x. o encontro no lago

546 81 308
                                    

quantidade de palavras: 5.959 palavras



No dia seguinte o campo estava repleto de poças de lama. Havia lama e árvores quebradas para onde Chanyeol olhasse, tendas sujas e trailers vazios virados. A tempestade da noite anterior tinha voltado com força durante a madrugada, e quando a troupe acordou na manhã posterior se depararam com a visão chocante do acampamento inundando. Era como se o tornado que levou Dorothy a Oz houvesse errado o roteiro e passou por Nova Keunsan ao invés do Kansas.

Acordar com a visão das tendas branco e vermelhas cheias de água, os postes quebrados e com grande parte das lâmpadas do campo desaparecidas — provavelmente levadas pela ventania — tinha sido tão perturbador que no instante em que os performers notaram Chanyeol saindo com Baekhyun do mesmo vagão nenhum deles falou qualquer coisa. Como poderiam? O acampamento parecia destruído. Haviam coisas mais importantes do que provocar hipnotizador quando sua casa estava tão devastada.

Entretanto, apesar dos efeitos da tempestade, Sr. Kim estava decidido a não adiar a apresentação da noite. Pedindo que os performers reunissem a maior quantidade que conseguissem de vassouras e baldes, ele dividiu a troupe em pequenos grupos e os designou para cada extremidade do campo para limpar e tirar a água excessiva. Depois, foi em direção à própria tenda para pegar um casaco e a bolsa de dinheiro que sempre o acompanhava.

"Vou reunir alguns trabalhadores da cidade para nos ajudar." ele disse e saiu resmungando.

Junto a Baekhyun, Chanyeol foi designado para limpar a entrada do acampamento, tirando o excesso de água das lonas das pequenas tendas em que à noite funcionavam jogos de carnival. O hipnotizador usava um balde para tirar a lama das poças — pois Sr. Kim não iria esperar até elas secarem naturalmente, ele tinha pressa, muita pressa — ao passo que Chanyeol usava o cabo da vassoura para cutucar as bolsas de água que se acumulavam sobre as lonas, jogando a água para fora.

Joohyun e Jongin estavam com eles, a pirofagista usava luvas impermeáveis de couro enquanto usava baldes para diminuir as poças no chão e Jongin imitava Chanyeol ao tirar o excesso de água das tendas.

Às vezes, quando Chanyeol parava o que fazia para se alongar, ele esbarrava o olhar em Baekhyun, o encontrando já o encarando. Sempre que isso acontecia, o mais baixo desviava a atenção imediatamente, os cenhos se franzindo como se ele estivesse muito ocupado com o que fazia e não estivesse lançando olhares tímidos para o informante sempre que o mais alto fingisse não perceber.

Era adorável, o mais adorável que um homem circense com poderes místicos poderia ser. As bochechas de Baekhyun não ficavam ruborizadas como acontecia nos romances e ele sequer esboçava algum sorriso para Chanyeol, mas ainda era terrivelmente adorável. O hipnotista estava estranhamente tímido, e Chanyeol sabia que isso acontecia por conta dele. Saber que ele poderia ter algum tipo de efeito sobre Baekhyun, assim como o outro tinha sobre ele, fazia com que ele se sentisse bem.

Ainda que provavelmente não se tratasse de sentimentos como os que ele estava sentindo por Baekhyun, era excitante, e Chanyeol havia chegado em um ponto em que qualquer sentimento, — por mais distante que fosse do que ele realmente desejava — que o mais baixo tivesse por ele seria mais que o suficiente.

Quando o responsável pelos crimes fosse preso, Chanyeol teria de ir embora de qualquer maneira, e ele gostaria de levar as melhores memórias que conseguisse sobre Baekhyun. Da mesma maneira, ele também esperava que o hipnotizador se lembrasse dele como uma memória preciosa, mesmo que fosse como um valioso amigo.

Le Grand Cirque MagiqueWhere stories live. Discover now