Enquanto mentiras reveladas parecem revestir o caminho de Bethany até o altar, como cacos de um espelho sob seus pés nus, ela se vê diante do momento de renunciar seu direito de sangue no império desconhecido do outro lado do oceano para aceitar a c...
¡Ay! Esta imagen no sigue nuestras pautas de contenido. Para continuar la publicación, intente quitarla o subir otra.
A sala era gigantesca, se eu estreitasse os olhos acreditava poder ver outra porta diretamente para o outro lado do lugar. Todo o espaço era recoberto de metais coloridos; flores de metal rosado, lustres de metal dourado, molduras de chumbo, uma fonte de platina com água refletindo todas aqueles tons. E bem no centro, tinham cinco objetos gigantescos em um suporte dourado, feitos de vidro, com forma de ampulhetas finas, com fios elétricos coloridos dentro deles, faiscando com energia, percebi.
Embora a foto de minha avó dava fosse bastante clara que, independente do quanto eu a imaginasse como uma senhora adorável de contos de fadas ela não era nada disso, eu não estava preparada para a mulher que saiu de dentro de uma caixa de metal.
Ela tinha cabelos brancos, curtos e volumosos em volta da cabeça, com ondas marcadas, como na imagem, mas estava bem mais velha e magra. Um rosto fino, de nariz e queixo pontudos, sobrancelhas arqueadas e linhas de expressão marcando em torno dos olhos e da boca. Ela tinha apenas um batom escuro como maquiagem, porém, e a pele completamente branca como papel. O pescoço fino e longo estava contornado por uma gola de metal negro, que era apenas um complemento de um vestido negro longo, bem ajustado de mangas longas, com o mesmo metal nos pulsos e na cintura.
-Você é o retrato da sua mãe – ela suspirou, e apesar de possivelmente termos a mesma altura, eu sentia como se ela me olhasse de um lugar muito mais alto – Gwendeline Margareth Arabella Johnson. Acho que ela seria capaz de se refazer das cinzas se soubesse a mulher que se tornaria. Fale algo.
-Eu... – engoli em seco, me sentindo deslocada naquele lugar. Até mesmo Napho parecia estranho em meio a todo aquele metal brilhante e frio, e ele estava vestido muito melhor do que eu – Eu me chamo Bethany agora, na verdade.
-Bethany – ela testou o nome com desdém – Isso será concertado. Tudo será concertado. - ela ergueu a mão, tocando a pontinha dos dedos finos e longos na minha bochecha - Todos os horrores que deve ter vivido, tudo que foi obrigada a passar todos esses anos, tudo será compensado quando...
-O que está acontecendo aqui? – De uma nova caixa de metal, um homem rugiu, marchando para fora com três pessoas logo atrás dele, duas mulheres e um homem mais jovem. Mas toda a atenção da sala pareceu se voltar para aquele homem com pele cor de areia, olhos escuros e porte monstruoso, mas o que chamava atenção não era a coroa em volta dele, e sim como a capa vermelha que saia das ombreiras da armadura se destacava, macia em meio a toda a dureza da sala. Ele parou, poucos metros de distância, olhando para mim confuso e boquiaberto - Abella?
Pai. A palavra em minha mente se recusava a sair.
O Rei Florence do Império das Três Américas. O meu pai.
-Arabella, na verdade – falou Marise, orgulhosa de si mesma – Gwendeline Arabella Margareth Johnson.
A garota mais jovem, de pele tom de amêndoa, foi a primeira a se pronunciar - O que? - os olhos dela se arregalaram - A princesa mor...