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2020.09.20

08:00


TEXTO 8

             O sol naquela tarde estava perfeito, podia sentir aquele vento soprando contra meu rosto e o som dos pássaros cantando era maravilhoso, meus pés descalços em contato com a terra molhada pela chuva de ontem a noite, a grama alta que chegava até a altura de minha cintura, correndo entre elas você abriu os braços na espera de que corresse e te abraçasse, assim fiz e nos beijamos de forma apaixonada, um beijo doce e com ternura. Eu não podia estar mais feliz ao lado do homem que escolhi para…

"Mas que droga. Não acredito que passei horas do meu dia lendo essa porcaria!", digo indignada com o final do livro, não era algo que esperava e muito menos que gostei.

            Aquela história havia começado bem, o casal era perfeito e tinha tudo para dar certo, mas por problemas da vida e do Peter - personagem que ficará com a mocinha no final -, que eles acabaram em conflito. Anna, a personagem principal, era uma garota jovem e livre, uma pessoa tão incrível e isso que me encantou pela personagem, porém diante de suas escolhas no decorrer do livro, preferia que ela tivesse morrido pela bala disparada da arma de Juliana, a vilã. Sinceramente eu gostaria que a vilã tivesse tido um final feliz, já que a mocinha se pareceu muito burra e insuportável, pelo fato de aceitar um cara a quem machucou ela, seja mentalmente ou fisicamente, ainda por cima ele teve a audácia de dizer que não quis bater ela. Por Deus, me arrependo por ter lido esse lixo.

             Enquanto pensava no livro e o quanto o final estava sendo ridículo, me peguei pensando em meu carcereiro, ele não aparecia mais em casa e as poucas vezes que tive notícias dele foram de manhã quando acordava tinha sempre um bilhete escrito coisas como "tem comida" ou "não precisa me esperar, não voltarei cedo", isso me deixou bastante intrigada se ele estava saindo de casa e indo talvez até a cidade próxima daqui, mas como ele me disse uma vez, estávamos no meio da floresta a chance de sair vivo daqui são quase inexistente, o que me fez aos poucos perder as esperanças de que sairia daqui.
  
           Estava tão perdida em meus pensamentos, pensando nas mil possibilidades do que pode ter acontecido com ele, que não percebi quando as correntes da porta fizeram barulho, mas algo ouvir sua voz despertei de meus pensamentos.

"Voltei.", sua voz soou preguiçosa e cansada, me levantei do sofá rapidamente e me mantive de pé, ele por outro lado apenas se aproximou de mim sorrindo e disse. "Ainda lendo esse livro? Quatro dias e ainda não terminou?", uma risada debochada saiu de sua boca e revirei os olhos.

   Mesmo distante eu poderia dizer que nossa "relação" mudou em alguns aspectos, agora podemos dizer que temos um pouco mais de liberdade para que eu possa tirar sarro de certas coisas e ele rir de uma besteiras que faço, até mesmo manter uma conversa mais de 5 minutos.

"Esse livro é o pior que já li, sério como você pôde me dar isso aqui?", pergunto indignada e o ajudo com a mochila que trouxe, coloco ela sobre a mesa e o ouso rir pela segunda vez.

"Então você terminou?", perguntou e assenti abrindo os armários a procura de algo para ele comer. "Achei que pudesse gostar, não sei.", dá de ombros e me estico para pegar um prato.

"Não, no começo achei que eles eram perfeitinhos até demais, porém gostei. Mas depois percebi que ela é burra o suficiente para deixar que um cara tome as decisões por ela e espancar Anna, e ainda por cima ela diz no final que o ama e ele é perfeito para ela. Ah por favor!", ele ainda continuava a rir de mim e de minha indignação.

"Certo bixinho, vou achar outro livro que você talvez goste, ok?"

            Ah é, além de nossa "relação" mudar um pouco nos dando um pouco mais de "liberdade", meu carcereiro tinha uma mania estranha e insuportável de me chamar de bixinho, não sei o porquê mas ele faz isso, o que muitas vezes me deu vontade de matar ele por me chamar assim, porém tento não ligar muito.

Angels and Demons •myg•Unde poveștirile trăiesc. Descoperă acum