𝒞𝒶𝓅𝒾𝓉𝓊𝓁𝑜 𝓈𝑒𝓉𝑒

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❂Mayse Mancini❂

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Mayse Mancini

"O furacão Agatha segue firme em direção á ilha Kildare nos Outer Banks"

- Tá ouvindo, Mayse? - minha mãe grita da sala.

- Claro que eu estou ouvindo. 

- Nada de sair. - ela me olha repreensiva assim que eu chego na porta da sala. 

- Ela ainda não chegou. 

- Nem pense em tocar na maçaneta. 

- Mãe, eu preciso fazer só uma coisinha na rua.

Deste que começou a noticia que o furacão estava realmente chegando, pensei em JJ. Eu sei que ele não tinha como ir para sua casa, e também sabia que John B não era uma pessoa tão confiável para JJ ficar, alguma confusão ele iria arrumar. 

- Já está avisada. - ela se vira para a televisão.

Fico pensando de que maneira posso sair de casa para ir buscar JJ, alguns minutos depois uma ideia vem na minha cabeça. 

- Mãe, o pai disse que queria que eu fosse até a empresa pegar alguns papéis daquele curso. 

- Seu pai é louco? O furacão ta chegando e ele quer que você vá buscar papéis? Normalmente isso tem um prazo, quantos dias tem mais? 

- Hoje é o último. - ela me olha. 

- Eu não vou nem perguntar o que você estava fazendo por ai, que não foi lá. 

- Se eu for agora, consigo voltar de carona com o papai. - ela bufa.

- Vai logo, Mayse. - sorrio e abro a porta da frente e começo a correr em direção a casa de John B, provavelmente JJ estará lá.

No caminho vejo que todos já estavam se preparando para o furacão. Alguns colocavam lonas por cima das coisas, outros estavam guardando suas coisas da rua, etc... 

Aproveito que já estava quase chegando na casa de John B e ligo para meu pai. 

- Aconteceu alguma coisa? - antes mesmo de me pronunciar meu pai fala.

- Não, mas preciso de um favor. 

- Por que está ofegante? Aonde que você está? O furacão já está chegando na ilha! 

- To na casa de John B, pode vir me buscar? Eu vim buscar o JJ, você sabe que ele não tem onde ficar. - ouço meu pai suspirar. 

- É, eu sei. Logo eu chego ai.

Desligo o telefone e guardo no bolso do meu short. Chegando na casa de John B vejo que JJ estava sentado nas redes. Chego devagar por suas costas e coloco minhas mãos em seus olhos. Sinto ele sorrir e coloca suas mãos em cima das minhas. 

- O que devo a honra? - ouço ele dizer. 

- Você ainda não descobriu quem é. - sussurro em seu ouvido e ele ri.

- É o amor da minha vida. - tiro minhas mãos dos seus olhos e me sento em sua frente. - O que ta fazendo aqui? O furacão está chegando. 

- Eu também quero te fazer a mesma pergunta. O que está fazendo aqui na rua? 

- Você sabe. Preciso esperar John B chegar para ver se posso ficar aqui, se não vou ter que ir pra minha casa. 

- Não vai ser nenhuma das duas alternativas. - ele me olha com a sobrancelha franzida. - Você vai pra minha casa. 

- Não vou pra sua casa. 

- Não? Então vou ter que te sequestrar. - falo e inclino meu corpo pra perto do dele e ele ri. - E o meu ajudante acabou de chegar. - JJ olha e vê o carro de meu pai estacionado.

- Você chamou o seu pai só pra vir aqui me pegar? - ele fala enquanto eu o puxo pela mão. 

- Sim. - abro a porta do carro e entro. 

- Vem no banco do passageiro comigo. - meu pai fala pra JJ que me olha curioso. 

- Eu juro que eu não sabia que a May tinha chamado o senhor, se eu soubesse eu não tinha deixado. - JJ fala tentando se explicar e meu pai ri.

- Fica tranquilo. Tenho apenas algumas regras, senhorita Mayse. - meu pai olha pra mim pelo retrovisor. 

- Sabe que somos inimigas, mas estou disposta a ouvir. 

- Nada de dormir no mesmo quarto. - vejo que JJ começa a ficar vermelho. 

- Isso não me impede de fazer nada se tiver vontade. - vejo JJ ficar cada vez mais vermelho. 

- Apenas prevenção.

- Prevenção de que? O senhor sabe que eu já tran...

- SHIII. - meu pai me corta. - Não quero ouvir essa palavra. 

- E foi com o JJ a maioria e também... 

- SHII, antes que eu tire sua língua. Eu não consigo acreditar nisso. - meu pai faz uma voz super dramática. 

- A maioria? -- JJ olha pra trás pra me enxergar. 

- Isso é assunto pra depois. - JJ continua me olhando. - Não precisa ficar constrangido, pai. - coloco a mão no seu ombro. - É uma coisa normal da vida. - JJ olha pro meu pai rindo.

- Tem alguma coisa de engraçado aqui, garoto? - meu pai olha sério pro JJ que para de rir no mesmo instante. 

- Não, senhor. 

- Para de assustar ele. - meu pai ri. 

- Eu estou só brincando. - meu pai fala e JJ solta um suspiro. - Entrem rápido! Abre a garagem pra mim. - concordo e desço correndo do carro.

Faço a volta pelos fundos da casa e abro a garagem pro meu pai entrar. Assim que ele entra eu a fecho de novo. A chuva já estava se intensificando, tanto que nos pequenos segundos que fiquei na chuva minhas roupas se encharcaram. 

- E ai, pegaram os papéis? - minha mãe fala parando na nossa frente assim que entramos.

- Papéis? - meu pai franze a sobrancelha.

- É, os papéis. - minha mãe confirma e fica nos olhando. 

- Os papéis do curso, pai. - falo e ele me olha confuso, e eu inclino minha cabeça pro lado e ele abre a boca e solta um pequeno "ah". 

- Sei, os papéis. - meu pai diz claramente tentando se lembrar de algo.

- Tá, cadê os papéis do curso? - minha mãe pergunta novamente. 

- Os papéis eram apenas para ser assinados. - falo e ela olha pro meu pai.

- É, os importantes vem depois. - minha mãe múrmura algo e olha pro JJ.

- Tudo bem querido? É um prazer te ver de novo. - ela esfrega a mão no braço de JJ. 

- É um prazer também. Obrigado por me deixarem ficar aqui. 

- Não precisa agradecer. Agora subam e tomem banho. - meu pai diz e eu concordo. - Cada um em um banheiro. - eu e JJ rimos e subimos as escadas. 

➮ O meu sol • Outer Banks Where stories live. Discover now