Uma missão não finalizada.
Uma traição dentro de uma salaz paixão.
Dois marcos dentro da história de duas bombas-relógio, uma mulher vil e um homem mordaz, que os levaram à loucura e ao ápice dos piores e melhores sentimentos em um fim lúgubre.
Um r...
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Ethan Blake
Sangue.
O sangue da amante de Albert Hore escorria do corpo pendurado ao chão e manchava minhas mãos e camisa.
Selena Peters chorava baixo por já não ter forças para lamentações ou pedidos, seu corpo tentava miseravelmente se manter vivo apesar dos cortes e fraturas múltiplas, seus órgãos lutavam por ar e sangue para se irrigar. E sua mente tentava falhamente não entrar em colapso pelo medo, pela dor e pela possível ansiedade.
Meu ódio não era direcionado a ela, nem mesmo um terço, ainda que fosse incapaz de sentir arrependimento, no máximo um gosto amargo e metálico em minha boca.
Minha ira é parcialmente movida a quem entrou em meu caminho duas vezes para se sobressair em um golpe no escuro, direcionada ao homem que acabara de despertar de seu estado de choque.
A incredulidade foi o prólogo para os estágios que desejava alcançar, descrença do estado de sua amada ao chegar ao porão, com marcas roxas e vermelhas pelo corpo, fruto da preparação violenta de Hillary, que não esqueceu de assinar a marca das equipes nas costas de seu alvo.
Não demorou para chegar ao estalo do primeiro estágio, a força e confiança. Acreditava que poderia romper com o ferro que segurava seus membros, resultado do medo e da cólera de ver sua amada grunhindo reclamações assim que o calor do cigarro encontrava uma parte latejante de seu corpo. Ou quando passou a clamar perdões enquanto desenhava com a lâmina por sua pele em um jogo mental que os obrigava a sofrer por antecedência sem poder prever quando de fato cravaria o metal em sua carne.
Logo o medo se uniu à dor e gerou a sensação de inutilidade tão paralisante quanto uma substância química ou um veneno, ao assistir Peters berrar ao ter seus ossos quebrados como palitos de madeira, o que por vezes lhe causou desmaios.
Agora o desespero e a culpa, desejava poder se libertar apenas para socorrer quem amava, seus sons eram animalescos urros e grunhidos quando os metais beliscavam sua pele e cortavam aos poucos. Ele não se importava, era esperado ao ver o resultado de minha obra.
Apesar de ter grande parte de seu corpo rachado ou quebrado, com sangue e hematomas referentes a nossa longa luta inicial e ao seu papel como "saco de areia", ainda tinha a presença cortes e perfurações das pequenas torturas que pudemos aproveitar, ele era capaz de quebrar e rasgar-se ainda por ela.
