Enquanto mentiras reveladas parecem revestir o caminho de Bethany até o altar, como cacos de um espelho sob seus pés nus, ela se vê diante do momento de renunciar seu direito de sangue no império desconhecido do outro lado do oceano para aceitar a c...
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-Se eu bem me lembro você não precisa se preparar para a reunião de amanhã – falou Napho, sentando-se em minha frente em uma das mesas da biblioteca – Então, o que está fazendo?
Respirei fundo, ignorando ele por um minuto, acabando de ler o parágrafo em que estava concentrada, antes de encara-lo sorrindo – Boa tarde embaixador.
-Boa tarde senhorita Bethany – ele cumprimentou de volta, ironicamente, sinalizando para os papeis – O que é tudo isso?
-Só algo que estou trabalhando – entreguei a primeira das folhas para ele – Antigos documentos da Rainha Nathalie.
Ele piscou, analisando o papel – Isso é... Impressionante – ele franziu a testa, me analisando – Não que você deixe a desejar com bailes e debates Bethany – ele falou rapidamente – Mas esse é um aspecto novo para você. – ele me devolveu a folha cautelosamente – Isso, é política de verdade.
Olhei em volta, para todas as mesas cheias de pessoas debatendo em voz baixa, tão cheias de papeis e folhas quanto eu – a biblioteca estava lotada, e no meu caminho até ali eu notará que todas as salas de chá e todos os escritórios no caminho haviam sido ocupados por pessoas com as mesmas ocupações.
-Todos aqui estão fazendo política de verdade – encolhi os ombros, vendo Teodore andando entre prateleiras, lendo títulos e pegando alguns livros em uma larga pilha nos braços – Enquanto eu... Eu não percebi o quão inútil vinha sendo, até perceber que alguém está fazendo algo real para ajudar os outros.
Napho riu. Ele era ignorante a quem eu me referia – A maioria deles só quer ajudar a si mesmos. Provavelmente estão mais preocupados com os documentos que deveriam queimar do que os que deveriam discutir.
-Falando em documentos... – falei, mais baixo, circulando um parágrafo antes de voltar novamente para ele – Eu soube que foram ao seu quarto ontem à noite também.
Ele riu desgostoso – Eu havia acabado de pegar no sono, e eles viraram o quarto de ponta cabeça como se eu fosse algum tipo de ladrãozinho – ele começou a levantar sua voz propositalmente – A rainha Elizabeth III ficaria horrorizada se soubesse a maneira como fui tratado!
-Tenho certeza que sim – falei, forçando um sorriso duro enquanto esperava alguma informação dele.
-Me desfiz de meus documentos na noite que chegamos a Bordeaux – ele murmurou, puxando um dos livros abertos e apontando para algo, como se de fato estivéssemos discutindo – Estão em um lugar seguro.
-Eu provavelmente deveria ter feito algo assim – murmurei, mordendo o meu lábio inferior em receio e sentindo o gosto metálico de sangue – Ou jogado tudo no fogo.
-Talvez eu devesse levar tudo comigo quando partir. Você poderia se esquecer de Gwendoline para sempre – ele murmurou, olhando distraidamente para a janela de forma calculada – Com sua avó doente, os únicos que se lembrariam dela seria eu e Cordelle. Isso se ela não arrancar minha cabeça com os dentes quando eu retornar.