Capitulo 19

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                        Sophie Rockenbach

Tento abrir meus olhos, mas minhas pálpebras estão muito pesadas, sinto muita dor por todo o meu corpo. Flashes da noite passada vem a minha mente, Nikolai me levou pra mesma cabana de quando tinha 14 anos e o objetivo dele era me amedrontar, grande erro, assim como errou em me deixar viva.

Nos dois dias que fiquei na Rússia, descobri que Nikolai não está tendo o apoio da grande maioria dos russos o que levou ele a procurar por pessoas capazes de trair a Camorra e essa vai ser exatamente a sua ruína, vou fazê-lo se arrepender de mexer comigo, mas antes, preciso sair daqui.

Com muita dificuldade, eu consigo abrir meu olhos, tento me acostumar com a luz que entra pelas janelas, percebo que estou num quarto de hospital e um barulho irritante da máquina que monitora meus batimentos ecoa por meus ouvidos.

-Ei, você acordou!

-Agu... Água - minha voz sai rouca

-Aqui amore, beba

Bebo a água e agradeço a Lorenzo, percebo que ele está cabisbaixo.

-O que aconteceu?

-Bom - ele suspira- primeiro você teve a terrível odeia de se encontrar com Bukovski, que eu fui contra desde o início e depois...

-Lorenz - reviro os olhos - essa parte eu sei amor, eu quero saber por que está com essa cara!

-Você me chamou de amor de novo e nem percebeu - um sorriso bobo surge em seu rosto

-Primeiro, eu percebi sim e segundo, não mude de assunto

-Vou chamar o médico - suspira e sai do quarto

Escuto alguém bater na porta e autorizo entrar, quando vejo quem é, meu sorriso se alarga em meu rosto

-Tio Charlie, que bom que está aqui!

-Oi princesa, que bom que te peguei acordada, precisamos conversar

-Pode falar tio - aceno pra cadeira ao meu lado

-Sei que agora você é a chefe e não tenho mais autoridade pra te dar conselhos - ele senta na cadeira - mas acho que você está fazendo uma grande besteira em colocar meu filho como subchefe, ele não faz nada direito Sophie, só sabe atirar e acho que vai destruir tudo que eu e seu pai conquistamos.

-Porque diz isso do próprio filho?

-Por que o conheço e sei que ele não é apto para o cargo.

-E quem seria, tio?

-Bom - pigarreia - eu!

Charlie Altman foi subchefe por 20 anos ao lado do meu pai, ele sempre foi ótimo com a máfia mas péssimo com os filhos. Quando bebia demais, batia nos filhos e os culpava pela desgraça que sua vida era, quando sua esposa morreu de acidente, bem, foi um alívio, como Adam mesmo diz pois ela também sofria com as agressões de Charlie.
Nunca conseguimos provas pra tirar ele do cargo, já que meu pai nunca fez isso, os filhos nunca o denunciou.

Eu sempre odiei Charlie, Adam sempre me contava o que ele fazia e sempre via como ele olhava pra mim e minha mãe. Aqueles olhos cheios de ódio, desejo e raiva, meu pai falava que era coisa da minha cabeça, mas eu sabia o que via, acho que papai nunca quis perder o subchefe, como eu disse, ele era bom pra máfia.

-Ora Charlie, eu confio no Adam e acho que você discordar de uma decisão minha não é muito bom, ainda mais na situação que a Camorra se encontra.

-Antes de você ser chefe Sophie, é uma criança e o apropriado é ter alguém mais experiente ao seu lado.

-Vou pensar tio Charlie. - ele assente - Me diz uma coisa, descobri que tem um traidor no nosso meio, pode tomar conta disso?

-Claro querida

E ali estava, aquele olhar que sempre me lançava, desprezo, ódio, luxúria e desejo.

-Mais uma coisa tio - ele me olha - vamos marcar de ir na sua cabana no litoral, a última vez que fomos, eu e Klaus éramos crianças, sinto saudade.

-É... - pigarreia - eu vendi querida

-É mesmo? Quando?

-Mais de 10 anos

E assim, Charlie sai do quarto, depois de alguns minutos, Lorenzo volta com o médico

-Que bom, vejo que já acordou!

Ele se apresenta e faz exames em mim pra saber como estou e finalmente desliga aquele aparelho irritante

-Senhora Rockenbach, seu estado foi grave, teve 4 paradas cardíacas na mesa de cirurgia, levou 15 tiros, dois foram na barriga e - suspira - infelizmente você perdeu o seu bebê.

-Meu o que?

-Você estava grávida de 12 semanas Sophie, sinto muito.

Certo. Certo, minha cabeça está rodando, eu estava grávida? Como não percebi?

-Obrigada doutor, pode me dar licença? Preciso falar com meu marido

O médico sai do quarto e eu respiro fundo, preciso manter a cabeça no lugar. Eu atraio a morte, já não tenho mais dúvida disso, então preciso que a morte que me persegue esteja a meu favor.

-Sophie, você está bem?

-Sim amor, não se preocupe, chorarei por nosso filho depois da minha vingança.

Depois de horas de mais exames, o médico disse que eu ia precisar ficar no mínimo 15 dias no hospital e eu claro, discordei. Não vou ficar mais um minuto aqui nesse hospital, 3 dias já foram o suficiente. Converso com Lorenzo e o convenço a me tirar daqui, com muita relutância, ele concorda; assinamos vários papéis e saímos do hospital.
Recebo uma bronca de Adam quando ele me vê entrando pela porta.

Converso com Adam e conto a ele sobre minha conversa com Charlie, que claro, fica puto com as palavras do pai.

-Vamos parar de falar nesse merda. Vai deitar, você precisa descansar, nem devia estar fora da porra do hospital

-Nem comece Adam, me leve pro galpão, quero ver El Diavolo em ação, já que não tenho condições de torturar ninguém.

Adam me leva até o galpão que usamos pra torturas, Lorenzo já estava aqui e quando eu entro me deparo com uma cena linda. O ruivo estava com sua roupa toda ensanguentada, os olhos verdes escuros, sexy.

Enquanto uns o teme por ver ele assim, incorporando o mafioso mal, eu só quero agarra-lo e dar pra ele até ficar com as pernas bambas. Sexy para um cacete.

O cheiro de sangue inunda todo o galpão, Bukovski já está sem força, Lorenzo está fazendo um ótimo trabalho, já esfolou as pernas, arrancou uma orelha, quebrou os joelhos com um martelo e enfiou a faca em várias partes do corpo de Vladimir.

É uma cena linda, nem parece o ruivo doce e gentil que me casei, Lorenzo sabe separar sua vida, diferente de mim; depois de conseguir as respostas que queríamos, Lorenzo olha pra mim perguntando se pode finalizar e eu assinto.

E o show começa, Lorenzo passa a faca cega por toda costas de Vladimir, que grita de dor, corta o seu pau e enfia em sua boca, em seguida corta a cabeça e por fim, corta o seu peito e me dá o seu coração.

Coloco o coração dentro de um vidro e a cabeça em uma caixa cheia de rosas e mando os soldados entregarem na casa de Nikolai.

"Um filho por outro filho
                                         S.R.R"

Que a vingança comece.

O inferno que há em mim Livro 1 O legado Rockenbach-Rossi Where stories live. Discover now