Triângulo (Taeyoonseok)

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°Eu quero respirar, eu odeio essa noite
Eu quero acordar, eu odeio esse sonho
Eu estou preso dentro de mim e estou morto
Não quero ficar só°
- Bts, Save me

 

   Passada uma semana no hospital, Yoongi estava começando a cogitar aceitar a proposta que Taehyung havia feito. Morar junto dos outros dois na mesma casa para uma melhor recuperação do rapaz sem nome, enquanto uns ajudavam aos outros. O que não caía muito bem nessa história era o fato de seu "trabalho" ser um empecilho para a recuperação do garoto, este qual havia tido bastantes crises enquanto permanecia no hospital.
   O Kim, havia começado a conversar com o outro para um possível incio de recuperação, ele tinha se mostrado um tanto retraído com qualquer aproximação, mas podia se ver que era um rapaz gentil, adorável e educado.
     Passava a maior parte do tempo assistindo televisão, procurava não incomodar nenhum dos dois, mais Yoongi, já que o Kim dava uma passada no hospital durante a noite já que trabalhava ao dia, mas em algumas ocasiões, ele fazia seu horário e ficava até mais tarde um pouco.
    O paciente sem nome, não falava muito, tinha olhos desconfiados e tristes, e tentava não chamar o máximo de atenção para si.

— Já comeu hoje? – o Kim chegou perguntando para o desmemoriado.

— Comi, a enfermeira trouxe uma sopa verde meio estranha, sem sal, mas era gostosinha. – comentou sem tirar os olhos da televisão.

— Cara, a gente tem que arrumar um nome para você. – Taehyung comentou — É complicado falar de ou com você sem um nome.

    O "desconhecido" deu um sorriso, enquanto observava Tinkerbell passar na televisão.
    Taehyung se sentiu ignorado, mas apenas sentou na cadeira de acompanhante, sacou o celular e começou a mexer em algum aplicativo a vista.

🛐

   Yoongi mostrava a foto para seu chefe atual.

— É este? – perguntou com um pingo de esperança, mas recebeu uma reação negativa.

    Não conseguia entender como um criminosinho de merda havia se escondido como fumaça. Suspirou, guardou o celular no bolso.

— Eu vou encontrar. – disse, e o rapaz a sua frente assentiu. — Eu creio estar perto.

  Sentou-se em sua cadeira, e fechou os olhos por alguns minutos, nem notou o bilhete que o rapaz deixou antes de sair. Precisava relaxar um pouco, sentia-se sobrecarregado por si próprio, não tinha o que fazer, ou achava o cara, ou achava.
   Estava em uma situação cansativa, havia o menino para cuidar mas ainda nem tinha encontrado o Young, que cada vez que chegava mais próximo mudava o nome. Levantou-se e saiu.

— In, eu vou sair agora, volto só amanhã, se tiver informações novas ou alguém querendo contratar me manda mensagem. – avisou a secretária e saiu.

   Desceu pelo elevador, sentia uma leve dor nas costas por conta do cansaço, assim que entrou no carro pediu para que o motorista o levasse até o hospital.
   O "sem nome", ficaria no hospital até a segunda, o que significava que teria por volta de três a dois dias para pensar no que faria com aquele rapaz. Taehyung também parecia bastante interessado em estar na sua casa, não sabia o que havia rolado com aqueles outros dois e ele, mas esperava que não fosse nada grave.
   Sentiu o vibrar do telefone, e viu a mensagem da pessoa denominada com "hyung", "quando vai vir aqui, tenho sempre seus bolinhos favoritos, quero te ver". Yoongi sorriu torto, sabia que o mais velho se preocupava consigo, mas ele precisava de um tempo para não confundir os próprios sentimentos, Jin amava Namjoon e Yoongi amava os dois juntos, mas um coração decepcionado é um coração decepcionado.
   Respondeu que logo daria as caras, em breve, nem longe, nem perto mas jaja.
   Ao chegar no hospital, foi direto para o andar em que o outro estava hospedado.

— Senhor Min! – o médico de longe chamou — Podemos conversar um pouco?

— Olá, doutor Cha, podemos sim. – sorriu o cumprimentando — Aconteceu algo?

— Então, hoje mais cedo o rapaz teve uma crise por causa de um medicamento que fomos aplicar no acesso, ele se debateu e disse coisas fora de sentido. – Yoongi ouvia atentamente — Daqui a dois dias ele vai ter alta, vou te dar um direcionamento para o nutricionista, e também para o psicólogo. – o médico continuou — Ele tem muitos danos psicológicos, a gente acredita que é por conta da memória dissociativa, ele tem pedaços que lembra e outros que foram completamente esquecidos por conta de um trauma.

    Yoongi assentiu, então o buraco era bem mais em baixo, pensou.

— Um dia ele vai lembrar de tudo? – perguntou

— Leva tempo, mas eu creio que sim, ele precisa de repouso, uma boa alimentação e consultas ao psicólogo, e tudo vai vir aos poucos. – respondeu o médico — desde as memórias boas às ruins.

— Compreendo. – respondeu pensativo.

🛐

    Os dois dias haviam passado como vento, já era o dia de morarem um período junto, o inesperado era a proximidade que Yoongi e o rapaz haviam criado, eles se tratavam bem, comentavam coisas parecidas e gostavam de quase todas as mesmas coisas. Seria tranquilo compartilhar a moradia com ele. Já Taehyung, esse compartilhava o básico, mas sempre se mostrava pronto para ouvir, estava distante em pensamento, parecia deprimido ou triste.
    O rapaz sem nome, parecia acanhado sobre morar com dois desconhecidos, mas no fundo estava um tanto animado, pois sairia do hospital depois de dias provando aquelas comidas sem sabor, mas agradecia já que a muito tempo não tinha um cardápio tão vistoso.

— Vamos passar no nutricionista, aí depois, vamos para casa. – Yoongi anunciou.

   O rapaz, estava cansado do lugar, precisava de outros ares, e não aguentava mais aquele som irritante de máquinas. Então, apenas assentiu. Assim que levantou da cama, esticou-se, ouvindo alguns ossos estalarem, e riu pequeno.
   Viu Yoongi guardar algumas coisas em uma mochila. Cansado do local, o rapaz, já se pôs próximo a porta, se segurando a maçaneta, só não esperava que alguém abrisse por fora, fazendo com que ele desabasse em cima da pessoa que estava do outro lado, por sorte, a pessoa foi mais rápida, segurando em sua cintura, pela proximidade dos rostos, o rapaz notou Taehyung, bem a sua frente com a mão na sua cintura.
 

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