Capitulo 21 - John

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Eu estava em meu quarto olhando para o teto, fazia uns quatro dias desde que eu atirei na mulher que eu amava, e eu pegaria o turno da noite então eu podia passar um tempo no quarto pensando, preferia quando estava trabalhando eu conseguia não ficar pensando nela.

Me arrumei, sabia que eu entraria em serviço apenas daqui a algumas horas, mas tinha algo que eu queria fazer, saí de meu quarto e fui para a enfermaria, vi a menina que salvou o Shalom, ela estava rindo rodeada pela elite dele, eu queria ver a Ella. Fiquei triste em ver q ela estava sozinha, a mãe e a irmã dela sabiam que não adiantaria ficar ali o tempo todo e costumavam vê-la algumas vezes por dia. O comandante tinha obrigações e ele também a via algumas vezes ao dia, mas até o momento ela estava ainda presa em um sono que não terminava. As outras meninas da elite não se preocupavam com ela, nem queriam saber dela. Eu ficava triste a Ella já havia sido uma pessoa legal, e para mim ela ainda continuava sendo, as pessoas apenas não a compreendiam.

Eu sentei ao seu lado e peguei sua mão.

- Espero que um dia possa me perdoar – eu disse a ela, dizem que as pessoas no coma podem escutar.

- E saiba que eu esperarei você acordar, nem que eu tenha que esperar anos por isso. Você sempre será a dona do meu coração e mesmo quando não tiver mais ninguém, eu estarei lá para você...

Eu me declarei como várias vezes já havia feito.

- Você é patético sabia? – escutei uma voz feminina dizer e ela estava parada na porta de braços cruzados me olhando, seus cabelos negros longos e lisos, franja sobre sua testa, ela era muito bonita, mas não chegava aos pés da Ella.

- Como pode me julgar sem me conhecer? – eu disse voltando a olhar para a Ella.

- Você é o John certo? Conheço você – ela disse.

- Então deveria saber que o que eu sinto por ela é sincero.

- Sim, mas o que ela sentia por você nunca foi – ela disse e suas palavras reabriram as feridas e me lembraram das palavras da Ella no dia que ela levou o tiro.

- Como pode dizer? Não foi você quem vivenciou, eu não posso acreditar que tudo que passamos juntos era uma mentira – eu cuspi nela minhas palavras.

- Porque eu vi vocês dois, uma noite na biblioteca. Ela estava sendo falsa e mentirosa – ela respondeu.

- Você não a conhecia...

- Não? Acho que ela nunca foi tão verdadeiramente desagradável com ninguém como ela foi conosco durante toda a seleção. Ela nos dizia coisas horríveis e quer saber? Você nunca sequer foi mencionado, porque você não era o objeto de seu desejo – ela disse com rancor e eu fiquei sem palavras, ela não falava de mim?

- Nosso romance era proibido – eu rebati.

- Romance? A faça-me o favor, acho que se realmente ela amou alguém foi ela mesmo – ela disse rindo sem humor.

- Eu insisto que você não a conhecia – eu disse nervoso, ela estava me tirando do sério.

- Conhecer? Porque eu iria querer conhecer ela melhor? Metida, desagradável convencida e outras coisas ruins – ela disse dando de ombros.

- Igual a você – eu respondi bravo, sim eu defenderia a Ella sempre, eu era seu cavaleiro de armadura brilhante.

- A não eu consigo ser uma pessoa e não um monstro – ela respondeu estreitando o olhar e eu nem percebi e estava pressionando seu corpo contra a parede bravo.

- Retire o que disse! – eu disse apertando sua garganta.

- NUNCA! – ela me desafiou.

Eu não iria matar alguém assim e a soltei.

Príncipe de Illéa - Livro 2 (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora