XII

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"Os segredos que sentimos que precisamos guardar são os mais difíceis de deixar para trás."

Lilian acordou em uma sala fria e pouco iluminada. Levantou-se do chão gelado e deu uma olhada ao redor.

– Que lugar é esse? – Lilian perguntou para si mesma.

Ao olhar para frente, a garota observou que havia um grande buraco profundo no chão. Parecia algum tipo de toca de animal, ou algum esconderijo.

Lilian se lembrava de que uma criatura com aparência de coelho tinha pego ela na piscina de bolinhas e arrastado até um túnel escuro.

Ela sabia que a criatura não era muito simpática e que provavelmente não iria fazer amizade com ela.

A garota levantou-se e resolveu entrar no buraco que estava na sua frente, para tentar escapar daquele lugar, que não tinha nenhuma porta.

Era um ambiente totalmente isolado e que ficava fora da visão de todos que viviam no: Orfanato das Almas Sofridas.

Provavelmente, nem a própria Magna tinha conhecimento sobre esse lugar, totalmente escondido e trancado. Em algum momento da história do local, ele pode ter sido guardado por algum motivo, talvez na época em que o lugar ainda pertencia ao Rei Elder.

A lenda do Rei Elder e do Cond Olaf fazia parte da história do lugar e circulava pelos corredores do orfanato, nas bocas das crianças e de muitos funcionários que trabalhavam naquele local.

Lilian começou a rastejar pelo enorme buraco, até entrar em um túnel cheio de pedras e terra molhada. A menina pode botar que haviam algumas bolas coloridas enterradas no solo do túnel e pelas paredes também.

Ao chegar no fim do túnel, a menina viu algumas bolas coloridas bloqueando a entrada. Lilian empurrou as bolas com força e finalmente pode ver a luz no fim do túnel.

A menina começou a observar o local e percebeu que era o porão. Um lugar frio e com pouca iluminação, o pesadelo de qualquer criança que vivesse no orfanato.

Havia um velho duto de ventilação aberto em um canto da parede, uma grande porta de metal trancada, muita tinta avermelhada pelo chão e também um moedor de grãos enorme no centro do porão.

O moedor de grãos deveria ser rodado por pessoas, para que os grãos fossem preparados corretamente. Elizabeth sempre dava esse trabalho para as crianças do orfanato.

Haviam lendas de que as crianças que eram levadas pela Senhora Magna eram presas no porão e depois disso nunca mais eram vistas.

Lilian sabia que assim que a criatura descobrisse que ela fugiu, iria atrás dela até a encontrar. Dessa vez, a menina sabia que a criatura não seria tão misericordiosa com ela.

A menina olhou para um canto pouco iluminado do porão e viu uma mesa de madeira de acácia, com um grande pano cobrindo alguma coisa.

Lilian chegou perto do pano e suspirou, tomando coragem para remover o pano e ver o que estava por baixo dele. Era um pano bem velho e totalmente empoeirado, se fosse algum objeto importante, os funcionários cobriram com um pano novo.

Quando a menina puxou o pano, viu um personagem com aparência de urso, com a sua carcaça feita de um plástico duro que refletia a luz. O mascote estava sentado e desligado. A menina pensou que poderia ser um dos bonecos entregues no orfanato, mas que talvez por ser do tamanho de uma pessoa adulta, não foi entregue para as crianças.

Maggie resolveu não entregar esse personagem para as crianças pois havia um papel colado na caixa, dizendo que havia mau funcionamento do mascote e que ele apresentava falhas constantes.

Além disso, a Senhora Magna poderia ver e descobrir que as crianças estavam se divertindo com os seus brinquedos. Se isso acontecesse, todos seriam castigados e Maggie seria demitida.

Lilian observou que na barriga do personagem, havia uma abertura e uma porta que fechava o corpo do mascote. A menina viu que o espaço era suficiente para que uma criança pudesse entrar e se esconder.

Ninguém imaginaria que uma criança estivesse escondida dentro da barriga de uma coisa enorme daquelas.

– Esse bicho é muito feio e estranha... – Lilian falou, receiosa.

Por fora o personagem era feito de um plástico liso e duro, com cores muito fofinhas, mas por dentro haviam várias  peças de metal e fios de energia por toda a parte. Haviam pregos, parafusos e também equipamentos elétricos.

O mascote foi construído para fazer o transporte de crianças para outros lugares, mas por vários problemas foi abandonado e ficou velho. Então os donos da empresa resolveram entregar para o orfanato.

Os donos do lugar, removeram a CPU que continha o raciocínio lógico de inteligência artificial do personagem e pensaram que sem isso, ele não seria capaz de causar nenhum mal para crianças.

A menina abriu a porta e começou a entrar, o compartimento da barriga do personagem, era um desconfortável e apertado. Lilian sabia que podia achar uma boa posição dentro dele, se  apertando mais para a parte de cima.

A menina conseguiu entrar dentro do compartimento, achando uma posição interessante e sem pensar duas vezes, fechou a porta. Ficando sozinha no meio da escuridão e do silêncio total.

Lilian sabia que era arriscado ficar escondida naquele lugar, mas seria muito pior se a criatura amarela encontrasse ela.

Ela começou a pensar sobre a tinta vermelha no chão do porão, nenhuma parte do orfanato era pintada com vermelho e também não haviam latas de tintas com essa cor. Na verdade não havia nenhuma lata de tinta no porão.

A menina começou a ficar curiosa em saber o que poderia ser toda aquela sujeira e o motivo da criatura ter guardado ela e depois desaparecido sem nenhum motivo.

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Five Nights at Freddy's: Beyond the DarknessWhere stories live. Discover now