CAPITULO 23 - O LABORATÓRIO

221 17 0
                                    

Orocovis, Campo de treinamento, 01 de julho de 2020, 06:30 PM.

No silêncio da noite minha consciência começou a se perder após Beatriz me abandonar no quarto. Era sempre assim, dormíamos e durante a noite passávamos pela transmutação transformando-se na coisa imunda, faminta e inconsciente. Naquela noite foi diferente, enquanto eu lutava na cama para segurar o monstro que havia dentro de mim, os guardas de Sara invadiram meu quarto e me deram a cura e em seguida o sonífero, eles me arrastaram até o laboratório secreto de Sara que ficava mesmo no poço como Raika e Beth previam. Fui jogada dentro do buraco enquanto os guardas desceram pelas correntes. Meu corpo despencou de uma altura aproximada a 60 metros. Não senti nenhuma dor, pois tudo estava dormente e desligado. Pensava somente em levantar e fugir, mas meu corpo não respondia meus pensamentos. Enquanto os guardas desciam concentrei-me nós gritos altos das cobaias. Ao chegarem os guardas continuaram me arrastando e me puxando pelos braços, minhas pernas se rasgavam no chão empedrado. Acorrentadas às vítimas lutavam incessantemente pela liberdade, outros guardas usavam grandes mangueiras de jatos para jorrar drogas sedativas. Meu corpo estava inteiramente paralisado me impedindo de ajudar. Vi Gustavo, Yan, Rubens, todos estavam desmaiados. Muitos desaparecidos estavam ali para os experimentos cruéis de Sara e agora eu fazia parte do bando. Sara abriu um quarto secreto onde sua sobrinha estava dormindo inconsciente, era Estela irmã de Alana. Elas eram idênticas diferenciando-se somente pelos olhos. Bryan, também irmão de Estela e Alana, estava ao lado de Sara cumprindo suas ordens. Os guardas me levaram até o banheiro, estava confusa sem entender nada.

—Não se preocupe! É só mais um teste! —Sara passou em minha frente encarando meus olhos ameaçadores desejando matá-la.

—Podem começar! Bryan por favor, conte! —Sara ordenou, os guardas me levaram até a banheira e me afogou. Meu corpo estava paralisado, sem obedecer aos comandos do meu cérebro, a rainha garantiu que eu não perdesse totalmente a consciência, ela queria ver meu desespero e minha morte repentinas vezes. Bryan contava e anotava no caderno o tempo em que meu corpo levaria para morrer e o tempo de regeneração, quando acordava ainda inconsciente meu estômago expulsava toda a água excessiva do meu organismo e então Sara repetia o processo continuando com a marcação no tempo.

Orocovis, Campo de treinamento, 01 de julho de 2020, 09:00 PM.

Disposta a matar Sara, Brenda curou seus amigos com o soro que Emily havia enviado através de Raika, com seu exército formado a Índia guiou seu povo até as terras da rainha. Meu corpo ainda estava paralisado com o efeito da droga, Sara voltou ao banheiro para me assistir, já havia corrido algumas horas desde que começaram a me torturar, eles me matavam e me traziam de volta.

—Quanto tempo até ela acordar? —Sara perguntou ansiosa.

—Dez segundos. —Respondeu Bryan.

—Continue! —Disse ela para o outro guarda que me segurava.

—Devemos mesmo continuar? Os resultados estão se repetindo. —Indagou Bryan a Sara, evidenciando um incômodo latente em suas feições.

—Não importa! Eu quero continuar vendo. —Respondeu ela com um grande sorriso malicioso. Bryan continuou a contagem e enquanto isto Brenda se aproximava com seu exército. Novamente fui afogada sem poder me defender apenas pressionei os olhos querendo sair daquele pesadelo, apaguei mais uma vez e quando retornei percebi que Bryan estava errado, meu corpo voltaria muito antes do previsto. Acordei expulsando novamente a água do meu organismo, aproveitei o erro no cálculo e soquei o rosto do guarda tentando me libertar, em seguida tentei me levantar da banheira, mas ele segurou meus ombros, lutei batendo os pés na água tentando atingi-lo. Insistentemente acertei uma ajoelhada em seus braços, mas não adiantou, ele era muito mais forte, continuei gritando e lutando.

PROLIFERAÇÃOWhere stories live. Discover now