Cap. 21

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Megan

-Sim, sim. Mas mude pra outro dia, hoje não irei conseguir ir - ouço a voz de Iam - ah, e antes que eu me esqueça. A mãe de Megan Armani, a morena de olhos claros do último ano, sabe? Pediu para avisar que hoje ela não irá poder ir na escola, então já deixe os professores informados por favor. - ele fica em silêncio por uns segundos - ok então, obrigada.

Continuo com os olhos fechados para ver se consigo ouvir a conversa de Iam com mais alguém, mas ele infelizmente não liga pra mais ninguém.

Forço meus olhos para se abrirem, mas sinto uma mão fazer carinho no meu cabelo, e uma respiração no meu ouvido.

-Acorda bela adormecida - ele cochicha no meu ouvido.

-Já tô acordada - falei.

-Então levanta - se levantou.

-Já vou.

-Já vai nada, anda logo - ele pegou em minha mão e começou a me puxar.

-Nossa cara, como eu te odeio - falei me rendendo aos seus puxões.

-Eu sei que me ama, não adianta mentir - ele sorriu orgulhoso.

-Vai a merda - dei as costas pra ele e fui no banheiro.


Eu estava usando uma camisa social branca, e uma cueca de Iam, fiz xixi e sai do banheiro, não tem nada aqui para que eu possa escovar meu dente.

Espero que ele me leve pra casa logo.

-Tô com fome - falei saindo do banheiro e prendendo meu cabelo em um coque.

-E eu com isso? - Iam falou deitado na cama mexendo no celular.

-Você tem que me alimentar?! Eu sou a visita aqui, e você o dono de casa. - falei o óbvio.

-A partir do momento em que você correu pela minha casa pelada, você não é mais "visita" - ele sorriu divertido pra mim e voltou a mexer no celular.

*Flashback on*

-Que que eu vou vestir? - perguntei abrindo do guarda-roupa de Iam, enrolada apenas na toalha.

-Sei lá, pega qualquer blusa aí - ele falou colocando um short com estampa do Bob esponja.

Estiloso.

-E que tal essa? - pego uma blusa de uma banda e mostro pra ele.

-Essa não, tem valor sentimental - ele falou e se sentou na cama.

-Então será essa - abracei a blusa.

-Eu disse essa não.

-Caguei - dei de ombros.

-Não é pra usar Megan, é sério - ele falou e eu tirei a toalha.

-Vem pegar então - balancei a blusa no ar e mexi as sobrancelhas em desafio.

Iam levantou e veio na minha direção, mas assim que ele chegou perto, eu saí correndo pro corredor.

E toda vez que ele chegava perto, eu corria pra outro lugar.

Até que ele começou a correr atrás de mim pelo apartamento.

Foi estranho, já que né... Eu tava igual vim ao mundo.

E o pior, ele não deixou eu usar a camisa. Arrombado.

*Flashback off*

-Claro que sou, vai me servir, mor - me joguei na cama ao seu lado.

-Mor? - ele me olhou assustado.

-Sim, mordomo - falei e ri.

-Filha da mãe - ele riu também e subiu em cima de mim.

Ele pegou um travesseiro e colocou no meu rosto fingindo que tava me sufocando.

Já sei.

Comecei a fingir que estava machucando, e tentava tirar o travesseiro do meu rosto.

Então, eu parei de mexer, fiquei paradinha no meu lugar.

-Megan? - Iam tirou o travesseiro do meu rosto - para de fingir. - continuei parada - eu sei que você não morreu, ninguém morre tão rápido.

Senti sua respiração na pequena abertura de meus lábios, e então ele soprou dentro da minha boca.

Isso me causou um arrepio e um sorrisinho involuntário brotou em meus lábios.

Mas logo me repreendi e tirei o sorriso.

-Eu vi você sorrindo - ele cochichou com os lábios roçando nos meus.

-Eu tô morta cara, me erra - falei jogando ele pro lado da cama.

-Então você é um zumbi? Ou um fantasma?

-Prefiro zumbi - fiz uma careta.

-Eu também, as mordidas deles são bem mais legais do que fantasmas derrubando potes de cima do armário.

-Verdade - concordei e então nós ficamos em silêncio.

Em um movimento rápido e involuntário, eu mordi o ombro esquerdo de Iam.

Seu reflexo foi rápido e ele me deu um tapão na testa, me jogando com força na cama.

Eu me apoiei nos braços e olhei pra ele com a sobrancelha franzida, enquanto ele me olhava do mesmo jeito.

-Por que você fez isso? - perguntamos ao mesmo tempo.

-Por que eu sou um zumbi, ué - falei como se fosse óbvio.

-E eu tentei matar o zumbi, ué - ele falou.

-Doeu, seu pirokudo - dei um tapa no seu braço.

-Esse é o melhor xingamento que você poderia me dar, principalmente depois de ter transado comigo - ele falou sorrindo de lado.

-Ahhhhhh, vai chupa cu vai - mostrei o dedo do meio pra ele, e o mesmo riu.

(...)

Nós tomamos café da manhã, e Iam me falou que tinha planos pra nós dois passarmos o dia.

Emocionado? Não, magina.

Mas eu falei que seja lá qual for os planos dele, eu quero minhas roupas.

Ou seja, roupas descentes, então nesse exato momento, nós estamos dentro do carro dele, indo pra minha casa.

-Não demora muito hein - Iam falou assim que estacionou em frente de casa.

-Pode deixar - saí do carro.

Eu coloquei meu vestido novamente, mas continuei com a cueca do Iam.

É confortável.

Entrei dentro de casa, e não vi ou ouvi barulho de nenhuma alma viva.

Subi as escadas em direção ao meu quarto, e abri a porta.

Olhei dentro do meu quarto, que estava com as janelas fechadas e luz apaga.

Acendi a luz e vi a pior cena que eu poderia ver.

-VOCÊ TRANSOU NA MINHA CAMA?!
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Continua...

O Diretor Where stories live. Discover now