Capítulo 8

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Faz uma semana.

Uma semana que Josh Beauchamp simplesmente sumiu e a casa se tornou um completo vazio. Eu estava convicta que estar longe dele traria a paz de espírito que eu precisava e que eu não me sentiria tão vulnerável como antes, mas sua ausência durante esses dias tornou meus pensamentos ainda mais complexos.

A presença de Beauchamp na casa era tão marcante que mesmo ele não estando no mesmo cômodo que você, era possível  se sentir afetado por sua autoridade e imponência. Desde que ele entrou no carro e sumiu a casa se tornou mais fria e silenciosa. Os empregados e seguranças parecem complemente perdidos sem ele o que me faz entender que seu sumisso repentino pegou a todos de surpresa causando um completo caos em suas mentes.

Meus dias tem sido entediantes, passo a maior parte do tempo dentro do quarto com minha filha, o único contato que tenho com as demais pessoas que moram aqui é na horas das refeições quando nos reunimos a mesa. Mesmo que Beauchamp não esteja presente o hábito foi mantido, Noah sempre vem até meu quarto me comunicar quando as refeições estão prontas e então ele me acompanha até a mesa. Por algum motivo Noah não é mais tão receptivo comigo, sempre fala apenas o necessário e vai embora, achei que ele pudesse ser um aliado mas sua mudança repentina de comportamento me mostrou o contrário.

As únicas duas coisas que podemos pautar de interessante desde que Beauchamp sumiu foi em primeiro lugar, a amizade que desenvolvi com Nour, eu no início achei ela um pouco inconveniente por sempre querer me agradar ou puxar assunto quando eu claramente não queria conversar com ninguém, mas aos poucos pude perceber que ela é uma garota doce, gentil, com um coração cheio de amor e de certa forma me conquistou fazendo com que eu me abrisse com ela, não conversamos com muita frequência pois ela está sempre atarefada mas digamos que tenho uma companhia. A segunda coisa que aconteceu foi minha tentativa de fuga que falhou miseravelmente, passei os quatro primeiros dias do desaparecimento de Beauchamp apenas observando a segurança da casa e quando vi uma pequena falha peguei minha filha e tentei fugir por umas das saídas que havia no fundo da casa, para minha infelicidade um dos seguranças me viu e perseguiu, não pude fazer nada a não ser voltar para casa de modo pacífico, eu estava com minha filha nos braços e não queria colocá-la em perigo.

Neste exato momento me encontro deitada na cama e Hope está dormindo sobre meu peito, eu não quis colocá-la no berço para não atrapalhar seu sono, sendo assim mantive minha pequena nos braços enquanto a observo, eu tenho tanta sorte por tê-la, se Hope não existisse minha vida já teria acabado.

O som de batidas na porta ecoaram pelo quarto. Levantei a cabeça com cuidado para não acordar Hope, a porta se abriu e como eu já esperava era Noah, ele nem entrou no quarto apenas fez um sinal com a cabeça e eu já tinha entendido que era hora do jantar, ele olhou para Hope por breves segundos e sorriu então se retirou fechando a porta com cuidado.

Me levantei calmamente da cama enquanto segurava Hope em meu colo, caminhei até o berço e me inclinei deitando ela e a cobrindo com a manta, liguei a babá eletrônica (até isso Beauchamp providenciou) e após olhá-la por alguns segundos sai do quarto.

Caminhei pelo corredor frio e silencioso me sentindo a pessoa mais estranha do mundo, sempre fui uma pessoa que gosta de silêncio, nunca tive problemas com o fato de estar sozinha, desde que descobri o que significa solitude lido muito bem com minha companhia e o silêncio ao meu redor, mas o fato dessa casa ser tão fria e sem vida tem me incomodado bastante, gostaria que fosse um ambiente mais alegre e acolhedor, nem tanto por mim mas porque não quero que Hope se sinta ameaçada nesse lugar.

Após um longo trajeto pelos corredores da casa e de ter cada passo meu milimetricamente observado pelos seguranças cheguei até a sala de jantar, Nour,Krystian e Noah já estavam sentados na mesa em seus respectivos lugares. O lugar onde Beauchamp se sentou desde a primeira vez que compartilhamos a primeira refeição juntos se encontra intocado, ninguém ousa sentar no lugar dele.

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