XVI - A Segunda Avó

674 93 23
                                    

Apesar de ter seguido todas as instruções, parecia ser impossível falar com Cordelle pela tela – Eu ainda estava tentando, andando de um lado para o outro no quarto, quando o sol se pôs e Marise entrou no quarto com a testa franzida

Oups ! Cette image n'est pas conforme à nos directives de contenu. Afin de continuer la publication, veuillez la retirer ou télécharger une autre image.

Apesar de ter seguido todas as instruções, parecia ser impossível falar com Cordelle pela tela – Eu ainda estava tentando, andando de um lado para o outro no quarto, quando o sol se pôs e Marise entrou no quarto com a testa franzida.

-Como posso falar com Cordelle? – quase exigi antes que ela pudesse falar algo.

Ela piscou surpresa – Cordelle?

-Sim, eu preciso falar com ela – entreguei a tela para minha avó – Acho que estou fazendo algo errado.

Ela passou os dedos longos e finos pela tela – Não, não, acho que você fez tudo certo. Cordelle provavelmente está ocupada. – ela pensou por um minuto – Não acho que ela tenha sequer tirado um minuto para falar comigo além do dia do... Aham... Episodio, com seu pai.

Suspirei frustrada. Era claro que ela deveria estar ocupada. Eu poderia muito bem ter chegado àquela conclusão se não estivesse me sentindo tão inquieta e irracional.

-Por que precisa falar com a sua tia com tanta urgência? – Marise me perguntou, desconfiada e também com uma pontada de preocupação – Algo que eu possa ajudar?

-Meu pai batia em Christopher? – lancei tão logo a frase foi completa.

Um longo silêncio seguiu, enquanto ela absorvia minha pergunta, boquiaberta. Por fim, ela piscou algumas vezes olhando para baixo antes de responder – Eu não estava no palácio na ocasião. Acredito que estivesse visitando sua tia na universidade. – ela balançou a cabeça – Mas nunca houve indícios de que algo assim tenha se repetido, antes ou depois dessa situação.

-Qual foi à situação? – perguntei confusa.

Ela deu os ombros – Eu nunca soube – ela confessou – E tentei descobrir. Mas precisavam de mim em Washington e quando consegui voltar, Christopher estava... Diferente – ela franziu a testa – Nunca entendi. Todos pareciam perfeitamente bem quando parti, o acordo de noivado com Seraphina havia sido assinado há poucas semanas e seu irmão sequer havia protestado, como eu esperava que ele fizesse.

-Que idade ele tinha? – perguntei receosa.

Ela pressionou os lábios – Quinze anos, talvez? Como eu disse, Cordelle estava na faculdade ainda – ela balançou a cabeça.

-Era tão importante assim? – sentei na beira da cama, olhando para ela – O que estava fazendo em Washington? Tão importante que não podia voltar quando soube que seu neto... Quando soube que ele havia...

Ela me olhou chocada, enquanto um misto de emoções dançava no rosto dela – Na época parecia importante – os ombros dela caíram – Mas eu não soube da gravidade da situação até chegar aqui. Imaginei que eles tivessem apenas trocado alguns socos, um olho roxo ou um nariz quebrado... Havia muito mais quebrado em seu irmão quando cheguei ao palácio, por dentro e por fora Gwendeline.

-Apenas alguns socos? – pisquei transtornada – Ele tinha quinze anos!

Ela assentiu abraçando ao próprio corpo – Eu sei disso. – ela se aproximou, se abaixando em minha frente – Acha que não sei disso? Cometi erros... Errei em achar que o título protegeria Christopher. Em achar que apesar de toda a fúria seu pai o amaria mais do que o odiaria.

O Casamento Real - A Rainha da Beleza Livro IIIOù les histoires vivent. Découvrez maintenant