xiii. o ato final

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quantidade de palavras: 6.296 palavras


Doh Kyungsoo estava em um dos assentos ao fundo da arquibancada, distante do público, isolado próximo à única saída da tenda. Não havia pipoca ou doces das barracas de guloseimas em suas mãos naquela noite, ele não teve tempo de comprá-los visto que havia se atrasado daquela vez.

Algo incomum havia acontecido antes dele sair da pequena pousada em que estava dormindo. Ele havia recebido uma ligação do Departamento Investigativo, Jongdae queria falar com ele, avisando-o de eles estavam enviando viaturas para Nova Keunsan para realizar a prisão em flagrante do suspeito dos assassinatos.

"Preciso que você cuide da situação caso as coisas fujam do controle, Oficial Doh, e aja com cautela até que cheguem os reforços." foram as instruções do chefe de polícia.

Estranhamente, não houve mais nada a ser dito além disso. Jongdae não contou o que o que os detetives da capital e dos outros distritos haviam descoberto, ele não falou sobre o interrogatório que havia acontecido naquela manhã e também não foi mencionado sobre quem era o indivíduo que eles pretendiam fazer a prisão.

Entretanto, esse último não era necessário.

Doh Kyungsoo possuía suas suspeitas.

Com ambas as mãos escondidas dentro dos bolsos internos do paletó, Kyungsoo segurava as armas ocultas no coldre. Ele fingia distração, alternando o olhar entre o número dos trapezistas se equilibrando em um balanço preso entre dois postes de madeira, e o showman que conversava com um grupo de homens bem vestidos.

Ele franziu o cenho, questionando-se se deveria tentar se aproximar para escutar o que eles estavam falando quando sua atenção foi roubada pelos aplausos e gritos do publico quando um dos trapezistas, Kai, soltou o balanço e caiu sobre o trampolin instalado no picadeiro, saltando alto com o impacto, fazendo movimentos giratórios com cada salto, como se estivesse dançando no ar. Em seguida, Kyungsoo assistiu os outros trapezistas imitá-lo, saltando cada um seus balanços e se permitindo cair contra o trampolin, flutuando no ar a cada salto, sorrindo para o público, arrancando gritos eufóricos das crianças que falavam para seus pais com um brilho sonhador em seus olhos, como também queriam voar quando fossem adultas.

A arquibancada se levantou, e o público aplaudiu os trapezistas de pé. Pelo canto dos olhos, Kyungsoo observou que o grupo de homens em ternos caros também se levantaram e que um deles, um homem alto e com a corrente de um belo relógio de bolso dourado saindo do bolso, parecia mais animado que os outros enquanto elogiava os trapezistas em voz alta. Nesse homem, Sr. Kim demorou o olhar para em seguida sorrir sinistramente alegre.

Logo, balançando sua bengala em seus dedos cheios de anéis, o showman voltou para o centro do picadeiro depois dos artistas se despedirem.

"Suho, Kai e Xiumin, senhoras e senhores, nossos trapezistas!" ele anunciou, sendo bem recepcionado por mais aplausos.

Entretendo o público, Sr. Kim começou a conversar, contando uma história particularmente entediante — na opinião de Kyungsoo — sobre quando e como ele fundou o circo. Ele falava sobre esforço, sobre trabalho árduo e sobre seus primeiros encontros com os artistas que faziam parte da troupe.

Era superficial, ele não entrava em detalhes, mas foi o bastante para manter a atenção da platéia que dava risadas sempre que ele fazia alguma piada ou faziam um coro de suspiros entristecidos quando o showman citava alguma dificuldade que ele enfrentou.

Sua história continuou, hipnotizante e envolvente, até que Kyungsoo também estivesse interessado no desfecho, tão concentrado no showman caminhando no palco que sequer percebeu quando a temperatura dentro da tenda se tornou mais quente e fumaça surgiu sobre o chão, cobrindo-o como um tapete.

Le Grand Cirque MagiqueWhere stories live. Discover now