VI

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"Vampiro que toma sangue é conto de fadas. O vampiro verdadeiro é aquele que te suga as energias e qualquer possibilidade de sucesso. Esse fica do seu lado se fazendo de bom e você perde tempo acreditando em Gasparzinho."

Mary Jane concluiu que aquele só poderia ser o quarto de um menino, mas era estranho que o quarto dele fosse isolado de todos os outros.

Todas as crianças tinham grandes quartos para mais de uma pessoa, mas aquele quarto era único, bem pequeno e isolado em um canto escuro do orfanato.

Era como se fosse um quarto sem muita importância, completamente esquecido por todos e deixado para apodrecer por vários anos, até que mais ninguém lembra-se mais dele.

Um ambiente vazio, repleto de escuridão, solidão e tristezas do passado. Mary Jane sentia uma energia muito pesada no ambiente, um aperto no coração e uma grande tensão no quarto.

A menina pegou a vela que estava perto da porta e caminhou pelo quarto, iluminando as paredes. Havia uma cama de madeira de acácia, sem tinta, com lençóis azuis, um travesseiro branco e com um boneco em cima da cama.

O boneco era feito de madeira, com as articulações juntadas por fios e cordas, na cabeça quadrada havia um pequeno rosto desenhado com canetinha azul e algodão tingido de preto colado na cabeça.

- Poxa... A pessoa que dormia aqui, devia ter uma vida sofrida... Bem... Eu só tenho diversão nesse orfanato com os meus amigos... Essa pobre criança devia ser sozinha aqui... - Mary Jane pensou, enquanto segurava o boneco.

Mary Jane colocou o pequeno boneco em cima da cama, apagou a vela e saiu do quarto. Ao chegar do lado de fora, encontrou um menino brincando.

A menina percebeu que era na verdade um antigo amigo do orfanato que brincava com ela e com os outros no passado, mas não era tão brincalhão quanto antes.

O menino era Bruce William, o menino nerd do orfanato. Tinha apenas 10 anos de idade, era gordinho, nerd, usava um óculos redondo, tinha os cabelos castanhos, e tinha algumas sardas em suas bochechas.

- Bruce?! O que você está fazendo acordado a essa hora? - Mary Jane perguntou, franzindo a testa.

Bruce sempre brincava com Mary Jane e as outras crianças, mas depois de um tempo, passou a ficar mais isolado e longe de todos.

Ele se dizia um caça fantasmas do orfanato, capturando assombrações e fazendo diversas pesquisas sobre esses assuntos paranormais.

- Bem... Eu estou fazendo uma investigação no orfanato... Acredito que este é o horário onde o plano alternativo tem mais força! - Bruce falou, confiante e ajeitando os óculos.

- Plano alternativo? O que é isso? - A menina perguntou, sem entender.

- Bem... Acredito que coisas sobrenaturais vem da dimensão do mundo alternativo! Esse é o horário onde esses seres ficam mais fortes... - O menino respondeu, sorrindo.

- Mas você sabia que a senhora Magna pode te pegar? - Mary perguntou.

- Na verdade... Um grande caçador de fantasmas deve correr riscos e enfrentar os perigos humanos. Magna não é nada, comparada a ameaça que anda por esse lugar! - O menino falou fazendo uma cara de ousado e cruzando os braços.

- E que ameaça seria essa? - Mary perguntou.

- O Homem Coelho Amarelo! - Bruce respondeu, tirando um desenho do bolso e mostrando para Mary Jane.

A garota observou bem o desenho e viu um homem coelho, de pelugem amarelada. Seus olhos eram brancos, seus dentes eram afiados e haviam garras nas suas mãos.

Mary Jane percebeu que aquele era exatamente o homem coelho do seu pesadelo, na noite passada.

- Onde você viu essa... Coisa?! - Mary falou assustada e sem reação.

- Ele passou a andar pelos corredores desse orfanato há alguns dias atrás... O mal anda por esses corredores e o homem coelho e a explicação! - O menino falava com uma voz séria como um verdadeiro narrador de histórias de terror.

