XIX

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"O medo dá asas aos pés".

Karl abriu os olhos se recuperando do susto e observou que a boneca de pelúcia, com aparência de raposa, estava totalmente deformada e despedaçada.

Seu corpo estava misturado com diversos fios, engrenagens e peças de metal afiado. O garoto pareceu se assustar novamente com a criatura, mas ao olhar para ela, percebeu que era uma criatura pacífica.

Se o terrível monstro distorcido quisesse fazer algum mal para o garoto, já teria feito isso, enquanto ele estava desmaiado. Era como se a criatura quisesse avisar ele de alguma coisa, levando o garoto para aquele lugar.

- Oi... Você fala? - Karl perguntou, sendo meio tímido ao falar com a criatura distorcida.

A criatura olhou para o menino sem dizer nenhuma palavra, afinal ela era uma raposa. O menino se sentiu um bobo perguntando esse tipo de coisa, mas logo percebeu que o Homem Coelho também era um animal e conseguia falar.

A criatura distorcida olhou para o garoto e com um dos seus quatro braços, apontou para a escuridão no final da sala, que possuia uma pequena lâmpada no teto que iluminava apenas Karl e a criatura.

Do meio das trevas, surgiu um pequeno garoto, com um aparelho detector de calor em suas mãos. Ao observar bem, Karl percebeu que se tratava de Bruce William. O jovem menino que andava pelo orfanato a noite, caçando as criaturas da escuridão.

- Olá Karl! - Bruce falou, dando um sorriso para o menino.

- Bruce!? O que você tá fazendo aqui? Você conhece esse criatura? - Karl perguntou, sentindo-se assustado com a situação.

- Bem... Essa é uma das pelúcias que vieram do tal estabelecimento, aquele que veio até o orfanato no dia das crianças! Por ter sido torturada por uma das servas de Magna, essa criatura se tornou inofensiva e despedaçada. - Bruce falou, olhando para a criatura com pena.

- Então... Vocês são tipo amigos? - Karl perguntou, sentindo-se confuso.

- Somos parceiros de trabalho! Acredito que com o meu intelecto avançado e com a força dessa criatura, podemos destruir a criatura coelho. Mas vou precisar da ajuda de todos os seus amigos! - Bruce falou, cruzando os braços.

- A última vez que eu vi eles... Foi através de uma das câmeras do escritório da Magna. Eles estavam na porta do porão! A essa altura eles já devem estar dentro do porão! - Karl falou, abaixando a cabeça.

- Exatamente! Existe uma outra criatura muito mais forte no porão! Acredito que eles já tenham cuidado dele, pois eu e a raposa não temos condições de enfrentar uma coisa daquelas! - Bruce falou, coçando a cabeça.

- Se nem essa raposa pode destruir esse outro bicho que você mesmo acabou de mencionar, como crianças vão acabar com ele? - Karl perguntou, com uma expressão de dúvida.

- Eles são muito mais fortes do que você imagina! Com certeza já devem ter dado um fim naquela coisa. - Bruce falou, passando confiança para Karl.

A criatura distorcida pegou um pedaço de papel, com um de seus braços e entregou para Bruce que ficou feliz com o gesto de bondade dela.

O menino abriu o papel e mostrou para Karl todo o seu plano. A folha estava repleta de rabiscos e desenhos infantis de Bruce, também haviam algumas coisas escritas em balões de fala.

- Primeiro, vamos encontrar os seus amigos, salvar eles... Atrair o Homem Coelho para a armadilha, a raposa usa o mata leão nele... Depois jogamos esse coelho em um caldeirão de ácido! - Bruce explicou, apontando para as escrituras na folha.

- Como vamos conseguir um caldeirão de ácido? - Karl perguntou.

- Bem... Eu já cuidei disso! - Bruce respondeu, fazendo Karl perceber que ele já tinha todos os matériais para que o seu plano funcionasse bem.

- Então... Agora só precisamos chegar até os nossos amigos! - Karl falou.

- Vamos pelos dutos! A raposa conhece vários caminhos e atalhos diferentes! Esse lugar é repleto de dutos escuros que parecem labirintos... Mas ela consegue se movimentar muito bem por eles! - Bruce explicou e em seguida entrou dentro de um enorme duto de ventilação, ficando entalado na porta entrada.

- Bruce você tá bem? Precisa de ajuda? - Karl perguntou, percebendo a dificuldade do amigo.

- Eu estou bem! - Bruce falou, conseguindo entrar no duto de ventilação.

- Eu só acho que a raposa deveria ter entrado na frente... Já que é ela que vai mostrar o caminho! - Karl comentou, olhando para a criatura.

- Tem razão! Mas agora já é tarde de mais... - Bruce falou, movimentando-se rapidamente dentro do duto.

A criatura distorcida deu um tapa na própria testa e balançou a cabeça negativamente em um gesto de reprovação.

- Essa raposa parece ser muito mais inteligente do que parece! - Karl pensou, enquanto observava a criatura entrando no duto, logo atrás de Bruce.

Ao entrarem no duto, eles caminharam até o meio da ventilação, onde haviam três caminhos diferentes. Por um dos caminhos, eles começaram a ouvir batidas e gemidos de sofrimento.

- Bruce... Eu acho que tem mais alguém dentro desses dutos de ventilação! Eu não quero dar de cara com nenhuma criatura sinistra por aqui... - Karl falou, sentindo-se apavorado.

- Raposa! Mostre o caminho para a gente! - Bruce falou, dando uma ordem.

A criatura apontou para a direita, com um de seus braços despedaçados. O menino pode observar que havia uma forte luz no fim do duto, na direção mostrada pela raposa cor de rosa.

Então os três seguiram caminho para o final do duto de ventilação, enquanto as batidas se tornavam mais fortes e os gemidos de sofrimento, se tornaram barulhos fantasmagóricos.

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Five Nights at Freddy's: Beyond the DarknessOnde histórias criam vida. Descubra agora