Sakura (YoonKook)

Capítulo Doze;

Jeon seguiu para a garagem do prédio, onde havia deixado seu carro. Estava imerso em raiva, apenas em lembrar-se do sorriso convencido que o delegado mantinha, e sua raiva tornou-se maior apenas em pensar das mãos alheias tocando Min, ou acariciando os fios de cabelo do menor. Mordeu o lábio inferior, sentindo aquela aflição dominar todo o seu ser, não sabia muito bem o que estava acontecendo, apenas estava com um medo extremo de não poder mais ter aquele Yoongi de volta, de não escutar mais ele lhe chamando de hyung o tempo todo, mesmo quando sua diferença de nascimento é de apenas algumas horas.

— Eu não sei ao certo o que eu estou sentindo, mas não estou disposto a te perder, Yoongi. — murmurou para si próprio.

Jungkook sabia muito bem que o afastamento dele e de Yoongi tinha sido causado por ele, que tudo que estava acontecendo agora era fruto de suas ações passadas, e que ele tinha que aceitar a decisão final do pequeno Min, no entanto, ele estava disposto a usar toda a sua força de vontade para que o menor voltasse a lhe enxergar com os bons olhos de antes. 
Depois do ocorrido de mais cedo, depois do que Yoongi fez com aquele papel tão valioso para si, Jeon refletiu muito sobre tudo que estava dentro de seu coração, sobre tudo que estava assolando sua mente.
E em todos os momentos a única imagem, o único nome que surgiu foi; Min Yoongi, o fato de Kimestar próximo do baixinho, só fez com que o cerebro reagisse mais rápido a favor dos sentimentos do ruivo. Fechou os olhos por breves segundos, relembrando as fotos que viu no álbum.

***

— Hyung, promete que sempre vai estar ao meu lado, não importa o tempo ou a distância!? — pediu baixinho, esticando o midinho.
— Hum. — fingiu pensar, e bagunçou os cabelos alheios. — Eu prometo, prometo que sempre estarei do seu lado independente do tempo.
— Hum... E hyung? — chamou o mais velho novamente.
— Ahn? — resmungou baixinho, sentou-se na grama e ficou admirando um pouco a paisagem.
Estavam mais uma vez no parque das cerejeiras, olhando as pétalas caírem com a força fraca do vento.
— Pode me levar a lugares legais? Quero pintar meu cabelo, quero fazer uma tatuagem! Quero ir no japão, ir acampar e pescar. — fez biquinho pensando em uma pequena listinha do que queria fazer quando fosse maior.
— Eita, eu estou ferrado em ter que me lembrar de tudo isso. — comentou sorrindo. — Mas vou me esforçar e te levar a cada cantinho que quiser, eu prometo! — beijou a testa do menor, com carinho.
A senhora Jeon aproveitou esse momento para tirar a foto dos dois garotos. Ambos tinham uma enorme quantia de fotos, e aos finais de semana a senhora Jeon e a Min juntavam todas que tiravam para poder revelar e por no álbum dos dois.
— Melhor irmos, temos muito dever para fazer, ainda mais agora que fui transferido para uma escola nova. — Jeon reclamou baixinho e envergonhado.
Min odiava quando seu hyung se metia em briga por sua culpa, ou quando tinha que trocar de colégio por consequência desses atos. Yoon não tinha culpa alguma disso, no entanto, sabia que se ele não estudasse na mesma escola do Jeon, o mais velho poderia seguir sem problemas.
— Não pense muito nisso. — sussurrou. — Não fiz isso por culpa sua, fiz isso por você...é diferente. — o puxou para um abraço.
Os dois se levantaram e seguiram para casa, de mãos dadas, pareciam dois bebês ainda. Mesmo tão pequenos, eram tão inteligentes, eram dois mines adultos.
— Yoongi, eu vou cuidar de você...para sempre. — murmurou.

***

— Me desculpe por não ter comprido esta promessa? Me desculpa mesmo. — murmurou. — Eu fui idiota demais. — suspirou.
Jeon ligou o carro e seguiu pelas ruas iluminadas, a noite tinha chegado, havia belas estrelas no céu. O rapaz não foi para seu apartamento, pelo contrário, antes de ir a casa do Kim, tinha passado em seu apartamento e pegado suas roupas e tudo que precisava.
Só depois seguiu para falar com o delegado e depois de falar com ele, teve mais absoluta certeza de que Yoongi ocupava um lugar maior do que o papel de “melhor amigo” na sua vida. Tinha certeza que seus olhos não o viam apenas como seu irmãozinho menor a quem deveria proteger e cuidar, tinha certeza de que Min era seu primeiro amor, e ele apenas não queria enxergar isso.