Mary Jane pensou:

- Isso é muito estranho... Mas Bruce não é um garoto totalmente normal... O tempo de isolamento deve ter enlouquecido a mente do pobre menino. É uma pena que ele esteja imaginando coisas... - A menina pensava olhando para o chão.

- Você quer me ajudar a caçar esse terrível monstro? - Bruce perguntou confiante de que a resposta de Mary seria um: Sim.

- Olha... Já tá meio tarde... Eu tenho... Que ir dormir agora... Eu só preciso do meu bichinho de pelúcia que eu perdi hoje... - Mary Jane falou gaguejando e com cuidado para não magoar o menino.

- Bem... Eu soube que a depois que a Magna olhou os quartos, uma faxineira entrou e tirou as coisa inúteis dos quartos. Talvez o seu brinquedo tenha sido levado para a sala dos produtos descartáveis. - O menino respondeu.

- Muito obrigada, Bruce! - Mary respondeu dando um sorriso fofo e indo em direção ao corredor.

A menina pensou:

- Como eu vou chegar até a sala dos produtos descartáveis? Eu vou precisar de ajuda... Não sei se seria uma boa ideia acordar os meus amigos... Já sei! Posso pedir ajuda para o Karl e a Lilian... Eles com certeza devem me ajudar. Não vou incomodar o Ethan e a Emilly com essas coisas. - A menina pensou e sorriu

Mary Jane foi sorrateiramente até o quarto onde Lilian, Karl e outras crianças ficavam. Abriu a porta lentamente e entrou.

Haviam dez camas pelo quarto, o ambiente era grande, com algumas decorações e as crianças dormiam com seus bonecos de pelúcia.

Provavelmente Maggie tinha dado bonecos de pelúcia para essas crianças também. Magna não tinha visto esses bonecos, pois se visse, jogaria tudo no lixo.

As paredes do quarto eram azuis claras, o chão de madeira de carvalho escuro. Haviam três janela grandes no quarto que mostravam a vista do lado de fora.

Mary Jane sempre gostou de ficar olhando através das janelas do orfanato, imaginando como seria a vida fora daquela prisão terrível.

Mas o que ainda mantinha Mary sempre feliz, eram os seus amigos, Maggie e as outras crianças do orfanato.

Mary Jane já havia pensado em fugir daquele lugar no passado, mas a menina não tinha casa, não tinha uma família e também achava que seria injusto de sua parte, deixar as outras crianças sofrendo no orfanato.

Mary Jane chegou na beirada da cama de Lilian e sussurrou para a amiga, procurando não fazer barulho para que as outras crianças não fossem acordadas.

- Lilian... Sou eu... Mary Jane! - A menina sussurrava no ouvido de Lilian e balançava ela na cama.

- MJ? O que... Você tá fazendo aqui? Sabe que horas são? - A garota se levantou sonolenta e assustada.

- Calma Lilian... Eu preciso da sua ajuda e da ajuda do Karl. Estou muito encrencada e vocês precisam me salvar. - A menina falou, puxando Lilian pelo braço.

Lilian foi até a cama de Karl e balançou ele, fazendo o menino acordar imediatamente.

- O que aconteceu? MJ!? O que você tá fazendo aqui? Você enlouqueceu? - O garoto perguntou sussurrando, olhando para Mary.

- Eu perguntei a mesma coisa para ela, Karl. - Lilian respondeu.

- Vocês precisam vir comigo... Eu explico tudo no caminho... - Mary falou chamando Lilian e Karl para a porta do quarto.

Assim que as três crianças saíram do quarto, Mary Jane falou:

- É o seguinte... Eu preciso que vocês me ajudem a entrar na sala de objetos descartáveis. Tem uma coisa minha que foi levada para aquele lugar... Vocês estão dentro ou fora? - Mary Jane perguntou olhando fixamente para as duas crianças.

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Five Nights at Freddy's: Beyond the DarknessWhere stories live. Discover now