Cinco (Torta de Morango) 🖇

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5 capítulo

Autora.
Raul escondeu o rosto vermelho causado pelos tapas dados pelo homem, sentia que estava prestes a desabar no meio da farmácia.

- Um Novalgina infantil!. - Pede a atendente.

Gael manteve quieto o caminho todo, de alguma forma ele entendeu os lamentos baixos de seu pai.

- Aqui, pague lá no caixa. A atendente o olha e vela sua ida ao caixa desconfiada.

Raul fez tudo com calma, não queria nenhuma acusação de roubo sobre ele.

Ao sair da farmácia Raul foi até a praça descansar um pouco e dá o remédio para Gael.

- "Meu menino é forte e vai tomar seu remédio todinho". Cantarolou mimando seu filho para que não cuspisse o remédio.

Gael fez caras e bocas e ameaçou chorar, Raul logo o engana mostrando os carros e prédios coloridos na grande avenida de Los Angeles.

Passou o resto da tarde sentado na praça, amamentou Gael e bebeu bastante água quente do bebedouro público para enganar a fome.

Fim de tarde.

O rosto de Raul está melhor da vermelhidão, porém seus pulsos estão roxos.

Deu de ombros e amarrou os cabelos e escondeu os pulsos machucados.

Raul caminhou de volta para o beco, a confeitaria já estava aberta e dona Duce teria algo para saciar fome.

- Boa noite Flor. - Raul sorri tímido cumprimentando Duce, que abastece a vitrine com lindas tortas sabor morango.

- São as minhas preferidas. Os olhos de Raul brilham, mas seu sorriso se fecha.

Duce logo brinca. - Irei te passar a receita. -Terminar de arrumar e limpa as mãos no avental. - Essas são as mais caras, vendem bem!

- Hum. Concordo com Duce.
Raul olha pra vitrine como se estivesse provando as tortas pelo olhar.

Gael está sentado no chão brincando com as mãozinhas.

- Sua mãe devia fazer ela pra você, pela sua cara da pra ver que é seu sabor preferido. Duce comenta entretida.

Raul rapidamente baixa a cabeça e morde os lábios envergonhado, nunca falou sobre a relação péssima que tinha com a mãe.

O silêncio de Raul chamou atenção da Senhora.

- Ela não me deixava comer das tortas. Ri melancólico fixando o olhar em Gael.

- Gael deve odiar essa torta, passei muita vontade dela na gestação dele. Pega o menino no colo ao sentir seu rosto esquentar por conta do choro preso sua garganta ao lembrar da situação.

Duce nega com a cabeça indo em direção a Raul e o abraçando.
- Você é tão precioso menino. Diz para Raul e beija os pezinhos de Gael.
- Também passei coisas ruins para criar meus filhos, por isso continuo trabalhando para ajudar meus filhos sempre, não tenho muito, mas me esforço para ajudar as pessoas. - Diz Duce.

Raul aperta os lábios. - Sei como é...
- "Agora chega de drama Raul". Raul diz alto pra si mesmo.

Raul sempre era duro com si mesmo, não se permitia chorar de cansaço e se culpava por tudo.

- "Mais um café por favor!". Uma voz grave e reconhecível assusta em meio aquele silêncio que ficou depois do momento de lembranças.

Raul gira a cabeça e encontra o par de olhos castanhos claros o encarando.

O homem bonito estava como da outra vez, vestido de branco e sentado no canto escondido na confeitaria.

Raul.
O nossos olhos fixaram por um minuto, senti como se meu corpo ligasse com o dele, seu olhar é compressível, mas sua postura é dura.

- Vou no banheiro rapidinho. Falo todo atrapalhado e corro para uma das cabines.

- O que è isso que estou sentindo?. Encosta na porta da cabine.

Gael olha pro seu pai com os olhos verdes desconfiados.

- "Que nojo Raul, parece um puto que nuca viu homem. Até parece que alguém olharia de forma romântica pra você". Fala pra si mesmo e sai do banheiro cabisbaixo.

Caminha até o balcão sem coragem de olhar para nenhum dos lados, não queria ser iludido pelo seu próprio pensamento.

- Pega a torta, essa fatia é pra você. Duce diz bem humorada.

Raul a olha confuso ajeitando Gael em seus braços. - Não tenho dinheiro, flor. Nega constrangido. - Não precisa pagar Duce, não mesmo, ta tudo bem. Sorri forçado.

- Não fui eu que paguei. - Sussurra apontando com a cabeça para o homem no canto da confeitaria.

Congelo por dentro, claro que não vou aceitar, quem já se viu? Ele deve ter achado que venho aqui para mendigar dos ricos.

Vicente, o homem que pagou a torta, sorri casto pra ele.

Raul o olha sem feição e nega mais uma vez. - Diga pra ele que não precisa. Diz firme e pega as sacolas com as sobras e sai apressado.

Duce olha pra Vicente e pergunta. - Senhor, ele disse que não precisa. Duce aproximasse de Vicente toda acanhada.
- Posso embalar para viagem? - Pergunta. O homem de prontidão nega.

- "Fique com ela." Levanta calmante e sai em direção ao carro.
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Vicente.

Desde de a noite passada Vicente encantou- se por Raul, seus olhos azuis pediam socorro a todo momento, a forma que ele era carinhoso com seu filho mesmo no meio do furacão fez o mesmo querer cuidar deles dois.

Vicente queria poder conversar com ele, mas seu jeito duro e calado de ser o impedia.

No momento que Raul o encarou de volta, Vicente também sentiu um chama acender em seu coração.

Ficou mais enteressado em Raul na hora que ele negou a torta.
Tinha escutado a conversa triste dos dois e sabia que ele queria aquela torta.
Por que ele negou, se queria tanto?

Saiu olhando pro final da Rua a procura de algum rastro de Raul e seu bebê.

- "Só posso está ficando louco." Pensa Vicente segurando o volante com força e partindo rumo a sua mansão.
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Estou sempre revendo alguns erros e os corrigindo.
Deixem suas opiniões ;)

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