𝒞𝒶𝓅𝒾𝓉𝓊𝓁𝑜 𝒸𝒶𝓉𝑜𝓇𝓏𝑒

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❂Mayse Mancini❂

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Mayse Mancini

 
Como nada na vida vem de graça, sempre acontece uma coisa ruim atrás de uma coisa boa.

Estávamos comemorando que Kiara havia achado algo, quando aqueles dois caras chegaram no cemitério também. Que acabou em uma perseguição assim que nos viram, mas posso dizer que Pope foi quem levou a pior. 


— Corre mais rápido! — ouço JJ gritar, mas não me atrevo a olhar para trás.

— EU TO TENTANDO. — Pope já estava quase sem fôlego. Eu cheguei no portão e comecei a escalar ele.

— Eu te ajudo. — JJ coloca suas mãos em meus pés e me empurra para cima. Eu consigo pular, sendo seguida de Kiara e John B.

— Pulem logo! — eu os apresso assim que vejo os homens se aproximando ainda mais. JJ pula, mas Pope acaba ficando preso pela bermuda. — Tá de brincadeira com a minha cara. 

— Vai pro carro! — JJ grita enquanto corre pra ajudar Pope.

Começo a correr pro carro que já estava com a porta aberta. Entro pro carro e me viro para olhar os meninos e os vejo correndo até nós. Olho pra Pope e vejo que sua bermuda ficou na grade. 

— Eu juro que se esse sorrisinho no seu rosto, for porque está lembrando de mais cedo, eu vou te matar. — olho pra Pope e faço uma cara de desentendida.

— Não sei o que te faz pensar nisso. 

— Não come esse pão, tá mofado a três dias. — olho e vejo JJ passando algo no pão mofado. 

— Eu vou tirar as partes mofadas. Além disso, o mofo faz bem. É um organismo natural. 

— Se você passar mal, eu não vou mover um dedo para te ajudar. — ele sorri e vem até mim.

— Eu não vou, relaxa. — ele me beija e vai em direção ao John B que estava abrindo o pacote que Kiara havia achado no túmulo. Me levanto e vou até eles, parando ao lado de JJ.

Era apenas um mapa, enorme. 

— O x é o lugar. — Pope aponta. 

— Longitude, latitude… — John passava os dedos pelo mapa, fiz a volta em sua cadeira e pego o envelope. 

— Tem mais isso aqui. — tiro um gravador de dentro do pacote.

Olho para John que apenas acena com a cabeça, aperto um botão e em seguida a voz do pai de John B começa a ecoar. 

— Querido Bird. Odeio dizer que avisei, mas eu avisei. E você duvidou do seu pai. Eu suspeito que nesse momento, você esteja cheio de culpa e raiva de si mesmo, pela nossa última briga, mas não se mate ainda. Eu também não esperava encontrar o Merchant. Você estava certo em brigar comigo. Eu não fui exatamente o melhor pai do mundo. O que eu posso dizer? Eu senti o cheiro do ouro. E eu espero que a gente esteja ouvindo isso na nossa nova casa, na Costa Rica, vivendo de investimentos passivos e licenças de obras. Se não for esse o caso, você deve ter achado isso em uma situação meio ruim. E é pra isso que o mapa serve. Ele está lá, o Merchant naufragado. Se algo acontecer comigo, termine o que eu comecei. Ache o ouro. Eu te amo, Bird. Apesar de nem sempre ter demonstrado. A gente se vê do outro lado. 

A gravação para e eu olho pra John B que já estava chorando. Ele pega o gravador da minha mão e se levanta. John B para na porta e começa a soluçar. Kiara vai até ele e o abraça. Eu puxo JJ pela mão e faço um sinal para Pope que me segue. 

— Vamos acender a fogueira? — concordo com Pope que sai a procura de lenha.

— Você tem noção que ele achou o ouro? — JJ passa as mãos nos cabelos com um sorriso no rosto.

— Acho que não é uma boa hora pra falar isso. E é melhor você escovar seus dentes. — ele junta as mãos e assopra nelas, ele franze a testa e me olha. 

— Você tem toda a razão, eu já volto. — ele volta correndo pra dentro de casa. Pope chega do meu lado e larga várias toras de lenha.

— Você realmente acha que ele achou mesmo o ouro? — Pope me olha curioso.

— Eu não sei. Vamos ter que ir atrás para descobrir. — Pope sorri.

— Mais uma aventura dos pogues? — concordo e ele ri. 

— Eu vou pegar as cervejas e chamar John B e Kiara. 

— Vou arrumar a fogueira. — concordo e vou em direção a casa.

John B e Kiara estavam no sofá. Ele já havia parado de chorar, mas o silêncio ainda predominava. Eu vou até eles e me abaixo à sua frente. 

— O Pope está acendendo a fogueira, e eu vim buscar algumas cervejas. — ele me olha e dá um sorriso de canto.

— Isso é um convite? — sua voz estava rouca e baixa.

— Não, é uma convocação! — ele ri e eu o acompanho.

Dou um beijo em sua testa e me levanto. Vou em direção a cozinha e abro a geladeira pegando as cervejas. Dou um pulo quando sinto duas mãos geladas na minha cintura. Eu me viro e fico de frente pra JJ. 

— Sente meu hálito agora. — começo a rir.

— Tem certeza? — faço uma cara de nojo e JJ revira os olhos. Ele me puxa mais pra perto dele e me beija, eu coloco minhas mãos em seu rosto e o puxo. 

— Ai que nojo, logo na cozinha. — ouço a voz de Kiara e começo a rir e me separo de JJ. 

— Você é muito estraga prazeres. — JJ se vira pra ela, Kiara apenas se vira e sai.

Pego algumas cervejas e entrego na mão de JJ e me viro pegando outras. Nós caminhamos para o lado de fora entregando uma cerveja pra cada um, as que sobraram eu as deixei num canto no chão.

JJ se sentou no chão ao lado de Pope, enquanto Kiara estava perto de John B. Eu me sento no meio das pernas de JJ e encostei minhas costas em seu peito, ele passou um braço pela minha cintura e encostou sua cabeça na minha. Nós ficamos em silêncio por um longo tempo, apenas ouvindo o som das árvores. 

— São cinco milhões… — John diz quebrando o silêncio e chama a atenção de todos nós. — Vamos dividir por igual, o que vai fazer com seus 100 milhões Pope?

— Pagar minha faculdade adiantada. E meus livros, eles são caros. 

— E você Kiara? — JJ pergunta e todos a olhamos. 

— O que uma socialista faz quando é rica? — Pope comenta e eu rio baixinho. 

— Quero gravar um álbum. Sobre Outer Banks, os Pogues. Sabe, tipo Catch a Fire. Vou gravar no estúdio do Marley, com o Peter Tosh produzindo. — antes que Pope pudesse falar, ela o interrompeu. — Eu sei que ele morreu, mas o espírito de Peter Tosh nunca morrerá. 

— Já eu vou comprar uma mansão no Figure 8 e virar um Kook. — JJ diz e bebe sua cerveja. 

— Você vai virar um Kook? — Pope pergunta rindo e JJ concorda. 

— Vou mandar esculpir uma estátua minha de mármore, e construir um laguinho cheio de carpas. — todos caímos na risada.

— Eu não vou te visitar. — Kiara diz enquanto ri. — E você, May?

— Eu vou guardar uma parte para investir na minha carreira de bióloga, e quem sabe a outra parte eu não doe para alguém que realmente precise. E você John B?

— Vamos virar super Kook. — ele dá de ombros e todos nós comemoramos, e nos inclinamos para brindar.

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