Meus olhos se abriram involuntariamente, com clareza pude perceber que estava em um lugar estranho, e não em minha casa, o que me fez recuar por medo. Isso era o que eu sabia fazer de melhor, ter medo, pelo menos é o que eu acho.
O lugar, por mais que não conhecesse, senti que era um bom lugar, me trazia paz de espírito, algo bom em meu peito, como se dissesse que aquele lugar nada de ruim aconteceria. Em minha frente havia 6 portas a seguir, cada uma diferente da outra. Na primeira, havia floresta escura e nebulosa, morcegos voavam pelo lugar, enquanto podia ouvir o piar de uma coruja, o som do balançar das árvores se misturavam com os outros sons, por mais que sua aparência fosse assustadora, não me sentia ameaçada, mas bem. Na segunda, continha uma casa velha e quase que destruída por completo, a vegetação tomava conta do ambiente, por fora e por dentro, assim como a primeira, não me sentia amedrontada. Já a terceira, era uma longa estrada a percorrer - o que me fez pensar se teria um fim -, ela além de ser longa, ao seu redor tinha algumas poucas árvores, arbustos e poucas flores, tão bonitas. Ao seu lado, tinha outra porta, a quarta, essa me deu calafrios apenas de olhar, era o oceano, tão profundo e vazio, não havia nenhuma luz se quer, nem mesmo algo para observar, porém, de alguma forma aquilo me causava uma certa curiosidade. A quinta porta me deixou admirada, era um enorme salão de festa, no qual parecia ter saído de um filme da realeza, com enormes lustres e cortinas belíssimas, mas não havia ninguém dançando ali, porém podia ouvir a música calma tocar. Sexta e última porta, não era nada além de um enorme campo de rosas, o que me fez sorrir, era tudo tão lindo, nele havia uma macieira tão bonita, era fantástico.
"Olá, Yun.", uma voz masculina e calma soou alto, porém, por mais que fosse repentina, não me assustei, aquela voz me acalmava.
"Quem é você e onde está?", questionei curiosa, olhando em volta.
"Eu sou… uma voz. Aquela que irá levá-la para conhecer as 6 portas à sua frente.", respondeu tão suave. "Mas lembre-se, você só poderá escolher uma única porta no final dessa jornada!", acenei inconsciente e dei um passo à frente.
"Qual começaremos?", pergunto.
"Gostaria de escolher?", acenei novamente. "Qual será sua escolha?"
"Podemos começar pela… sexta.", aponto para a mesma e ele murmurou para que seguisse.
Ainda sem entender muito bem a situação, na qual me encontrava, caminhei até a porta escolhida e passei sem muita cerimônia, era tudo tão belo, podia sentir o cheiro das rosas e um leve cheiro de maçã, olho para meus pés e percebo que usava um lindo vestido florido, o que me fez rodopiar, vendo seu movimento.
"Gostou?", uma voz familiar soou e me viro imediatamente.
"Jimin, que bom vê-lo.", me aproximo do moreno e o abraço forte.
"Também é bom te ver, Yun. Venha comigo, preciso te mostrar algo!", ele segura minha mão e caminhamos em silêncio até a macieira, sentamos sobre o chão.
"Aqui é lindo. Onde estamos?", questiono o encarando, ele sorri largo.
"Eu chamo de meu lugar!", sorri. "Esse lugar também pode ser seu, apenas precisa me escolher.", ele leva a mão esquerda atrás de si e retira uma linda rosa azul. "Quero compartilhar meu lugar com você, Yun. Apenas, me escolha…"
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