Cap. 16

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Megan

Ele ficou meio estático, mas então, ignorou o que eu perguntei e começou a beijar o meu pescoço, me mexi meio desconfortável, mas não era pelo seu beijo, e sim pelo chão duro que estava deitada.

-Você não faz nem ideia do que eu queria fazer com você agora - ele cochichou na meu ouvido e depois mordeu a ponta dela.

-Por que você não me mostra? - cochichei de volta.

Ele parou de beijar meu pescoço e se ergueu um pouco ficando de frente pra mim, pegou uma mecha do meu cabelo e colocou atrás da minha orelha.

-Talvez em uma próxima vez, em um lugar mais... Apropriado - ele sorriu.

-Quem disse que vai ter próxima vez? - sorri sarcástica.

-Eu fecharia a escola se necessário, apenas pra poder ter você pra mim. Nem que seja por uma noite - ele cochichou a última parte no meu ouvido.

(...)

-Só pode ser brincanagem isso - falei.

-Brinca o que?! - Iam me olhou confuso.

-Brincanagem, brincadeira com sacanagem - falei e ele riu.

-Que bosta - ele riu mais.

-Calado, como que a gente vai embora agora? - perguntei olhando para aonde estava os carros.

-Tá com a vassoura aí? - ele me olhou sorrindo de canto.

-Eu tô falando sério, seu bosta - bati no ombro dele.

-Tá tá tá, não sei - ele deu de ombros - liga pra sua prima, sei lá.

-Mas você é um cocô mesmo né, é um sítio seu retardado, não tem sinal - bati na testa dele.

-Esse sítio parece uma mansão, como que não tem sinal?

-Sei lá, não fui eu que construí o sítio e esqueci de colocar o poste.

-É, então a gente vai ter que esperar alguém sentir nossa falta - deu de ombros.

-Que bela merda hein, onde já se viu minha prima e meus dois ex-melhores amigos me esquecerem nesse fim de mundo? - falei cruzando os braços.

-Pois é... Pera, ex-melhores amigos?

-Longa história - balancei a mão já frente do rosto dele.

-Nós estamos no meio do nada, sem internet e sem jeito de ir embora. Temos um bom tempo pra essa longaaaaaaa história.

-A história não é tão grande quanto a minha preguiça, então não, não vou contar.

Comecei a andar e parei em frente a porta do quarto onde as meninas estavam, girei a maçaneta e adivinha?

-Trancada - joguei a cabeça pra trás.

-Aqui também - Iam falou em frente a porta dos meninos.

-Ótima hora pra pular do penhasco agora - revirei os olhos.

-Verdade - ele disse caminhando na minha direção.

Peguei meu celular no bolso do meu short e liguei a tela.

-São 21:10 e nem tem aonde a gente dormir - guardei meu celular no bolso e revirei os olhos.

-Nada melhor do que dormir ao ar livre, não é? - Iam me olhou com um sorriso divertido.

-Você já reparou no tanto de mosquito que tem aqui? Ou no ninho de formiga a cada 5 passos?

-Você é negativa de mais, credo - ele cruzou os braços e revirou os olhos.

-Sou mesmo, não gostou? Se mata - andei em direção a área onde fazia churrasco.

-Você vai assar carne? Agora?

-Não né animal, vou deitar no banco. - falei me sentando no banco - jumento - murmurei.

Me deitei no banco duro e gelado de madeira e Iam se deitou no chão ao meu lado, com as mãos atrás da cabeça.

Que situação.

-Qual foi a coisa mais vergonhosa que você já fez? - perguntei tentando puxar assunto

-Essa pergunta é foda - ele riu - quando eu tinha uns... 22 anos eu acho, meus pais falaram que eu e o meu irmão tínhamos que ir em uma festa beneficente, eu tinha brigado com o Leonardo, mas sabe, aquelas briguinhas de irmãos. Eu tinha que fazer um discurso na frente de todo mundo, e adivinha? Ele tinha colocado pó de mico na minha roupa. Eu comecei a coçar minha cabeça, depois debaixo do braço, depois comecei a remexer as pernas, quando vi, já tava me coçando um monte na frente de todo mundo - gargalhei - calma aí, que o melhor está por vim. Eu comecei a involuntariamente tirar minha roupa, tinha umas pessoas aplaudindo e gritando, outras irritadas e de cara de cu. Dava pra ouvir a risada do arrombado do meu irmão no salão inteiro. E no final eu fiquei só de cueca, e por muito, muito pouco eu não tirei ela, e pra finalizar com chave de ouro, os guardas me tiraram de lá e até hoje não posso pisar naquele salão por atentado ao pudor. - ele fez uma careta.

A essa altura do campeonato, eu me contorcia de rir imaginando, mas eu me mexi tanto no banco, que apesar de grande, mão era nada largo, acabei caindo em cima do Iam, que estava no chão.
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Continua...

O Diretor Where stories live. Discover now