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2020.09.09

19:30

TEXTO 4

Mais uma semana se passou e já estava em condições melhores que antes, meus ferimentos são cuidados todos os dias e ele faz questão disso mesmo dizendo que não é preciso, já consigo andar normal e passei a sempre observar as estrelas pela noite, podia até dizer que foi uma luz enviada por Deus, destino ou qualquer coisa, no final de tudo aquelas horas que passei olhando para o céu e pedindo ajuda a todos os Deus e entidades existentes, foram muita mais do que escutas, eu finalmente pensei em plano que talvez funcionasse me pudesse me tirar daqui.

Meu plano é bem fácil: ganhar a confiança dele!

"Vamos...", é tudo que ele diz ao entrar no quarto apenas me levanto e o sigo, não podia aborrecer se quiser sair daqui. Descemos as escadas e ele me levou até a cozinha, que por sinal, era bem organizada, a casa em si era linda tudo tão simples. A casa tinha dois andares e, pelo que vi no andar de baixo há apenas uma sala e uma cozinha americana rústica, tudo bem decorado e bonito. "Sente-se.", ele aponta para a cadeira onde devo me sentar naquela pequena mesa de quatro cadeiras, sento-me onde ele pede e ele faz o mesmo, ficando do outro lado e de frente para mim.

Um silêncio estranho e agonizante toma conta do lugar, apenas trocamos alguns olhares enquanto ele me servia com algumas coisas na mesa, estava tão nervosa e várias coisas se passavam em minha mente, várias perguntas nenhuma resposta, ele percebendo meu desconforto se pronunciou.

"Se não me desobedecer, todos os dias poderá fazer suas refeições aqui e pode ficar tranquila, você não vai precisar parar de comer quando terminar.", fico atônita por suas palavras, era como se ele soubesse do que aquele monstro fazia comigo. Ainda perplexa diante daquilo, resolvo criar coragem e perguntar.

"Por quanto tempo vou ficar aqui?", ele não me olha nos olhos, se mantém sério e comendo em silêncio, mas a dúvida sobre aquilo rasgava meu ser, era gritante a maneira que ansiava pela resposta.

"Por que não come?", não podia crer que ele não iria responder aquela pergunta, queria me levantar e jogar tudo na parede, gritar e dizer o quanto quero ir embora se possível não vê-lo, mas nada faço, além de começar a comer, levo a primeira garfada até a boca e fixo meus olhos em seu rosto pálido.

"Qual o seu nome?", ele olha para mim e não é preciso ser um gênio para saber o que ele está pensando.

"Não lembra do meu nome?", nego já sabendo que ele perguntaria isso. "Min Yoongi.", diz voltando sua atenção para o prato na frente do mesmo.

"Posso perguntar mais uma coisa?"

"Você já está perguntando, mas ok... Diga logo."

"O que pretende fazer comigo?", ele para imediatamente de comer e fixa seu olhar em mim, logo um sorriso debochado se forma em seus lábios e uma risada preenche a casa.

"Fazer? Oh, não. Eu não pretendo nada, bem, a menos que você queira.", engoli seco com o que ele diz e as memórias de tudo que já sofri se passam em minha mente, seguro firme na mesa e tento não pensar nisso, até que sua voz me tira daquele transe. "Você vai precisar entender algumas regras, ok? Mas primeiro coma, ainda não tocou na comida.", apenas volto a comer em silêncio e ele faz o mesmo.

____¥____

Depois do jantar, fiquei sentada por algum tempo na espere de que ele terminasse de recolher tudo na mesa e lavar também. Ao terminar, subimos para o quarto onde fiquei desde que cheguei aqui, sentando na cama tentei ao máximo me manter calma mesmo que os olhos estivessem fixos em mim, tentava me distrair brincando com meus dedos e podia sentir as gotinhas de suor descer pela minha costas.

"Agora que terminamos de comer, vou ditar as regras que são bem simples, primeira não me desobedeça, segunda não tente fugir e terceira... Jamais tente algo contra mim ou a si mesma, entendeu? E se tentar passar por cima de minhas ordens, juro que sua mamãe vai pagar caro por isso..."

Minha mãe. Ele sabe da minha mãe! Mas como? Ela está em um manicômio e nem mesmo o que sobrou de sua família sabe disso, ninguém sabe, nem eu mesma sei, James, meu pai, fez a questão de mudar de manicômio para que não soubesse e fosse atrás dela, ou até mesmo dedurar para alguém. Então, como que ele...

"Antes que me pergunte como eu sei de tudo isso, a resposta é que eu sei muito mais de você do que si própria.", minha cabeça parecia que iria explodir, era tanta informação que não conseguia nem mesmo respirar, tudo parecia girar e me sentia tonta.

"Quero voltar para casa!", digo me encolhendo assim que aproxima com o seu sorriso sombrio, lágrimas quentes escorriam pelo meu rosto.

"Ah querida, você ainda não percebeu? Essa é sua casa agora...", suas palavras ecoava e tudo gira ainda mais, me fazendo não conseguir mais ficar de pé e tudo fica escuro.

Angels and Demons •myg•Where stories live. Discover now