XIV

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"Não é você que lê o livro. É o livro que lê você."

Mary Jane saiu da velha sala de objetos descartáveis e correu para o seu quarto o mais rápido que pode. Ao chegar em seu quarto, percebeu que Ethan e Emilly já haviam chegado.

Os dois estavam em suas camas e fingindo estarem dormindo. A menina fechou a porta devagar para não acordar às outras crianças e deitou em sua cama.

- Emilly... O Karl conseguiu chegar no quarto dele? - Mary Jane perguntou, sussurrando.

- Sim... Ele foi mancando, mas eu levei ele e corri para o nosso quarto com o Ethan. Onde você estava esse tempo todo? Cabeçuda. - Emilly perguntou, sussurrando.

- É que eu tive uns probleminhas e a Magna quase me pegou. Mas depois eu tenho que contar uma coisa muito importante para vocês. Eu descobri algo que pode ajudar a gente desvendar essa história de Homem Coelho. - Mary Jane sussurrou para a amiga, virando-se de lado e dormindo.

As crianças passaram a noite acordadas e agora estavam muito cansadas para continuarem conversando sobre os acontecimentos recentes no orfanato.

Magna Dimineutron estava se sentindo frustrada por não ter encontrado as crianças andando pelo orfanato. A mulher começou a verificar os quartos e observou que eles estavam deitados dormindo, tranquilamente.

- Vermes miseráveis, vestidos de cordeirinhos. Acham mesmo que podem me fazer pensar que estou completamente louca? - Magna falou, olhando para as crianças, dormindo.

Ao sair do quarto, Magna acabou pisando em um pequeno boneco de pelúcia. A mulher olhou para baixo e viu uma pequena raposinha branca com detalhes rosa.

Era a raposinha de Emilly, provavelmente a menina deixou cair em frente a porta quando entrou com pressa no quarto.

- Eu sabia... Então eles ficam se divertindo a noite... Assim que acordarem não vão ter como escapar da minha punição. Eu vou descobrir quem foi o imundo que trouxe brinquedos de criança para esse orfanato. - A mulher falou, pegando o boneco e apertando ele com a mão.

Enquanto Magna amassava o boneco, uma de suas funcionárias chegou na porta do quarto das crianças e chamou a sua atenção.

- Senhora Magna... - A funcionária falou, receiosa.

- O que foi agora? - Magna perguntou, com raiva.

- A Senhora Elizabeth sumiu do orfanato... - A funcionária falou, abaixando a cabeça.

- Como assim sumiu? Ela não costuma deixar as suas obrigações para trás. Mas tudo bem, um dia sem ela não vai fazer muita diferença. Leve está raposinha de pelúcia para a máquina trituradora. Eu quero ver como essa coisinha vai ficar, depois de ser despedaçada. - Magna falou, dando um sorriso maligno.

A mulher apertou tanto a cabeça do boneco de pelúcia que um dos olhos da raposinha pulou para fora da cabeça. Em seguida Magna entregou o boneco nas mãos da funcionária, que levou o bichinho para a sala de objetos descartáveis.

Dentro da sala, havia uma grande máquina trituradora que estava coberta por um grande pano marrom e muito grosso. A máquina parecia ser muito nova embora tenha sido usada muitas vezes para destruir brinquedos de todos os tipos.

A funcionária jogou a raposinha dentro da máquina e ligou o motor, fazendo o brinquedo ficar completamente sujo, despedaçado e distorcido dentro da máquina. Haviam muitas cinzas de outros brinquedos dentro da máquina.

Enquanto a funcionária, subordinada de Magna, destruía o brinquedo de pelúcia, a terrível Dimineutron estava em seus aposentos, tomando uma xícara de café com baunilha. Fazendo planos para prejudicar a vida das crianças.

A porta do escritório de Magna, abriu e Maggie entrou, dizendo:

- Senhora Magna... Me chamou? - A jovem mulher perguntou, abaixando a cabeça.

- Claro que sim, querida... Pode sentar aí no chão, não tenho outras cadeiras no escritório. Funcionários do orfanato devem obedecer atentamente a todas as minhas ordens e sempre ler o livro de regras que fica na recepção. - Magna falou, olhando para Maggie com um olhar mortal.

- Eu sei, senhora. - Maggie respondeu, em um tom de voz baixo.

- Já sabe, é? Então você tem alguma idéia de quem entregou brinquedos para as crianças essa semana? - Magna falou, sentindo muito ódio.

- Senhora... Eu não vou mentir, foi um estabelecimento famoso da cidade que trouxe alguns bonecos no dia das crianças. - Maggie respondeu, em um tom de voz baixo.

- E você deixou eles entregarem? - Magna perguntou, sorrindo.

- Sim... É que quando eu era pequena nunca tive brinquedos, então imaginei que as crianças ficariam felizes com os bonecos novos. Um deles, bem maior eu mandei para o porão, pois estava bem quebrado, a piscina de bolinhas a Elizabeth acabou levando para a sala de objetos descartáveis, mas as pelúcias eu consegui entregar para eles. - Maggie falou, dando um sorriso forçado.

- Na minha vida eu nunca tive brinquedos... Tive facas, serrotes e flexas afiadas. Nunca tive alegria... Tive muito ódio, rancor e infelicidade em todas as áreas da minha vida... Menos no dinheiro, é claro. Eu achei que construindo esse orfanato, conseguiria manter as coisas em ordem... Mas você me decepcionou. - Magna falou, olhando para o chão, cruzando os braços.

- Senhora Magna, eu sinto muito. Isso não vai mais acontecer. - Maggie falou, abaixando a cabeça.

- Tem razão! Não vai mais acontecer, pois você sofrerá as consequências de uma maneira cruel e severa. Que isso sirva de exemplo para todos aqueles que ousarem desafiar: Magna Dimineutron. - A mulher falou, dando um sorriso cruel.

...Enquanto isso...

O sinal tocou e todas as crianças levantaram-se de suas camas. Ethan, Emilly e Mary Jane estavam muito cansados, pois o tempo de sono havia sido muito curto.

Mary Jane levantou da cama e foi escovar os dentes. Ao passar pelo corredor, a menina encontrou Bruce, que entregou um diário para ela.

- Oi Bruce... O que é isso? - Mary Jane perguntou, desconfiada.

- Isso é um livro que eu encontrei no mundo das memórias... Agora o coelho já sabe que você esteve por lá... Você tem que esconder esse livro dele e impedir que ele faça mal a mais pessoas. Eu vou tentar descobrir mais informações, quando encontrar eu vou até você. - Bruce falou, apressado, virou as costas e foi embora.

- Pera aí... Mundo de memórias? Do que você está falando? - Mary Jane perguntou, sem entender.

Ao abrir o livro, a menina viu uma foto em preto e branco de algumas crianças brincando em uma piscina de bolinhas, ao olhar para o fundo da imagem, viu o terrível Homem Coelho sorrindo, atrás das crianças.

- Isso é mais maluco do que eu pensava! - Mary Jane falou para si mesma, observando a foto com atenção.

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Five Nights at Freddy's: Beyond the DarknessDove le storie prendono vita. Scoprilo ora