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2020.09.02


09:56

TEXTO 3

Já se passaram uma semana e ainda estou aqui, meus machucados ainda não foram cuidados, não queria que aquele maluco encostasse em mim, ele sempre me trás comida, enquanto passo a maior parte do meu tempo olhando as árvores e o céu pela janela, se me olhasse no espelho tenho certeza de que me assustaria, não é nem preciso me olhar pra constatar isso, não tomei um banho se quer, já que não consigo me mover pela dor dos ferimentos. Desde que acordei me mantive sentada na cama esperando minha comida, minha barriga já dava seus sinais e logo ele aparece segurando a bandeja.

"Bom dia!", se aproxima e coloca a bandeja sobre a cama, me aproximo e começo a comer. "Seus ferimentos estão cada vez piores...", tenta tocar em minha perna, mas recuo. "Já não aguento isso.", sem mais delongas ele se aproxima tão rapidamente que não percebi quando me pegou em seus braços, quando dei por mim já estava sentada no vaso do banheiro, ele se agacha e tenta tirar minha blusa, mas o paro.

"Não...", ele me encara e suspira.

"Você precisa."

"Não vou deixar!"

"Eu não vou fazer nada com você sua idiota! Acha mesmo se quisesse fazer algo já não teria feito? Olhe para você e olhe para mim...", isso é verdade, eu não teria forças para impedir algo se ele tentasse. "Agora me deixe fazer isso logo.", ele tira minha blusa e depois meu short, me sentia tão invadida, mas ao mesmo tempo confiei nele, afinal, não havia o que fazer naquela situação.

A água fria entrou em contato com meu corpo senti um alívio e a dor, suspirei aproveitando aquela sensação, por alguns instantes esqueci do homem que me segurava em seus braços, que estava apenas de lingerie e de que estava sangrando. Bem, eu disse alguns instantes! Quando a água atingiu certos pontos que ainda doíam, não conseguir segurar um grito de dor, abri os olhos e encarei seu rosto, aqueles olhos me fazia se sentir estranha, tão profundos e sombrios, desvio o olhar e sinto ele me colocar no chão, e mesmo me sentindo fraca tentei o máximo ficar em pé, ele estava me segurando com uma mão enquanto com a outra pega shampoo, começando a lavar meu cabelo e ele estava até sendo delicado, era estranho tudo isso, em um momento ele me sequestra e me chama de idiota, em outro ele cuida de mim, isso não faz sentindo e só me deixa confusa. Depois do banho, voltamos para o quarto e já na cama, observava ele procurar algo no pequeno guarda-roupa do quarto, ele pega tudo que precisa e vem até mim.

"Vista isso.", me entrega, era apenas uma lingerie branca e um vestido solto florido.

"Pode sair?", ele não diz nada, apenas saí do quarto e tiro o roupão que estava usando, visto e pego a escova para pentear meus cabelos, não conseguia descrever em palavras a sensação que foi sentir o cheiro bom de lavanda que meu cabelo estava, depois de tempos eu havia lavado meu cabelo.

Minha preocupação agora era de sair desse lugar, mas como poderia fazer isso se nem andar direito conseguia? Minhas pernas ainda doíam como o inferno e precisava melhorar logo, não sei do que esse homem é capaz e quero me ver livre dele logo, nem que para isso precise fazer uma besteira.

"Trouxe uma caixa de primeiros socorros cuidar de seus ferimentos...", ouso sua voz soar pelo quarto e me viro rapidamente para encara-lo, tomo coragem e pergunto.

"Como sabe o tamanho de minhas roupas? Esse vestido ficou..."

"Eu sei tudo sobre você.", ele me encara e novamente aqueles olhos penetrantes me deixam envergonhada. "Vamos, deixe resolver isso logo...", ele se aproxima e abre a caixa tirando gazes e um vidrinho com um líquido escuro, ele molha o tecido e encosta em meu ferimento na perna, toda vez que encostava na área ferida, sentia uma queimação insuportável, mas apenas me controlava para não me mexer, quando terminou ele me encarou esperando algo. "Vire-se!", nego e ele apenas me vira, abaixa mais o vestido para ver minhas costas, ele tocou o local e soltei um gemido alto de dor. "Isso não está nada bem."

"Você não precisa fazer isso...", minha visão fica turva e sinto outra vez o líquido escorrer pela minha costas queimando por onde passa, solto outro gemido e aperto o travesseiro.

"Não se mova!", outro gemido escapa de minha boca e logo sinto algo gelado contra minha pele.

"Vai melhorar.", ele pega um pano e enrola em minhas costas indo até meus seios, fazendo com que fechasse o ferimento. "Pode terminar de comer, venho aqui quando acabar.", ele recolhe tudo e saí do quarto, minha respiração estava descompassada e me sentia fraca, minhas costas ainda queimavam como brasa.

"Eu preciso sair daqui o quanto antes..."

Angels and Demons •myg•Where stories live. Discover now