Capítulo 13

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Eu estava devastado. Meu dia não começou bem, descobrir que fui traído por alguns de meus negociadores não foi uma boa forma de acordar, e para piorar complemente a situação houve um atentado contra mim. Destruíram minha casa, e quase tiraram a vida de pessoas importantes pra mim.

No meio de toda aquela confusão eu só conseguia pensar se Any e Hope estavam seguras, de todas as pessoas presentes na mansão elas realmente não deveriam estar ali, se algo de ruim acontecesse eu seria o culpado, e eu tenho certeza que não aguentaria carregar esse fardo, seria insuportável viver com essa dor e culpa. Noah além de um ótimo soldado, é um dos homens que mais confio nessa vida então eu sabia que se eu lhe desse a missão de protegê-las ele cumpriria a todo custo.

Quando a tormenta de tiros, a destruição e o derramamento de sangue se encerraram eu pude respirar aliviado e ir atrás de Any e Hope, mesmo com a palavra de Noah me garantindo que elas estavam bem eu precisava confirmar com meus próprios olhos. Eu estava possesso de raiva e preocupação, estava a ponto de um surto psicótico por tudo o que havia acontecido,mas quando Hope me olhou com seus lindos e preciosos olhos azuis e me estendeu os braços aquela sensação, aquela que eu já havia me esquecido voltou e eu não podia negar nada para ela, mesmo sendo um homem todo ferrado, aquela pequenininha ainda via algo de bom em mim, e isso me motivou ainda mais a mantê-la segura.

Ir para Barcelona já estava em meus planos, o atentado contra mim apenas acelerou o processo. Dopar Any me permitiu mais algum tempo na companhia de Hope, ela era a única que eu permitia conhecer o meu verdadeiro eu, um homem sem armaduras, um homem vulnerável e de alma ferida. Ela com sua inocência via tudo o que eu tentava esconder dos outros a minha volta.

Acordar ouvindo os gritos desesperados de Any me deixou realmente assustado, me causou um incômodo estranho no peito, o choro de angustiado de Hope me causou a mesma sensação. Como aquele serzinho mesmo com tão pouco tempo de convívio estava me deixando tão fraco? Como ela estava ganhando um espaço tão grande no coração que eu nem sabia que ainda existia? Quando a dor dela se tornou a minha? Quando a necessidade de protegê-la se tornou inegável?

Eu não tinha resposta para nenhuma dessas perguntas e achava melhor deixar dessa maneira, pois eu concluí que assim estaria livre de sofrimento, pois quanto mais se pensa e se questiona sobre algo mais aquilo te assombra, mas houve algo que foi simplesmente inevitável, admirar Any Gabrielly.

Caralho. Que mulher linda!

Essa era a única frase que eu conseguia pensar quando vi Any entrar no quarto vestida com aquela camisola preta de renda.

Vê-la daquele jeito foi como ser atingido por um tiro, me paralisou e me causou uma dor agoniante. Uma dor que só alcançaria a cura se eu pudesse tocá-la, se eu pudesse despi-la e ultrapassar os limites que haviam entre nós.

Algo impossível de acontecer, em meu ponto de vista, era desejar aquela mulher. Ela era bonita e muito atraente isso não posso negar, mas quando a vi caminhar pelo quarto com aquele simples pedaço de seda cobrindo seu corpo, nem todas as descrições que eu fizesse seriam capazes de definir o quão perfeita ela estava aos meus olhos. Tenho sorte de ninguém na face da terra ter a capacidade de ler pensamentos, pois se ela descobrisse o que penso ao seu respeito estaria condenado. Ela nunca descobrirá o quanto a desejei, esse será um segredo que levarei para o túmulo.

Não sou um homem arrogante, mas pude ver em seus olhos que ela não é tão indiferente a mim quanto aparentava ser, sua boca diz uma coisa mas seus olhos não mentem. Eu poderia usar isso a meu favor, seria satisfatório para nós dois, Any pode ser uma gatinha arisca mas sei como amansá-la,mas eu não vou me envolver com ela, não vou cometer esse erro, tornaria tudo complicado demais.

Sendo assim após provocá-la um pouco e fazer Hope dormir eu coloquei a pequena no berço e sai do quarto sem olhar para ela ou dizer alguma coisa. Não, eu não a livraria da minha presença tão cedo eu estava apenas indo buscar meu revólver, sempre durmo com ele ao meu lado todas as noites.

Quando retornei ao quarto de Any a porta estava levemente encostada, toquei a maçaneta abrindo-a lentamente para não acordar Hope e entrei, notei que Any estava deitada com os olhos fechados. Caminhei até uma poltrona que havia no canto da parede e me sentei, mantive o revólver em mãos porém travado e os olhos bem abertos.

-O que está fazendo aqui?- Any indagou com o cenho franzido.

Seus cabelos estavam completamente bagunçados, com cachos rebeldes e esvoaçantes. Tão sexy.

-Vou passar a noite aqui, quero garantir que estarão seguras.- Respondi.

-E vai ficar com essa arma em punho o tempo todo?- senti as vibrações de irritação em sua voz.

-Não se preocupe Any eu sei muito bem o que estou fazendo.- falei olhando para minha Magnum 357.- Agora vá dormir, já passa das três da manhã.

-Estou sem sono!- rebateu, ela parecia uma criancinha fazendo birra.

-Quer que eu te conte uma historinha pra dormir?- A provoquei.

-Vai se ferrar Beauchamp!- Ela xingou e então se deitou novamente na cama.

Confesso que sua fala fez meus lábios se curvarem em um sorriso mas eu logo o desfiz.

Tudo ficou em completo silêncio, o quarto estava completamente escuro, havia apenas um feixe de luz que iluminava a cabeceira da cama de Any me permitindo vê-la nitidamente enquanto dormia. A lua estava com um brilho forte e intenso, algo que eu nunca havia visto em toda minha vida. É como se a luz da lua quisesse me revelar algo.



















Nota da Autora:
Me desculpe pelo capítulo não ser tão longo são 03:28 da manhã e estou com a renite e sinusite atacada e isso dificulta um pouco. Volto em breve com muita ação e romance. Espero que tenham gostado do capítulo, comentem porque os comentários de vocês me inspiram.

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