IX - Família Americana

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A sala era gigantesca, se eu estreitasse os olhos acreditava poder ver outra porta diretamente para o outro lado do lugar

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A sala era gigantesca, se eu estreitasse os olhos acreditava poder ver outra porta diretamente para o outro lado do lugar. Todo o espaço era recoberto de metais coloridos; flores de metal rosado, lustres de metal dourado, molduras de chumbo, uma fonte de platina com água refletindo todas aqueles tons. E bem no centro, tinham cinco objetos gigantescos em um suporte dourado, feitos de vidro, com forma de ampulhetas finas, com fios elétricos coloridos dentro deles, faiscando com energia, percebi.

Embora a foto de minha avó dava fosse bastante clara que, independente do quanto eu a imaginasse como uma senhora adorável de contos de fadas ela não era nada disso, eu não estava preparada para a mulher que saiu de dentro de uma caixa de metal.

Ela tinha cabelos brancos, curtos e volumosos em volta da cabeça, com ondas marcadas, como na imagem, mas estava bem mais velha e magra. Um rosto fino, de nariz e queixo pontudos, sobrancelhas arqueadas e linhas de expressão marcando em torno dos olhos e da boca. Ela tinha apenas um batom escuro como maquiagem, porém, e a pele completamente branca como papel. O pescoço fino e longo estava contornado por uma gola de metal negro, que era apenas um complemento de um vestido negro longo, bem ajustado de mangas longas, com o mesmo metal nos pulsos e na cintura.

-Você é o retrato da sua mãe – ela suspirou, e apesar de possivelmente termos a mesma altura, eu sentia como se ela me olhasse de um lugar muito mais alto – Gwendeline Margareth Arabella Johnson. Acho que ela seria capaz de se refazer das cinzas se soubesse a mulher que se tornaria. Fale algo.

-Eu... – engoli em seco, me sentindo deslocada naquele lugar. Até mesmo Napho parecia estranho em meio a todo aquele metal brilhante e frio, e ele estava vestido muito melhor do que eu – Eu me chamo Bethany agora, na verdade.

-Bethany – ela testou o nome com desdém – Isso será concertado. Tudo será concertado. - ela ergueu a mão, tocando a pontinha dos dedos finos e longos na minha bochecha - Todos os horrores que deve ter vivido, tudo que foi obrigada a passar todos esses anos, tudo será compensado quando...

-O que está acontecendo aqui? – De uma nova caixa de metal, um homem rugiu, marchando para fora com três pessoas logo atrás dele, duas mulheres e um homem mais jovem. Mas toda a atenção da sala pareceu se voltar para aquele homem com pele cor de areia, olhos escuros e porte monstruoso, mas o que chamava atenção não era a coroa em volta dele, e sim como a capa vermelha que saia das ombreiras da armadura se destacava, macia em meio a toda a dureza da sala. Ele parou, poucos metros de distância, olhando para mim confuso e boquiaberto - Abella?

Pai. A palavra em minha mente se recusava a sair.

O Rei Florence do Império das Três Américas. O meu pai.

-Arabella, na verdade – falou Marise, orgulhosa de si mesma – Gwendeline Arabella Margareth Johnson.

A garota mais jovem, de pele tom de amêndoa, foi a primeira a se pronunciar - O que? - os olhos dela se arregalaram - A princesa mor...

O Casamento Real - A Rainha da Beleza Livro IIIDonde viven las historias. Descúbrelo ahora