De volta ao inferno.

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Minjeong.

Burburinhos desinteressantes e alunos perdidos passavam de um lado a outro no grande corredor, eu observava de forma tediosa o movimento enquanto tinha um pirulito sabor cereja entre meus lábios. Com as costas repousadas em um armário qualquer e a mochila caída no chão, bem ao lado do meu tênis, eu permanecia ali sem ter muito o que fazer desde que havia chegado.

Notava alguns olhares conhecidos sobre mim e também de pessoas que nunca vi em minha vida, provavelmente novatos que chegavam cheios de expectativas, mas logo veriam que esse lugar não era nada do que achavam.

Um dia cheguei a odiar ser o centro das atenções, até perceber que não tinha outra saída, ser apenas eu mesma era motivo suficiente para ter o foco e aquilo acabou massageando o meu ego com o tempo.

A minha figura era o mais próximo que aquela escola conhecia por rebeldia, ao menos era o que costumava ouvir pelos corredores. Estava sempre metida em problemas como brigas e suspensões, até colecionava um belo recorde de advertências e isso acabou me trazendo  popularidade, afinal, todos sabiam quem era a "delinquente" que mais causava confusões e insistia em burlar as regras do uniforme.

Era quase possível ouvir as vozes irritantes deles ecoando em minha mente.

Sinceramente... pouco me importava o que falavam de mim, até concordava sobre a fama que eu tinha de usar as garotas com as quais me envolvia ou sobre eu ser uma pessoa difícil, mas não conseguia levar a sério quando usavam o termo "delinquente", sempre me faziam rir.

Patéticos.

Fingindo ser tão certinhos e perfeitos, dia após dia. Eu não entendia como eles não morriam sufocados com tamanha falsidade.

Para mim, o primeiro dia de aula trouxe consigo a rotina a qual eu odiava, mas também a certeza de que teria que sobreviver a apenas mais um ano naquele lugar, com as pessoas que tanto detestava e os problemas inúteis que eles carregavam. Porém, em meio a tantos pontos negativos, admitia que estar ali era melhor do que estar em casa, afinal,  sempre buscava distração em qualquer lugar que não fosse o meu lar.

Lar... essa palavra me soava desconfortável.

Minha mente não divagou por muito tempo, logo vi duas figuras conhecidas dobrarem no corredor mais a frente e aquele foi o primeiro momento do dia em que a minha expressão séria deu lugar a um sorriso leve, um repuxar de lábios quase imperceptível, mas que denunciava que mesmo odiando aquele lugar, eu não estava sozinha.

Aeri e Yerim pareciam brincar entre si a medida que se aproximavam por entre os outros alunos. Andar comigo acabou fazendo com que elas tivessem a mesma fama que eu, mas nunca ligaram para os olhares ou as fofocas, na verdade, compartilhávamos das mesmas opiniões.

𝗘𝗙𝗘𝗜𝗧𝗢 𝗖𝗥𝗢𝗠𝗜𝗔 | 𝗐𝗂𝗇𝗋𝗂𝗇𝖺 [𝗛𝗜𝗔𝗧𝗨𝗦]Where stories live. Discover now