Penumbra.

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Jimin.

— Vira, vira, vira! — As vozes ecoaram ao meu redor.

Sunghoon virou o copo com cerveja em segundos e depois o colocou de volta sobre a mesa, sorrindo orgulhoso para os amigos que deram mais um coro quando perceberam o copo vazio.

Era uma noite de sexta-feira e eu estava do outro lado do bairro, em um bar peculiar que tinha uma decoração brega claramente feita para agradar os homens que frequentavam aquele lugar todos os dias. Na parede, algumas fotos de calendários antigos com mulheres seminuas deixavam o ambiente ainda mais cafona.

Eu não deveria estar aqui. Se fosse um dia normal na semana, eu estaria apenas desenhando no meu quarto, mas Sunghoon havia praticamente me arrastando com ele para esse fim de mundo. 

Nossos pais haviam viajado juntos — uma jogada do meu pai para se desculpar pelo jantar — e ficariam fora por dois dias.

Sunghoon não pensou duas vezes antes de marcar um encontro com os amigos da outra escola que fez no dia do jogo, quando ele sumiu na hora de irmos embora. E bom... agora eu estava aqui com ele e essa gente esquisita.

— Não vai beber mais, docinho? — Jake, o rapaz ao meu lado, perguntou, baforando em meu rosto um cheiro forte de cerveja e cigarro.

— Eu estou bem, obrigada. — Tentei não fazer uma careta e deixei um sorriso simpático desenhar os meus lábios rapidamente. 

Jake empurrou o copo dele sobre a mesa e o deixou em frente a mim. O copo com cerveja barata estava pela metade e apenas quando encarei seus olhos percebi que estavam avermelhados.

Definitivamente o que ele havia fumado não tinha sido apenas um cigarro comum.

— Tenta virar. — Pediu, sua voz arrastada constatou o meu pensamento anterior. 

— Se diverte um pouco, bebê. — Disse a garota ruiva do meu outro lado. Seu nome era Sana e ela usou um apelido comigo assim como Jake fez antes. 

Todos tinham essa mania. Docinho, bebê, querida. Era estranho, mas ainda assim engraçado.

Sunghoon estava me encarando do outro lado da mesa, com um sorriso encorajador que praticamente implorava para me ver fazendo exatamente aquilo que ele fez antes.

E eu fiz.

Virei a cerveja em minha garganta em um único segundo e senti o amargor daquela bebida de péssima qualidade acabar com o meu organismo.

— Ela sabe se divertir! — Sana vibrou. 

Franzi o cenho e apertei os olhos ainda sentindo o gosto da cerveja em minha boca. Em minha mente, apenas pensava em como nunca mais beberia algo assim novamente. 

𝗘𝗙𝗘𝗜𝗧𝗢 𝗖𝗥𝗢𝗠𝗜𝗔 | 𝗐𝗂𝗇𝗋𝗂𝗇𝖺 [𝗛𝗜𝗔𝗧𝗨𝗦]Where stories live. Discover now