CAPÍTULO 22 - AS FLECHAS

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Ao lado de fora do campo de treinamento esperávamos ansiosos pelo sinal dos líderes, nossos objetivos neste momento é dar apoio para que Raika tenha sucesso em sua fuga.

—Atenção! Vocês serão atacados em dez, nove, oito... —O alerta ecoou no ar, fazendo-nos entrar em ação imediatamente. Sem perder tempo, começamos a correr em direção à densa mata, buscando abrigo e segurança. O coração batia acelerado em meu peito, enquanto a adrenalina percorria cada fibra do meu corpo.

Cada segundo era precioso, e estávamos determinados a aproveitar ao máximo essa pequena janela de oportunidade que tínhamos. As folhas e galhos se emaranhavam em nosso caminho, mas nossa determinação e o medo do perigo iminente impulsionavam nossas pernas. Beth, que estava ao meu lado, parou de correr no mesmo instante em que Gustavo caiu. Seu instinto protetor falou mais alto, e ela se voltou imediatamente para ajudá-lo. Seu rosto demonstrava determinação e preocupação enquanto ela se abaixava ao lado de Gustavo, examinando sua condição e buscando maneiras de aliviar sua dor.

—Temos que ir! —Gritei desesperadamente, enquanto as flechas continuavam a ser lançadas em nossa direção. Meu corpo se abaixou instintivamente, desviando habilmente dos projéteis mortais. No entanto, meu olhar se fixou em Gustavo, que permanecia paralisado no chão, incapaz de se mover.

A determinação e a lealdade de Beth não permitiam que ela abandonasse seu amigo ferido. Ela gritava com fervor, recusando-se a deixá-lo para trás. Em um ato corajoso, ela segurou firmemente a flecha cravada nas costas de Gustavo, determinada a retirá-la e ajudá-lo. Enquanto eu observava a cena, percebi o perigo iminente. Theo, um dos líderes infectados, mirou em Beth, preparando-se para disparar uma flecha em sua direção. Um instinto protetor tomou conta de mim, e sem pensar duas vezes, corri em sua direção.

Com um movimento rápido e preciso, estendi minha mão e agarrei a flecha no ar, evitando que atingisse Beth. Fiquei surpresa com minha própria pontaria e reflexos aguçados naquele momento de extrema tensão. No entanto, não hesitei em usar a oportunidade ao meu favor. Mirando com determinação, atirei a flecha de volta na direção de Theo. Com uma precisão surpreendente, a flecha encontrou seu alvo, atingindo-o em cheio no pescoço. Um grito de agonia escapou de seus lábios enquanto ele caía ao chão, contorcendo-se em dor. Sua capacidade de se mover e reagir estava se dissipando lentamente, mas ele ainda tentava arrancar a flecha com a mão trêmula.

—Não! —Gritou a líder Beatriz, desesperada e agoniada. Seus olhos se encheram de lágrimas ao ver Theo caído no chão, com a flecha cravada em seu pescoço. Era evidente que existia um vínculo profundo entre eles, algo além da amizade.

—Theo! —Gritou Beatriz, balançando-o em uma tentativa desesperada de trazê-lo de volta à vida. A dor em sua voz era palpável, revelando a intensidade de seus sentimentos por ele.

—Não! —Ela continuou gritando segurando a flecha para arrancar do pescoço do garoto.

—Ele não acorda! —Gritou Beth tentando despertar Gustavo.

—Temos que correr! Agora! Não é um teste! É uma seleção! —Gritei com urgência. Beth olhou mais uma vez para seu amigo caído, a tristeza e culpa estampadas em seu rosto, mas sabia que não podíamos parar. Estendi a mão em sua direção, oferecendo apoio, e ela, mesmo relutante, agarrou-se a mim. Juntos, afastamo-nos de todos os horrores que presenciamos. O clima mudou bruscamente, as nuvens carregadas de água se desmancharam sobre nossas cabeças, desencadeando uma chuva torrencial. Sentir as gotas frias e revitalizantes na pele era reconfortante, mas não tínhamos tempo para apreciar a sensação com intensidade. O perigo ainda nos perseguia, impulsionando-nos a seguir adiante, mesmo com as adversidades climáticas.

—Eu não entendo. O que ela está fazendo? Vai matar todos? —Beth parou de correr soltando minha mão.

—São cobaias. Temos que ajudar Raika. —Gritei, pois, a chuva ficou extremamente forte.

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