capítulo 15

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Josephine L.

— Então tá me dizendo que foi tudo uma mentira, que acabou virando real? Tipo aqueles filmes clichês?

— Sim. Só que tudo que começa errado, não tem como acabar certo. Meu Deus, eu não sei como pensei que isso havia alguma probabilidade de dar certo.

— Tá falando do Hero ou do Jacob?

— Dos dois. Só que eu tenho uma leve sensação que não tenho raiva do Hero como eu tenho do Jacob, mas parece que eu só consigo culpá-lo. Não faz sentido!

— Eu não gosto desse Jacob, algo não me bateu com ele desde o começo dessa história.

— Não, ele era uma boa pessoa... só que algo mudou — olho um tempo pra Luke — Pra ser sincera, todos os nossos problemas existiram desde o começo. Algo sempre me dizia e provavelmente a Hero também, que ter ele ali não ia acabar bem. Mas eu fui na onda dele, porque era uma ótima sensação me sentir viva.

— Eu entendo. Descobriu uma traição provavelmente de anos da sua melhor amiga e seu namorado, se mudou para um lugar onde não conhecia absolutamente ninguém para viver com um cara que você não era, nem um pouco, apaixonada! Conheceu outro cara que fez dele um refúgio pra você. Você só se apegou nisso e se fechou, ficou cega diante de tudo. É compreensível.

— Hero... — solto um sorriso falso — Sempre tão cruel e agressivo. Sempre tão fechado pro mundo.

— Se Hero é tudo isso que você fala, por que ficou com ele?

— Porque ninguém mais ficou.

— Me encanta como você conseguiu passar por essa barra e ainda ser quem é.

— Não posso me definir por meus problemas — começo a me levantar — Quer comer alguma coisa? Ainda tenho que ir no Noah. Sabe o que ele quer?

— Não faço a menor ideia e quero pizza!

— Não precisa falar duas vezes — pisco pra Luke.

Hero F.

Washington|

— Senhor? — a voz de alguém ecoa na minha cabeça — Tem certeza que não quer pegar um táxi? Senhor? Eu não acho que seja uma boa ideia dirigir na situação que você se encontra.

— Tanto faz — digo pro além pois não sabia quem estava falando comigo.

Entro dentro do carro e sinto que estou flutuando, é uma sensação estranha... acredite, a bebida exagerada pode causar coisas que a gente nem imagina.

Bom, o resumo de tudo: perdi a mulher da minha vida, perdi literalmente e não sinto que ela irá voltar. Quando também perdi Sadie, achei que não ia sobreviver, porém aqui estou eu! Mas então Josephine chegou e eu não sei se iria ou vou conseguir. Eu acho que ela deixou tudo muito bem claro pra mim. Então eu não tenho mais o que fazer aqui... não posso viver o resto da minha vida sabendo que o mundo inteiro é uma coleção de memórias que ela existiu, e que eu a perdi.

{Ligação on}

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— Chuck? Ei amigo! Amigo. É o que você tem sido meu durante anos... cuidando de mim — falo enquanto dirijo com a visão turva — Eu sinto muito. Quando a notícia chegar, por favor, não chore! Eu não vou sentir dor.

{Ligação off}

Chego no hotel e subo para a cobertura, ando até a beirada e me sobre ela. Respiro fundo e olho a altura.

— Hero! — a voz dela me assusta, o que faz meu telefone cair da minha mão.

— O que faz aqui Josephine?

— Eu não estou aqui. Sou só uma reflexo da lua — ela se aproxima — Por favor não faça isso.

— Por que? Por que eu não deveria?

— Vem, desce por favor — Josephine estende sua mão pra mim — Desce Hero.

Como ela não obtém nenhuma ação minha, Josephine também sobe, ficando ao meu lado.

— O que? Não! É muito alto — digo tentando fazê-la descer.

Ela finge que não me escuta, porém estende sua mão pra mim e eu pego na mesma.

E aí foi como se tudo ficasse mudo e o céu fosse substituído por momentos... todos os meus momentos com Josephine. Era a nossa história passando ali. Não consigo me conter e choro assim que tudo vai embora.

— Eu sinto muito por não ter conseguido concertar você — ela me olha.

— Eu também sinto — olho determinado pro nada — Eu também.

Josephine L.

Em frente a porta do Noah, o espero abrir. Confesso que estou um pouco confusa ao por que dele me chamar aqui, ou isso é só coisa da minha cabeça?

— Ah, oi! — digo assim que o vejo — Pediu minha presença aqui?

— Entra — ele sorri — Só estive com saudades.

— É? Eu também estive — eu estive mesmo?

— Senti você distante depois do nosso jantar... não me contou como foi seu primeiro dia, não fez questão que eu estivesse lá com você e o Luke.

Pensa rápido, pensa!

— Bem, não faz tanto tempo assim e eu só queria te dar espaço.

— Espaço. Espaço. Não é isso que eu quero. Quero você perto de mim, o tempo todo! Sei que ainda não namoramos, tudo bem, eu sei, porém por favor, faça tudo, só não me dê espaço, ok? — Noah sorri.

— Ok.

— Me conta, como foi o seu primeiro dia?

— Ah, tivemos uma breve apresentação...

[...]

No sofá com Noah, pego meu celular e dou um pulo.

— Aconteceu alguma coisa? — ele pergunta assustado.

— Me perdi na hora, tenho que ir pra casa — me ajeito — Não gosto de deixar Luke sozinho por muito tempo.

— Sabe que ele não é uma criança, não é?

— Independente. Agora eu preciso ir — dou um beijo ele e um abraço — Até amanhã.

— Eu passo lá e olha, nada de espaços, ok? — ele diz e eu apenas dou um sorriso enquanto fechava a porta.

...

— Luke? Cheg...

— Aí graças a Deus — ele diz nervoso.

— Aconteceu alguma coisa?

— Acho que você deveria vê com seus próprios olhos.

— O que?

— No seu quarto.

...

Antes de entrar, consigo visualizar certinho quem é... é ele!

— H-Hero? — minha voz faz com que ele estremeça e me olhe com uma cara de choro.

— Posso ficar um pouco mais? — Hero pergunta.

"O amor é como um precipício: as vezes a gente pensa que está voando, mas na verdade está caindo."

Contrato: O jogo Where stories live. Discover now