Le Grand Cirque Magique

viii. baekhyun quer respostas

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Fazer malabarismo era difícil, era necessário equilíbrio e postura, um toque de graça e uma coordenação motora que Park Chanyeol dificilmente conseguiria adquirir nem mesmo caso nascesse de novo. Ele era atrapalhado demais para se concentrar em manter as bolas em movimento no ar, jogando-as para cima sempre que uma outra bolinha de espuma caía em sua mão.

Era tão difícil, como Yixing e Sehun conseguiam fazer os malabarismo com tanta facilidade?

"Céus, Chanyeol, você é muito ruim nisso." ele escutou alguém zombar, rindo de sua óbvia falta de habilidade em manter as bolinhas no trajeto delas. Pelo tom de voz arrastado e o escárnio impiedoso, Chanyeol não precisou inclinar o rosto na direção do recém chegado para descobrir que se tratava de Kim Jongin, um dos trapezistas.

Eles estavam ensaiando. Naquele dia, todos os performers do circo — o que incluía o mais alto — haviam sido convidados pelo showman a realizar um último ensaio geral antes do show da noite. Sr. Kim havia feito questão de acordar cada um deles pela manhã, explicando-os com um largo sorriso no rosto sobre todos os bilhetes esgotados para o espetáculo. A arquibancada estaria lotada, e a grande tenda do Le Grand Cirque Magique teria sua lotação máxima. Estaria tão cheio que não haveria espaço nem mesmo para os penetras, o que, para o ganancioso proprietário do circo era ótimo.

Então, para cumprir as expectativas do público e garantir que eles continuariam voltando, o showman os fez ensaiar por horas, como se eles fossem vassalos do proprietário.

Chanyeol não aguentava mais. Ele estava movendo as malditas bolinhas há horas, arremessando-as para cima em um movimento irritantemente repetitivo. O informante tinha certeza de que quando terminasse seria capaz de perceber uma marca em formato das esferas nas palmas de cada mão.

Felizmente — ou não —, os ensaios estavam sendo tão duros para ele quanto para os outros performers.

Os palhaços estavam separados, Sehun estava na outra extremidade do picadeiro junto a Minseok e Junmyeon, ajudando-os a se manter equilibrados sobre um pedaço de madeira semelhante a uma prancha encaixado sem muito cuidado sobre duas bolas enormes cheias de ar. O mais velho dos trapezistas contava com o apoio de Sehun para se manter de pé, ao passo que Junmyeon estava muito mais a vontade, balançando a prancha de um lado para o outro sob os pés.

Jongin era o artista que faltava para a realização do número. Chanyeol havia o escutado explicar que ele saltaria de uma das plataformas durante o espetáculo, com os pés firmes nas argolas do balanço preso no alto da tenda, e de cabeça para baixo pegaria os primos pelas mãos, arrancando-o dos chãos para flutuar no ar junto a ele.

Ele falava com muito orgulho, com a confiança de quem já havia feito atos como esse milhares de vezes, o que Chanyeol não ousou duvidar.

Yixing estava nas arquibancadas, sozinho, ensaiando quedas. Era engraçado assistir, por mais lamentável que fosse ver um palhaço sozinho, isolando-se de todos que ele se dizia família.

Ele estava treinando cambalhotas, caindo sobre os bancos, rolando pelo chão e então se levantando como se nada houvesse acontecido. Às vezes ele fazia algumas caretas, às vezes não. Em qualquer caso, parecia doer, e a fantasia branca do palhaço já estava imunda de tanto girar no chão, mas Yixing não mostrava qualquer intenção de querer parar.

Ao redor do picadeiro os outros artistas faziam as mesmas coisas. Alguns estavam sobre as plataformas, outros escalando postes de madeira e se contorcendo, como se sequer possuíssem ossos. Joohyun, a pirofagista, era uma das mais impressionantes de se observar quando ela erguia seus bastões de ferro com pontas de algodão embebido em álcool e literalmente cospia fogo como se fosse um dragão.