Capítulo 23

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Revisado por Olemberg
                    
                      Boa leitura 💛

Na infância Pietro tinha o hábito de falar tudo o que queria, não importava se era certo ou errado ou se o momento parecia inadequado, ele apenas falava. Depois, aos doze, esse hábito mudou e enquanto Adrien se tornava cada vez mais falante e extrovertido, ele próprio foi aprendendo que falar tudo que queria nem sempre era bom.

Já possuía uma personalidade meio ácida naquela época, em vez de falar demais, descobriu que observar e ficar sozinho eram coisas agradáveis também. Não se metia em muitos problemas, falava com seus melhores amigos e não precisava resolver conflitos se não se envolvesse em nenhum e se ele não fosse seu. Sempre foi impessoal e muitas vezes passível, mesmo quando não devia.

Mas por alguma razão, seguir o mantra do seu eu de doze anos estava ficando cada vez mais difícil quando ele começava a se sentir desconfortável naquele tipo de situação, mesmo que não o suficiente para agir no momento que elas aconteciam e deixar de ser conivente. Deixava a solução para outra pessoa, ele tentaria conversar depois, mesmo que não passasse de um “não foi legal o que você fez”.

Agora, ele só pôde se sentir agradecido por Lila ter contornado a situação mais uma vez sozinha, eram dez da manhã, ele estava realmente começando a funcionar aos poucos e não queria uma confusão.

— Okay, isso foi merecido — Lila riu, parecendo mais sincera dessa vez —, Chloe está em um dia ruim e costuma agir de forma desagradável com todo mundo, problema de garotas, se é que entendem. É bom saber que não vão ouvir caladas apenas pelo sobrenome, conhecer alguém com personalidade é bom de vez em quando. Bem-vindas.

— Entendo... obrigada. Eu acho.

Depois disso tudo correu tão normal quando podia se esperar para um grupo como aquele, nada muito intimista, sem conversas fiadas e desnecessárias, não procuravam e mantinha suas ressalvas, mas sem o clima hostil de animosidade. No final do dia, por volta das uma da tarde eles se preparam para deixar o local para trás até próximo dia, o que foi o suficiente para lembrar aqueles mais experientes o porquê praguejavam tanto sobre o lugar, como Plagg, questionando o porquê de ter escolhido o maldito curso de direito sabendo que passaria a próximas horas debruçado sobre malditos livros legislativos.

— Eu vou ficar no meu quarto, finja que eu estou morto pelas próximas três horas ou eu vou fazer você ficar — Plagg disse diretamente para Adrien antes de sumir no corredor que levava aos quartos, levando apenas um sanduíche e uma garrafa de água.

— Não vai comer?

— Não — respondeu e o barulho da porta batendo foi ouvida logo em seguida.

— Um doce de pessoa — Adrien resmungou.

— Ele vai voltar a trocar o dia pela noite? — Nino perguntou sem esperar realmente uma resposta e jogou a mochila no sofá da sala, indo direto para a cozinha.

— Deixa ele fazer isso para ser esculachado por ficar parecendo um zumbi durante o trabalho. Você vai cozinhar?

— Claro que vou — respondeu e tirou um pacote de miojo do armário —, minha especialidade.

….

— Pensei que fossemos começar no final de semana.

— Não é treinamento, não ainda — Theo respondeu ao resmungo de Alya enquanto guiava o grupo dentro dos corredores da agência. Depois de perguntar se eles tinham algum compromisso urgente e receber um não coletivo, ele resolveu levá-las até a M.R.C.L.S. para resolverem assuntos pendentes de uma vez. A reclamação que recebeu de Tikki quando ele as informou disso foi uma queixa sobre elas nem terem almoçado.

Filhos da LuaWhere stories live. Discover now