Honestidade e Travessura

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Tulipa: Dia 4


       Me detive à preguiça esta manhã, arrumei-me e caminhei lenta e sinuosamente para o café da manhã. Vaguei os olhos pelo saguão, na mesa da corvinal, e avistei Badeea próxima a Talbott e logo vi que aquele era o meu lugar. Sentei-me atenta às investidas de Badeea em Talbott, sua paixão era óbvia.

- Imagine, você vive no corujal e deve amar aquilo lá... não seria maravilhoso uma pintura magnífica e diferenciada daquele lugar?

Paixão pela arte, claro. Sorrio diante da discussão.

- Badeea, não estou interessado em pintura. Por quê você não pinta?

- Eu não amo o corujal, você ama. Quero ver sua arte refletida no seu amor em um lindo painel.

- Eu prefiro estar lá, não pintar lá.

- Badeea... - digo sinuosamente - assim vai assustar o garoto. Winger, por que não mostra as belezas do corujal para a Deedee e faz com que ela mesma passe a pintar de acordo com seus próprios sentimentos pelo corujal?

- Na verdade, é uma ótima ideia. - O brilho nos olhos de Badeea aumentam

- Preferia estar sozinho, mas é melhor do que pintar.

Sorrio com a comemoração de Badeea ao ouvi-lo.

- Mas da próxima vez me lembre de não sentar perto de vocês.

O menino se levanta ao falar e se afasta de nós. Badeea torna a olhar pra mim com aquele costumeiro sorriso no rosto.

- Obrigada.

- De nada. Eu me lembro bem do dia em que você queria me pintar, sei como é difícil se livrar da pressão que você causa.

- Sua classe é extremamente interessante, Tulipa, seus olhares são cheios de uma energia maliciosa indescritível... Ainda vou pinta-la de novo.

- O fardo de dormir no mesmo dormitório de uma artista.

Sorrimos e, ao desviar o olhar, vejo Ninf- Tonks olhando para mim e desviar o olhar ao me ver fazer o mesmo. Sorrio com isto, aparentemente ela está interessada em novas travessuras. Assisto-a olhar para mim e desviar novamente, o que me faz rir ainda mais. Boas histórias estão prestes a serem escritas.

*


     Estou na última aula do dia de hoje, transfiguração. A aula está quase no fim e, coincidentemente, Gabriela está ao meu lado, o que faz me invadir a mente ideias intrigantes de diálogo em relação a Ninf- Tonks.

- Ei, Gabriela Smith. - cochicho

- O quê?

- Gostaria de te fazer algumas perguntas.

- Então seja breve, se McGonagall nos pega, estamos mortas.

- Sua amiga, a Tonks.

- O que tem ela?

- Qual é o tipo dela?

Ela se encosta e me olha nos olhos, com os olhos arregalados.

- Como assim?

Reviro os olhos.

- Qual o tipo de relação que ela espera?

- Amizade?

Respiro fundo e encaro seus olhos com fúria.

- Gabriela Smith, você precisa resolver suas pendências amorosas com muita pressa.

I will not forgetWhere stories live. Discover now