Raízes.

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Jimin.

"Ganhamos!"

Ouvi aquela palavra inúmeras vezes desde que o jogo acabou e vencemos a primeira partida das classificatórias.

Ganhamos! Mais uma vez, em um dos tantos corredores. Ganhamos! Outra vez, no meio do estacionamento, quando os atletas passaram eufóricos gritando a plenos pulmões.

E por mais que ela ecoasse em meus ouvidos, se alguém perguntasse o que achei da partida, não saberia responder. Uma vez que, enquanto meus amigos conversavam entre si, eu estava tentando lembrar de, ao menos, um lance daquele jogo.

Uma falta, um field goal, um touchdown.

Nada.

Porque aqueles olhos mantiveram-se em mim durante sessenta minutos, do outro lado da arquibancada, cruzando com o meu por diversas vezes.

E queimaram a minha pele da mesma forma que seus dedos fizeram dentro daquela sala, como um lembrete subentendido de que nosso joguinho estava longe de ter um fim.

"Essa conversa acabou por hoje."

Com que coragem eu havia dito aquilo? Colocar uma vírgula em vez de um ponto final, de forma audaciosa como se estivesse plena quando sentia uma adrenalina percorrer o meu corpo.

E quem quero enganar?

Eu quis, eu tranquei a porta, eu a beijei, eu gemi sob seus toques sem um pingo de vergonha na cara.

Sequer reconhecia minhas atitudes desde a festa quando cedi as suas provocações e nos beijamos naquele banheiro, e mais uma vez, eu havia entrado nele, eu decidi ficar sozinha com ela.

Deveria ter surtado, colocado a culpa na bebida — que nem mesmo fez efeito em mim — ou, em um maior desespero, inventado algo para que ela fosse expulsa, tudo para manter aquilo em segredo, mas nada fiz.

Simplesmente porque enquanto a minha mente passou dias pensando em formas de mantê-la de boca fechada, o meu corpo pedia por mais dos seus toques. E por fim, realmente a calei, mas com a minha boca.

Racionalidade.

Desconhecia aquela palavra sempre que a delinquente cruzava o meu caminho, com suas provocações e tons sugestivos que eram carregados de segundas intenções.

Kim Minjeong era perigosa e nem ao menos lembro quando entrei nesse jogo de egos, mas não demorei para notar que estaria em desvantagem, porque ela tinha aquela cara lavada de quem sabia o que dizer para me fazer perder o controle. E aconteceu.

O controle esvaiu-se por entre meus dedos e eu estava encurralada, pensando nas inúmeras consequências que poderiam surgir.

Porque nesse jogo, ela não tinha nada a perder, diferente de mim. Era um ponto ao seu favor e eu precisaria ser muito esperta para pensar em uma jogada de mestre, ou em breve ela me daria um xeque-mate.

𝗘𝗙𝗘𝗜𝗧𝗢 𝗖𝗥𝗢𝗠𝗜𝗔 | 𝗐𝗂𝗇𝗋𝗂𝗇𝖺 [𝗛𝗜𝗔𝗧𝗨𝗦]Where stories live. Discover now