V - Sozinha e vulnerável

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Passei a noite inteira acordada pensando para aonde ir. Na verdade, eu já sabia, o problema era como conseguiria chegar até lá se tudo o que eu tinha era uma arma com apenas duas balas e a informação de que o lugar seguro ficava ao noroeste.

Como eu saberia para qual direção seguir se não tinha uma bússola?

Nunca fui boa em geografia, muito menos para encontrar um ponto cardeal com base em nada. A verdade era que eu estava muito, mas muito ferrada e se eu não conseguisse ajuda logo, provavelmente não viveria por muito tempo. Havia me separado dos meus amigos e não sabia para onde haviam ido, talvez ainda pudesse encontrá-los se desse sorte, mas, pelo tempo que passou, a probabilidade era baixa. Olhei para todos os lados antes de sair do carro e segui pelas ruas vazias sem rumo. Era incrível como não havia nenhum sinal de vida por ali, nem mesmo um pássaro passava voando.

Talvez tudo tenha morrido, assim como minha esperança estava quase morrendo. Continuei caminhando melancolicamente, até que o sol surgiu de repente e fez meus olhos arderem, deixando-me impossibilitada de abri-los por quase 1 minuto. Quando finalmente consegui mantê-los abertos, minha visão ficou turva e as coisas estavam sem cor e meio pálidas, mas com um tempo, voltou ao normal.

O céu estava azul e o sol já fervilhava, lançando seus raios ultravioletas contra a minha pele branca e sensível. Sabia que ficaria toda queimada se permanecesse exposta por muito tempo, mas eu ainda não havia encontrado nenhum lugar para me esconder e, graças a Deus, nenhum transformado também, o que era muito estranho, já que toda a cidade estava infestada.

Será que eles dormiam por um período ou se escondiam?

Havia muita coisa que não sabia sobre eles e de como tudo isso começou, mas eu iria descobrir, precisava descobrir. Não conseguia tirar da cabeça que aquele nevoeiro estranho teve a ver com o que aconteceu com as pessoas, para fazê-las se tornarem o que se tornaram.

Meus pés estavam doloridos e minha pele, provavelmente, já estava queimada do Sol. Eu precisava encontrar um lugar para ficar. E rápido. Estava precisando também de um banho e escovar os dentes, pois estava imunda. Como um sinal enviado dos céus, visualizei uma drogaria que, por sinal, estava com as portas fechadas. Com certeza não teria zumbis lá dentro, já que o local estava intacto. Bem, pelo menos era o que parecia, mas a coisa em questão era: como abrirei a farmácia? Aquele portão de alumínio era trancado ao chão e era muito forte para conseguir abri-la a pauladas. Eu precisava pensar num jeito.

Depois de alguns segundos pensando, vi uma pedra grande mais à frente e me veio uma ideia. Peguei a pedra e voltei para a frente do portão, agachando-me no chão e me preparando para bater no cadeado. Bati com ela umas 4 vezes contra a tranca, mas ela permaneceu quase intacta. Então, fiquei de joelhos para poder depositar mais força nas mãos e bati novamente.

O som das pancadas ecoava pela rua silenciosa e eu temia que algum transformado aparecesse naquele momento. Bati mais forte contra o cadeado e enrijeci o maxilar, até que finalmente o cadeado abriu e eu o retirei às pressas, fiquei de pé, jogando a pedra para longe e puxei o portão para cima, que rolou facilmente.

Como já havia suspeitado, o local estava totalmente livre de zumbis e de desordem. Adentrei na drogaria olhando tudo ao meu redor e pensando por onde começaria. Primeiramente, lembrei-me de abaixar o portão de alumínio para que nenhum transformado entrasse ali e depois fui andando pelos corredores de prateleiras, olhando as coisas. O que eu queria mesmo era tomar um banho e fazer minha higiene bucal, então peguei uma escova e um creme dental, pulei o balcão e segui para os fundos da farmácia em busca do banheiro.

INFESTAÇÃO: O princípio (Vol. 1)Όπου ζουν οι ιστορίες. Ανακάλυψε τώρα