Enquanto mentiras reveladas parecem revestir o caminho de Bethany até o altar, como cacos de um espelho sob seus pés nus, ela se vê diante do momento de renunciar seu direito de sangue no império desconhecido do outro lado do oceano para aceitar a c...
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-Bethany? – a voz de Teodore se repetiu, seguida das vibrações da porta batendo contra as minhas costas. Não respondi, sem querer me mover, sem querer acordar apesar de não estar mais dormindo – Bethany está tudo bem?
Grunhi, me colocando sobre meus pés e me forçando a abrir a porta, encarando ele cansada e com raiva.
-Foi uma pergunta idiota. – ele admitiu rapidamente ao olhar para mim, engolindo em seco – Eu ouvi uma batida na porta e barulhos... Você estava dormindo no chão?
-Sim, eu... – balancei a cabeça, abraçando meu próprio corpo – Eu nem tenho certeza como cheguei até aqui, e então eu só... – estreitei os olhos – O que está fazendo aqui?
-Trabalhando – ele apontou para o quarto de Isabel – Minha irmã está com Dylan. E Antoinette está com Camille.
-Camille! – arregalei os olhos – Ela sabe...
Ele confirmou com um movimento de cabeça. Engoli em seco, o que fez meu estomago roncar. Ele me olhou preocupado – Você não comeu nada ontem a noite, comeu?
-Ontem... Que horas são? – olhei em volta, tentando encontrar algum relógio.
-Já passou das cinco da manhã, eu acho – ele puxou um relógio de bolso de dentro do blazer – Se estiver com fome eu posso pedir que...
-Não estou com fome – menti, passando por ele – Isabel ainda tem vinho?
-Ela não deveria, mas sem dúvidas há algum – ele falou, me seguindo – Assim como você não deveria beber.
-Por que não? – perguntei, sentando na cama de Isabel e puxando uma garrafa de vinho debaixo dela – Prendemos o Dragão. É algo a ser comemorado, não?
Ele ergueu uma sobrancelha, enquanto eu enchia uma taça e bebia – No que está trabalhando?
-Preciso garantir que os resultados das injeções de Isabel saiam daqui antes da próxima noite – ele falou, franzindo a testa – Assim como os papeis que o advogado nos ajudou a preparar ontem.
-Os papeis do divórcio? – perguntei, servindo-me uma segunda taça. – Depois de hoje eu pensei... Eles ainda vão se separar?
-Por que não iriam? – ele perguntou um pouco distraído, assinando alguns papeis e dobrando outros.
-Talvez devessem. Casamento é uma prisão no fim das contas. – murmurei para mim mesma – Mas ela está no quarto de Dylan, no final das contas.
-Ela... Você também achou que minha irmã fosse se separar de Bordeaux? – ele riu, olhando para mim – Você é mais esperta do que isso, Bethany.
-Talvez eu não seja – grunhi – Eu fiquei semanas no mesmo palácio que a mulher que me sequestrou e nem notei – encarei ele – Então que o advogado?
-Eu devo favores na Itália, e prefiro pagar por eles antes que minha mãe tenha motivos para fazer perguntas – ele colocou os papeis em um envelope e selou, andando até mim e tirando a garrafa e a taça da minha mão – Vamos.
