, nunca mais faças isso!" Gritei-lhe e por fim abracei-o.

Nesse mesmo instante um carro aproximou-se,  era a minha mãe e atrás dela, vinha a irmã de Peter para nos vir buscar.

"Finalmente, vou poder ter paz!" pensei.

"Newton! Meninos! Fiquei tão preocupada! Tentei ligar-vos mas todos vocês tinham o telefone desligado... Pensei que tivesse acontecido alguma coisa!"

"Oh mãe, nós temos bateria, ficámos foi sem sinal..."

"Ainda pior!"

Arrumamos tudo e fomos embora. Sentia-me cansado, o dia mal tinha começado e já tinha sido uma montanha russa de emoções. Mas tudo tinha ficado bem, e agora, tudo o que eu mais queria era chegar a casa, tomar um banho e descansar o resto do dia.

NEWTMAS 1: A vida de Newt [A história antes de Maze Runner]Where stories live. Discover now