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2020.12.18

13:56

TEXTO 32

ANNE

Depois do ocorrido, todos pareciam inquietos, muito até culpados, cada um de nós sabia exatamente o que aconteceria assim que ela soubesse da verdade, mas não queríamos pensar nisso agora. Me mantive esperando, de aguarda, nos meus turnos, ficando acordada e pensando se meu pai - Deus -, ficaria contente ao ver as decisões que tomei, talvez não, ou sim, apenas saberia quando retornar. Mas, o que mais me mantinha acordada sem nem mesmo conseguir dormir, era saber que nesse momento Yoongi deveria estar no inferno, ou matando pessoas inocentes como fazia. Essa era sua especialidade, certo? Porém, depois de tudo que ocorreu, ele seria capaz?

"Obrigada.", agradeci ao receber o copo de café, já era o meu sexto copo em menos de 4 horas. "Madelyn vai me matar se souber.", sussurro sorrindo.

Passeando pelos corredores daquele hospital, observo as pessoas rezando por seus parentes, que estariam à beira da morte naquele momento, esse sem dúvida era um dos piores corredores, ver tudo aquilo e não poder fazer nada, é desesperador. Antes mesmo de entrar no quarto, onde Yun estaria desacordada, ouço gritos abafados, intrigada sobre, me aproximo do vidro e a vejo debater sobre a cama, assustada com a visão, gritei chamando pelos médicos, que não demoraram para aparecer no quarto e seda-la.

Após alguns segundos, Yun já estava tranquila na cama, os médicos saíram e pediram para que ficasse de olho, me aproximo de sua cama e ela me encara, ela parecia estar bêbada.

"Onde ele…", tenta falar, mas nego.

"Os meninos saíram e pediram para te vigiar, é o meu turno.", explico. "Mas, eu acho que ninguém vai ser capaz de te dizer isso, além de mim e Henry. Porém, não acho que ele seria uma boa pessoa e fazer isso.", seus olhos abriram e fecharam devagar, ouvindo atentamente o que dizia.

"Eu quero... vê-lo agora…", murmura, novamente neguei.

"Serei sincera com você, vou te contar o que aconteceu quando desmaiou.", sento em uma cadeira próxima a ela e suspiro. "Nós te levamos até esse hospital, menos o Yoongi e o Henry, eles ficaram e conversaram por muito tempo. Depois de algumas horas, ele chegou e o médico disse a real situação em que você se encontrava. A facada foi forte o suficiente para atingir uma parte do seu corpo, não entendi muito bem essa parte, mas o doutor contou que precisava fazer uma cirurgia de risco e que seria cara demais.", conto, faço uma pausa e ela me encara. "Henry gastou todo o dinheiro que tinha nessa cirurgia para te salvar, ficamos todos juntos rezando para que você acordasse e aqui está você, viva."

"E o… Yoon?", sua voz falha ao perguntar. Droga, chegou a parte difícil!

"Bom, essa já é a outra parte da história.", murmuro abaixando a cabeça, sinto suas mãos geladas e trêmulas, agarrem as minhas.

", murmuro abaixando a cabeça, sinto suas mãos geladas e trêmulas, agarrem as minhas

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"Ele está… bem, não é?", questiona com lágrimas nos olhos. Eu sabia que independente do que disse, ela não seria capaz de levantar da cama, mas seu coração se partiria ao saber.

"Está, ele está bem. É só que…", suspiro. "Ele escolheu ir embora."

"Em… embora?", com a voz embargada, ela tenta levantar, mas a impedi.

"Não pode se levantar."

"Ele não ia… me deixar!"

"Eu também pensei o mesmo. Quando vi suas lágrimas, acreditei que ele era capaz, mas… ele foi embora sem se despedir. Isso é um fato, é a verdade!"

"Não… consigo respirar!", diz em um fio de voz.

"O quê? Yun!", ela parecia agonizar, me aproximo da máquina ao seu lado e pego o aparelho para respirar, coloco na morena e ela sussurra algo.

"Eu quero ir pra casa!", gagueja chorando.

"Você só vai receber alta daqui a uma semana, Yun.", digo.

"Não consigo ficar aqui. Eu nem mesmo… consigo respirar!", sussurra. "Eles vão… me matar!"

"Precisa descansar. Vou ficar aqui até acordar, não se preocupe.", ela fecha os olhos.

Com um peso no peito, saio da sala e me agacho, sentando e abraço meus joelhos, sentia como se fosse chorar a qualquer momento. Mas, por quê?

"Anne, está tudo bem?", Jeon me chama e encaro-o.

"Eu não sei…", murmuro, ele senta ao meu lado. "Desde que ela veio parar nesse hospital, sinto que… como se ela fosse alguém que devo proteger e salvar. Alguém importante!"

"Somos anjos, Anne. Temos compaixão em nossos corações, temos empatia!"

"Não, você não entende.", olho em seus olhos. "Eu sinto que já a conhecia!"

Angels and Demons •myg•Where stories live. Discover now