Um contrato com o diabo.

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Minjeong.

No dia seguinte ao acontecido no estacionamento, tudo estava ironicamente em seu  devido lugar, uma falsa normalidade que servia apenas para amaciar o meu ego.
Porque as paredes da escola até poderiam ter ouvidos, mas aquele prazeroso segredo era maior do que qualquer pessoa seria capaz de imaginar.

A presidente e a delinquente? Aquela possibilidade que sequer cruzava a mente deles, tornou-se uma verdade absoluta.

— Você parece pensativa, sabia? — Yeji sussurrou contra a minha boca depois de me beijar.

Após ela ter sumido por uns dias, foi uma surpresa para mim quando a vi pelos corredores mais cedo.

E naquele momento, o telhado da escola era o palco de mais um dos nossos encontros — esses que raramente aconteciam sob esse teto. Por quê? A ruiva era cautelosa demais e embora tentasse não transparecer para mim, sabia que ela tinha medo que nos descobrissem.

Tola...

— Andou ocupada? — Perguntei, mudando de assunto e observei um sorriso largo desenhar aqueles lábios.

— Por quê? Ficou preocupada? — Ela riu baixo.

Yeji usou um tom de brincadeira, mas notei ela me olhando enquanto genuinamente esperava pela minha resposta.

— Curiosa, eu diria.

Seria o suficiente? Senti seu olhar analisando o meu rosto por um pequeno momento e depois ela sorriu para mim, parecendo satisfeita. Yeji selou minha boca novamente por um breve segundo e por fim, se afastou.

Eu estava com as costas repousadas no parapeito e ela se colocou ao meu lado, apoiando os braços sob o mesmo.

— Fiquei ocupada com o meu pai mais uma vez. — Virei o rosto para a olhar e alguns fios do meu cabelo o cobriram parcialmente por estar contra o vento. — Ele sempre acaba dando um jeito de me arrastar para os compromissos da empresa, talvez esperando que um dia eu me empolgue com a ideia de ser a grande sucessora. — Ela deixou um riso desacreditado escapar.

Silêncio.

Não era a primeira vez que a ruiva compartilhava algo assim comigo, mas ainda soava estranho para mim.
Eu nunca falava nada sobre a minha vida para ela, nem mesmo detalhes banais, mas aparentemente isso não a impedia de fazer diferente.

E algumas vezes, eu me perguntava se ela esperava ouvir algo de mim ou se apenas comentava naturalmente.

— Não perdeu muita coisa por aqui. — Foi tudo o que consegui dizer naquele momento. E ela entendeu, pois apenas assentiu.

Seus dedos ainda tocavam a borda do parapeito e depois de alguns segundos, ela abriu e fechou a boca duas vezes, parecendo ponderar enquanto escolhia as palavras que iria usar.

𝗘𝗙𝗘𝗜𝗧𝗢 𝗖𝗥𝗢𝗠𝗜𝗔 | 𝗐𝗂𝗇𝗋𝗂𝗇𝖺 [𝗛𝗜𝗔𝗧𝗨𝗦]Where stories live. Discover now