XIX - Imersão profana (Part. 1)

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As palavras da doutora ainda ecoavam em minha mente, repetindo como um disco arranhado

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As palavras da doutora ainda ecoavam em minha mente, repetindo como um disco arranhado. Por causa da minha crise de choro, dois homens levaram-me de volta para o quarto branco e me largaram lá. Sozinha e sem chão.
Deitei-me de lado na cama e abracei minhas pernas, apertando-as contra o peito o máximo que conseguia. Estava sentindo um imenso vazio dentro do meu ser, como se meu espírito tivesse esvaído do meu corpo. Eu não tinha mais nada. Todos que amei na vida se foram e eu fiquei para trás para lamentar e sofrer com suas perdas.
Mas por quê?
Por que eu sempre terminava sozinha?
Seria alguma punição divina ou estava apenas sendo testada por Deus?
Naquele momento, eu não acreditava em mais nada, minha fé em qualquer religião havia morrido; e se existisse mesmo um Criador divino, ele já havia desistido da humanidade e lançado sua ira sobre ela. Estávamos abandonados no fim do mundo.
Permaneci em posição fetal por um bom tempo, perdida em meus pensamentos e amarguras. Entretanto, fui interrompida quando ouvi o barulho da porta sendo aberta. Levantei rapidamente, ficando sentada com a perna dobrada sobre a cama, e passei as mãos no rosto para enxugar as lágrimas que haviam jorrado. Fiquei surpresa ao ver que a pessoa que surgiu detrás da porta não era alguma das doutoras do CCE, e sim Belinda. Ela lançou um sorriso de canto tímido para mim e se aproximou devagar, em passos leves. Percebi que tinha algo escondido entre as mãos e, apenas quando chegou mais perto, vi que era uma folha de papel dobrada.
— Oi... Como você está? — perguntou-me no mesmo tom doce e tranquilo de sempre.
— Bem... — murmurei sem ânimo, desviando o olhar por alguns segundos. — na medida do possível.
Belinda olhou para as próprias mãos e formou uma linha tênue com os lábios, voltando o olhar para mim. Franzi o cenho e fitei o papel que segurava. Não fazia ideia de seu conteúdo, muito menos do porquê dela ter o trago para mim.
— Eve. Ahm... — disse ela em tom baixo e respirou fundo enquanto buscava um meio de como prosseguir — Isso aqui caiu do seu bolso quando recolheram suas roupas. Pediram para que eu a entregasse...
Senti um abalo no peito e falta de ar quando, finalmente, caí em si do que se tratava. A carta de Bryan. Com a correria e o desespero, acabei me esquecendo dela. Belinda estendeu o papel em minha frente e o encarei por alguns segundos, com certo medo de descobrir o que havia escrito nele.
— Não... não tinha outra coisa junto? — perguntei ao pegar a carta da sua mão.
— Sim. — Ela puxou uma corrente prateada do bolso, a qual havia um pingente em forma de uma rosa.
Meu coração disparou de imediato ao pôr os olhos nele. Eu sabia a quem ele pertencia. Era o colar que Bryan havia tirado do pescoço de Brenda quando a matou. Não estava acreditando que ele o entregou para mim.
Percebendo minha comoção e surpresa, Belinda o colocou ao meu lado sobre a cama e sorriu levemente antes de virar as costas e se retirar.
Fiquei encarando a folha dobrada em minhas mãos por um bom tempo, alisando-a com os polegares enquanto tentava criar coragem para ler seu conteúdo. Respirei fundo e desdobrei o papel devagar, sentindo-me abalada antes mesmo de ver a primeira palavra.

Eve, eu sei que não está sendo fácil essa jornada, mas quero que você seja forte e, principalmente, que sobreviva. Nunca lhe disse isso diretamente, mas você é uma das pessoas que mais admirei. Sua força, sua perseverança, teimosia, seu jeito preocupado com as pessoas próximas a você, o seu olhar.... Parabéns, você conquistou esse meu coração amargurado e duro, o que achei que nunca mais seria possível. Pouco a pouco, você me manobrou e fez com que eu ficasse, totalmente, apaixonado por você!
Queria ter mais tempo ao teu lado, mas isso não será possível. Acontece... 
Não chore, porque não estarei aí para enxugar suas lágrimas.
Não desista de si mesma. você merece, e vai, ser muito feliz ainda.
Abra seu coração e fique!
E não permita que te controlem.

INFESTAÇÃO: O princípio (Vol. 1)Tahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon