Verdade nua e crua.

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Minjeong.

Um barulho ensurdecer preencheu os meus ouvidos, acordando-me de um sono pesado. Levei poucos segundos para abrir completamente os olhos e, com certa dificuldade, entender que eu estava em meu quarto. O estrondo foi ouvido mais uma vez, fazendo-me olhar em direção a porta, pareciam batidas fortes; quase como murros.

— Eu vou bater até você acordar, Minjeong! — A voz grave atravessou a madeira.

Sobressaltei no lugar e joguei o cobertor para o lado em uma velocidade recorde.

Droga... era ele.

Esfreguei os olhos com o dorso da mão e levantei rapidamente. Ainda processando o que estava acontecendo, caminhei até a porta, abrindo-a.

— O que foi? — Perguntei impaciente. A minha voz saiu baixa e rouca por conta do sono.

Ele permaneceu parado em frente a porta, suas roupas estavam amassadas e ele cheirava a álcool.

— É assim que fala com o seu pai? — Ele pôs a mão à frente da madeira, como se quisesse impedir que eu a fechasse.

O seu tom de voz era firme e quase ameaçador, não parecia completamente bêbado, mas com certeza ele estava alterado.

Provavelmente madrugou com alguma prostituta e bebeu pela manhã.

— O que quer? Você fede a bebida. — Não segurei uma careta e tomei um pequeno susto ao sentir a porta quase bater em meu corpo quando ele empurrou de vez.

— Onde você guarda? — A pergunta rasgou a garganta do homem à minha frente. — Cadê o dinheiro? — Ele insistiu olhando ao redor.

— Foi 'pra isso que me acordou? Você não dormiu em casa, 'tá fedendo e ainda me pergunta por dinheiro? — Deixei escapar um riso desacreditado, mas aquilo o deixou ainda mais irritado.

— Não devo satisfações a você! — Esbravejou de repente, apontando o dedo em minha direção.

— Não vou dar merda alguma, já paguei as suas dívidas naquele bar nojento. — Respondi no mesmo tom.

Cada dia que se passava, eu ficava ainda mais cansada sobre aquilo, sempre economizava dinheiro para lidar com os gastos e ainda precisava tirar para pagar as dívidas que ele fazia o tempo todo em alguns bares espalhados pelo bairro.

Ele me ignorou completamente — como era de costume — e deu mais uma olhada ao redor, aproximando-se de uma das minhas estantes em seguida

— Com certeza guarda entre essas besteiras. — Tocou a prateleira e em um movimento repentino, ele empurrou toda a pilha de livros derrubando-os no chão.

Aquilo fez o sangue ferver dentro de mim ao ver meus livros caídos, os livros dela, os livros que ela escreveu e que costumava ler para mim.

Meu corpo inteiro travou por milésimos de segundos, para então eu fazer a única coisa que tinha em mente. Enquanto ele ainda derrubava outros livros em busca de um dinheiro que não acharia ali, parti para cima dele.

𝗘𝗙𝗘𝗜𝗧𝗢 𝗖𝗥𝗢𝗠𝗜𝗔 | 𝗐𝗂𝗇𝗋𝗂𝗇𝖺 [𝗛𝗜𝗔𝗧𝗨𝗦]Where stories live. Discover now