Escolha

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Tulipa

        No trem, à caminho de Hogsmeade, novamente, embora todos estivéssemos felizes, havia um silêncio mortal. Tanto que, embora soubéssemos que Alanza e Penny concordaram em ajudar Gabriela com a festa em comemoração ao fim das criptas e a prisão de Rakepick, Tonks e eu estamos em outro vagão. Sozinhas, uma de frente para a outra, olhando para fora, além da janela, como se não quiséssemos estar aqui. Enquanto Alanza, Penny e Gabriela irão para o três vassouras tentar convencer a Madame Rosmerta de fazer a festa no estabelecimento, Tonks e eu iremos à Zonko's. Algo que deveria trazer imensa alegria, mas Tonks está quieta, olhava pela janela apenas para não me encarar nos olhos, e eu a conheço o suficiente pra saber que ela tem muito a dizer. Mas não consegue.

      Diante das minhas conclusões toco no joelho dela com um carinho, forçando que virasse sua atenção para mim e, depois de uma longa olhada para a minha mão em seu joelho, ela finalmente me olhou nos olhos. Enfim, esta bomba detonará.

- Eu não morri.

- Mas podia. - respondeu de imediato, quase me interrompendo, precisando olhar para qualquer lugar que não fosse eu, mas que cairia em mim novamente de qualquer forma, só que mais intensamente agora - Você podia ter morrido. E eu não estava lá.

- Não tinha o que você pudesse fazer.

- Eu já sei disso. Eu só penso e só ouço isso, mas isto não é desculpa. Você não viu a maneira como a Badeea me olhou, era como se eu fosse a pior pessoa no mundo.

- Olha, eu entendo. A Badeea exagerou, eu já conversei com ela sobre isso. Ela estava nervosa, estava com medo, estava confusa, estava com dor... ela precisava culpar alguém de alguma coisa.

- Ela não me culparia se não achasse que eu realmente fosse culpada, eu conheço a Badeea e você conhece a sua amiga mais do que ninguém.

- Tonks! Eu estou bem! - escorreguei para a beira do sofá e segurei o rosto dela com as duas mãos - E se fosse você? Iria querer que eu me culpasse? Lembra o que você disse pra Gabriela: nós entendemos os riscos. Eu não estava com medo.

Ela suspirou, cabisbaixa, o rosto apoiado em uma das minhas mãos, a mesma ao qual ela tocava com as suas.

- Não quero falhar com você. De novo não.

Suspirei, sabendo que nada que eu falasse adiantaria. Ela se culparia mais e mais até por coisas que não envolvem ela se eu tentasse convence-la de algo. Então fiz o que faço de melhor, tomei o controle da situação.

- Vamos combinar assim, então. - suspirei antes de voltar a falar - Vamos dar um tempo disto tudo. Depois desta festa, vamos sumir. Chega de resolver mistérios, chega de correntes turvas, chega de perigos. Nós vamos aproveitar a justiça que fizemos e vamos aproveitar o sétimo ano. Se precisarem de nós, ficaremos de longe e ajudaremos em pequenas coisas. Se precisarem de travessuras, já tem Fred e George e...

Percebi que ela sorria, então larguei seu rosto e prendi as mãos entre os joelhos.

- O quê? - prendi meu próprio sorriso ao dizer, mas ela apenas sacudiu a cabeça - O quê?

- Você sempre tem uma solução pra tudo. Mesmo que seja algo sensato... e nós não somos sensatas.

Desta vez, eu ri.

- Não seja idiota. Nós vamos aprontar, e muito! - após sua risada anasalada, a puxei pelas vestes - começando pela Zonko's.

- É um ótimo lugar para um encontro. - seu tom malicioso e divertido me fascinam

I will not forgetWhere stories live. Discover now