Capitulo 29

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Sophie Rockenbach

Sangue por todo lado, acho que nem nas minhas torturas eu vi tanto sangue assim. Não faço ideia do porque Aurora está sangrando tanto.

Ligamos pra ambulância mas eles disseram que não tinham nenhuma disponível no momento. Joseph me ajudou a colocar Aurora no banco de trás do carro e Lorenzo está com ela, pra que seu corpo não caia.

Não permito que ninguém dirigisse além de mim, só confio em mim pra ser rápida o suficiente e levar Aurora ao hospital.

Estou bem a cima da velocidade permitida, liguei o pisca alerta e estou buzinando pra qualquer filho da puta que entra no meu caminho.

Meu celular começa a tocar e vejo o nome de Nick piscando na tela, atendo com o comando de voz que tenho no carro.

Ligação on

-Já tá no hospital?

-Ainda não, estou quase chegando

-Merda Nick, não posso chegar antes de você, estou a menos de 10 km

-Eu vou chegar antes Sophie. O que aconteceu?

-Eu não faço ideia, só sei que Aurora está grávida de 7 meses e está sangrando muito. Ela tá muito pálida Nicolas, o sangue não para

-Mantenha a calma! Quantos anos ela tem?

-Só 15 anos

Lorenzo grita que Aurora começou a convulsionar e me desespero

-Cacete, deite ela de lado e segure a cabeça dela e corre Sophie, ou vai ter que escolher quem salvar

Ligação off

Nunca escolheria quem salvar, eu não tenho esse poder, não posso fazer isso, então acelero mais ainda sem me importar com nada.

Chegando no hospital, Nick já está com uma maca e vários enfermeiros nos esperando. Estaciono o carro em frente a porta de emergência e sem me importar com mais nada, saio do carro indo atrás da maca. Grito pra Lorenzo tirar o carro de lá e jogo a chave pra ele que faz o que pedi.

Passamos por um corredor enorme e os enfermeiros entram com Aurora pra dentro de um quarto

-Não pode passar daqui Sophie

-Tá de brincadeira Nicolas? Acha mesmo que vou sair de perto da minha irmã?!

-Se quiser que ela e o bebê sejam salvos, sim!

-Se esqueceu quem eu sou?

Nunca fui de falar isso, nunca usei o meu poder pra conseguir nada fácil, mas porra, é minha irmã que está lá, ela já sofreu de mais, não posso abandoná-la

-Eu sei bem quem você é Sophie, mas isso não vai salvar sua irmã

Então Nicolas se vira e entra na sala, fechando a porta na minha cara.
Ele tem razão, não importa quem eu seja, eu não vou salvá-la.

(...)

Já faz 3 horas e não tenho nenhuma notícia, a recepcionista já não aguenta mais ver a minha cara. Confesso que fui até ela umas 15 vezes, o que posso fazer, estou preocupada.

Lorenzo não saiu do meu lado nenhum minuto, Joseph e Mika estão em minha casa e me mandam mensagem a cada 5 minutos pra saber como tudo está.

Avisto Nicolas saindo da porta e vindo em minha direção, meu coração se aperta

-Sophie, fizemos de tudo. Aurora perdeu muito sangue, ao que tudo indica o sangramento foi causado como uma proteção de seu corpo. Ela não tinha idade pra estar grávida e ao que tudo indica, ela estava tendo um aborto espontâneo.

-Como ela está?

-Não conseguimos salvá-la, ela perdeu muito sangue e seu corpo já estava em choque quando chegou aqui. Tivemos que optar entra salvá-la ou salvar o bebê e optamos por aquele que teria mais chance de sobreviver.

-Onde está o bebê?

-Na CDI infantil, vamos, vou levá-los pra ver sua sobrinha .

Enquanto íamos a UTI, Nick me explicou que o corpo de Aurora poderia ter expelido a criança quando ela ainda estava com semanas, mas por alguma razão, não o fez. É raro, mas acontece.

-Aqui está, parabéns titia, é uma menina.

Sorrio ao ver a pequena menina, não posso pega-la pois está cheia de tubos e meu coração se aperta.

Lorenzo sorri pra mim e eu sei exatamente o que fazer

-Vamos adota-la

-Tem certeza amore mio?

-Tenho, olha pra ela Lorenzo, não podemos simplesmente deixar ela num orfanato qualquer

-Ninguém pode saber de quem ela é filha! - olho pra ele

-Concordo. Você acha que é de Sidorov?

-Nikolai era loiro e Sidorov tem os cabelos negros, como dessa garotinha - assinto

-Luise Aurora Rockenbach Rossi - sorrio

-Porque Luise?

-Essa menina já nasceu lutando, já é uma guerreira. Ela é uma guerreira gloriosa

-Luise, nossa filha - ele diz e meus olhos se enchem de lágrimas

-Cuidarei de você pequena guerreira dos cabelos negros 

Passo a mão por seu pequeno rosto e Lorenzo me abraça

-Vou cuidar de tudo amore mio, não se preocupe

E assim Lorenzo me deixa sozinha com Luise e eu só peço a Deus que eu seja uma boa mãe.

Não vou esconder nada dela, não a deixarei no escuro, mas ela é minha filha e vou protegê-la até o inferno.

O inferno que há em mim Livro 1 O legado Rockenbach-Rossi Onde as histórias ganham vida. Descobre agora