CAPITULO 27 - AS ALMAS PERDIDAS

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Indiana (EUA), 17 de julho de 2020, 09:00 AM.

Quando recobrei a consciência, encontrei-me em meio à exuberante Floresta de Morgan-Monroe, em Indiana, nos Estados Unidos. Minha irmã chamava por mim, sacudindo meu ombro com ansiedade estampada em seu rosto. Ainda meio zonza, tentei entender como havíamos parado ali. As árvores se erguiam majestosas ao meu redor, criando um emaranhado de sombras e luzes que dançavam em minha visão turva. O perfume da floresta, fresco e úmido, invadia minhas narinas, e um estranho silêncio pairava no ar. Aos poucos, meus sentidos foram se recuperando, e comecei a perceber que algo não estava certo. O que havia acontecido? Como havíamos chegado ali?

—Victória! Victória! —Ouvi um forte zumbido misturado com a voz de Alana.

—Você está bem?

—Ela me perguntou, minhas costas estavam doendo, havia uma ferida ali, um corte talvez.

—O que houve?

—Perguntei confusa ainda recuperando os sentidos.

—O que aconteceu?

—Você não se lembra?

—Encarei Alana que estava com seus cabelos loiros molhados. O dia estava amanhecendo, e a luz do sol que lutava para atravessar as nuvens cinzentas trazia um ar sombrio e melancólico. Meus olhos então se dirigiram ao anjo que ainda possuía o corpo de Bryan e, em seguida, para Nicolas, que estava acompanhado por uma garota pequena, de cabelos loiros como os de Alana, mas com olhos azuis hipnotizantes.

—Victória! Esta é Lucy! Devido ao vírus ela nasceu com condições especiais. —Informou Alana.

—Ah meu Deus! —Fui tomada por um susto inexplicável quando, de repente, percebi que uma nova vida havia surgido e eu não tinha lembrança alguma desse momento tão importante. Lucy, a filha de Alana, estava ali, sorrindo para mim com seus olhos curiosos e cabelos loiros brilhantes. Eu tentei desesperadamente acessar minhas memórias, mas não havia nada além de um grande vazio em minha mente. Como isso era possível? Como eu poderia ter esquecido algo tão importante e emocionante como o nascimento de uma sobrinha? Um misto de medo e tristeza invadiu meu coração enquanto eu tentava compreender o que estava acontecendo. Meus olhos se encheram de lágrimas.

—Alana, o que está acontecendo? —Questionei quase sem força para soltar as palavras.

—Kiara e os vigilantes, eles nos atacaram com ferocidade, parecia que não queriam apenas nos derrotar, mas sim acabar com nossas vidas. Kiara, em sua fúria, consumiu você e, em seguida, fugiu quando começamos a ganhar a batalha. Mesmo com a sua ausência, seguimos a missão de encontrar a máquina de tele transporte, revirando cada canto da nossa casa em busca de pistas. Breno, Nick e Ethan partiram em uma busca desesperada para encontrá-la, enquanto nós, junto com a tribo, procuramos por respostas para ativar a máquina do tempo. Finalmente encontramos uma pista, que nos levou diretamente para a Área 51, e lá, no mesmo instante, encontramos você.

Aproximei-me lentamente da criança e toquei em seu rosto macio.

—Victória, nós tivemos um filho! —O anjo mencionou. Me ergui assustada não convencida. As palavras do anjo pareciam inacreditáveis e meu coração acelerou dentro do peito enquanto eu tentava processar aquela informação.

—Não, não.

—Não foi natural, era um experimento de Ester, ela me encontrou e juntamente com Kiara me dominaram para termos um filho, não acatei a missão, elas utilizaram a tecnologia para alcançar seus objetivos, criar uma nova espécie, um nefilins, um gigante com o vírus.

—Não, não. Não. Não pode ser verdade.

—Nos exorcizamos Kiara e isto causou danos em seu cérebro. —Nick explicou.

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