Contrato: O jogo

capítulo 04

Hero F.

Saio do banheiro e vejo Josephine entrar no quarto.

— Até quando você pretende ficar assim comigo?

— Até quando? Eu não sei se você se lembra que me traiu com Jacob.

— Hero, a única coisa que eu poderia fazer, eu já fiz... eu te pedi desculpas! Te expliquei que não significou nada e...

— E supostamente quer que eu acredite em você?

— Eu te contei a verdade, mas você não acredita. Você me ama Hero?

— Infelizmente.

— Diz que me ama, mais sempre acredita no pior sobre mim.

— Só me fala, por que fez isso? Eu não era o suficiente pra você?

— O quê? Não! Você sempre foi o suficiente.

— Josephine, você fez a única coisa que poderia me machucar, a única!

— Hero, eu sinto muito.

Passo na frente dela e poucos segundos depois escuto o barulho de arma.

— Jo não! — grito.

...

Acordo todo suado e ofegante. De novo isso veio me atormentar, me encontro todos os dias com ela e o final é sempre o mesmo, sempre o mesmo.

Washington|

Josephine L.

— Bom dia! O que vai querer de café?

— Waffles de chocolate e uma água, por favor!

— Jo! — reconheço a voz de Mari atrás de mim — Como se sente no seu primeiro dia de teste?

— Oi — digo empolgada — Um pouco nervosa na realidade.

— Só tente relaxar, ok?

— Senhorita — a mulher deixa meu pedido na mesa e sai.

— Que horas volta? Precisamos comemorar!

— Meu expediente acaba às cinco — olho o relógio — Aí merda! Eu preciso ir agora.

— Não vai terminar de comer?

— Não! — digo correndo até a entrada do hotel.

— Estarei esperando você.

— Obrigada — grito enquanto entro no táxi.

— Tchau pequena Jo!

"Pequena Jo". As palavras que saem da sua boca fazem meu coração bater mais forte pois me lembrou Cole, meu incrível amigo Cole.

Se ele soubesse que estaria agora a caminho de tentar conseguir um emprego em um lugar repleto de tudo que eu mais gosto, estaria tão feliz quanto eu. Cole sempre colocou muita fé em mim, acreditem, eu sinto tanto a falta dele.

[...]

Encosto minha cabeça na janela, logo percebendo que estamos passando em frente ao hotel onde aceitei o contrato de Hero, no Hyatt Place.

— É um hotel muito luxuoso — o taxista diz ao perceber que eu não paro de olhar.

— Sim, ele é.

Começo a lembrar de quando esbarrei com o Hero a primeira vez, ou de quando ele propôs o namoro falso, começo a lembrar de tudo.

Isso ainda vai doer demais e eu sempre vou levar Hero no meu coração, porque na minha vida eu não fui capaz.